Paul Nadar

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Foto: Paul Nadar | Gyp, 1891 (foto da esquerda está retocada)

Foto: Paul Nadar | Madame Proust, mãe do escritor Marcel Proust, 1904 (foto da direita está retocada)

“É fácil fazer uma comparação em confronto com os retratos de Madame Proust e os de Gyp (escritora francesa); das duas poses, aquela que foi escolhida para ser retirada e entregue ao cliente sofreu mais ou menos, conforme o resultado desejado, o tratamento habitual da chapa negativa: lado vidro, um verniz fosco que suaviza (na tiragem) a integridade com a prova e permite revelar os valores e os realces para fazer sobressair os detalhes; lado da emulsão, as correções realizadas muito finamente por crayon, em retoque, era para apagar as imperfeições”.

Anne-Marie Bernard, 1999

Dentre as vertentes de análise sobre a manipulação na fotografia, diria que o retoque fotográfico é um procedimento social. A interferência na imagem fotográfica não a torna uma falácia. Será autêntica de acordo com o papel que ela representa na sociedade. O recurso de retocar a fotografia fez parte da criação fotográfica e da demanda da burguesia rica e sofisticada do início do século XIX . Paul Nadar (1856-1939) potencializa esse ponto como expressão intrínseca de desejo pela perfeição de uma época. O clique captura, mas não define.

Por Georgia Quintas.

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