Paraty em Foco 2009

Comentários 6

Andava pensando em escrever sobre o 5º Paraty em Foco. Foi tanta coisa e tão pouco tempo que… Passou. Mas, agora, com a poeira no chão, as ideias se cristalizam melhor.

Foi a minha primeira vez em Paraty (cidade e festival). Parecia que eu era o único que estava lá pela primeira vez. Ouvi muitos comentários sobre como o festival estava bom, melhor que os outros anos. Organização, programação, horário, clima, etc. Senti que o Paraty em Foco tem seguidores e com esta edição, deve se consolidar como um dos melhores festivais de fotografia da América Latina. Sem dúvida.

As entrevistas foram o ponto alto do festival. De Loretta Lux, passando por Martinelli. Teve de tudo. Coincidentemente, participei de uma das entrevistas mais emocionantes do Festival: Rodrigo Braga e Alexandre Sequeira. Quem viu, viu. Creio que Sequeira tenha recebido os aplausos mais calorosos do Paraty. São dois artistas que conquistam a plateia com imagens e cativam com palavras. Realmente… Eu não precisava estar na mesa. A mesa com eles foi na quinta e, no domingo, presenciei uma cena que resume o que falei. Uma senhora me perguntou quem era Sequeira, que estava bem próximo. Apresentei e ela deu um abraço bem emocionado nele. Show!

Zizolla foi espetacular. Achei que, ele falando em português+italiano, ficou sem falar o que realmente pensava. Acho que uma tradutora e ele falando italiano, fluiria melhor e ficaria mais dinâmico. Mas o cara não precisa falar muito não. É fotografia na veia.

Rennó foi ótimo. Não esperava que fosse tão bom e fiquei fã.

Orlando Brito e Lula Marques teve um probleminha que sempre ocorre com certas figuras com décadas de fotografia: tempo. Brito tomou quase todo o tempo da entrevista e Lula ficou bem prejudicado. Ocorreu a mesma coisa com Evandro Teixeira no FestFotoPoa.

Martinelli foi show. O cara não mostrou fotografia (nenhuma) e eu fiquei com a cabeça cheia de imagens. Muitas histórias e reflexões. Ele mostrou um pequeno vídeo sobre o desmatamento que é um estrondo. A melhor parte foi quando ele confessou: “estou fazendo análise e ela [psicanalista] foi na mosca. Disse que eu sou como uma roda que vai colando [aderindo] tudo que está pelo chão”. Acho que foi isso… Depois de tanta informação, nada está aderindo na minha cabeça.

Alessandra Sanguinetti se atrapalhou na apresentação. Ela tem um trabalho delicado, sólido e com uma característica bem peculiar. Creio que alguns problemas pessoais (ela mesmo confessou) podem ter atrapalhado na sua fala e não ter relaxado. Não importa.

O domingo teve o mexicano Gerardo Montiel Klint e a francesa Claudine Doury. Gerardo é uma figura e adoro o trabalho dele. Algumas vezes me lembra um La Chapelle com Diane Arbus misturado com Witkin. Uma colega ficou espantada quando disse que tinha gostado das fotos. Bem, gosto é gosto. Respeito o dos outros. Não gosto de queijo e como pizza sem queijo, sanduíche misto só com presunto e por aí vai. Não fico espantado como o gosto dos outros e respeito demais. Doury foi maravilhosa. Simples, educada, gente boa. Ensaios que me fizeram sair correndo para a Fnac e saber que não tinha mais livros dela para vender.

Ufa… Escrevi de uma tacada só tudo isso e não falei de outras coisas… Bem, Toni Pires já escreveu e tem os outros blogs dos colegas… Deixa eu falar da outra parte boa de um festival.

Encontrar com a galera que só trocamos e-mail, conhecer gente nova e rever colegas. Isso é maravilhoso: Versiani, o casal Ig e Lou, Luciana, Rabelo, Toni Pires (correspondente do Olhavê), Eder Chiodetto, Alexandre Sequeira (grande pessoa), a galera do SX-70, Rubens Fernandes Júnior, Marcos Issa, Jully Fernandes, Tiago Santana, Carla Romero, Nair Benedicto, Gustavo Pellizon, Alejandro Zambranna, Marenco, Carlos Carvalho e Fernando de Porto Alegre… Muita gente falou comigo, falou do Olhavê, uma garotada… Tô esquecendo de muita gente… Giancarlo Mecarelli, Giancarlo Nicoloso e Alcides Mafra da Photo Magazine, Sérgio Branco da Fotografe Melhor, Fernanda Pinto, etc. Breno Rotatori e Jéssica Mangaba, grandes meninos. Depois de uns dez anos, rever Rogério Assis (um dos fundadores do Fotosite). Gente da melhor qualidade e que está editando a revista Pororoca. Quando vi Rogério só lembrei de uma cana que tomamos (eu, Rogério e Leo Caldas) no Bar Boteco (aqui no Recife) depois do show de Roberto Carlos. Foi aquele primeiro show após a morte da esposa. Os cafés da manhã com Edinger, Martinelli, Juan Esteves, Chikaoka (grande figura que conheci pessoalmente), Eduardo e Hellô. A cachaça com Geyson Magno, Rodrigo Braga, Eder.

Personificar as pessoas é maravilhoso.

Comentários 6

Deixe um comentário