Marcelo Pallotta

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Este Processo de criação é especial pois traz um material inédito: o trabalho Qr de Marcelo Pallotta.

Designer e fotógrafo, Pallotta é um dos membros do coletivo SX70 e tem um trabalho enorme com filmes instantâneos. Agora, está desenvolvendo um ensaio que mescla a Polaroid com meios eletrônicos. A brincadeira e a mágica tá nisso.

Abaixo, três perguntas com Pallotta e viaje pelo Qr. É só baixa algum aplicativo de Qr code para o seu smartphone e ler a tela do computador. São três imagens. Deixem o volume (do celular) no máximo.

* O coletivo SX70 no Olhavê e no Sobre Imagens.

* A seção Processo de criação.

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OLHAVÊ – Fotografar com Polaroid era mais do que ter e usar um equipamento para determinado resultado. Toda a ação envolvida fazia parte do processo e o prazer vinha muito dos momentos antes da imagem aparecer. Este seu projeto tenta resgatar essas sensações?

MARCELO PALLOTTA – A ideia deste projeto nasceu com o fim dos filmes originais da Polaroid e antes do projeto “Impossible Project” adquirir a fábrica e recomeçar a fazer filmes compatíveis com a SX70. Durante 20 anos, fui aficionado deste prazer da fotografia instantânea e queria levar esta experiência para ao público.

Capturei o som da câmera, algo tão familiar para mim e ao mesmo tempo tão primordial como código de algo mágico a se realizar e o ato de se revelar, na frente do fotógrafo, mas com um timing diferente do digital, criando uma expectativa do resultado obtido.

O público, ao carregar o código com o leitor no celular, recebe a experiência completa de quem fotografa com a Polaroid.

OLHAVÊ – O uso de códigos e de um smartphone fazem um contraponto interessante com a aura vintage da Polaroid. Esta solução, ou meio, foi ocasional ou faz parte do processo criativo?

MARCELO PALLOTTA – Aprendi um conceito sobre arte contemporânea que carrego até hoje: “arte é o que alarga o horizonte”. Carrego essa ideia de que é preciso sempre estender um pouco o que já foi feito, ampliando o conhecimento. Quando percebi que o “Qr Code” tinha uma proporção da Polaroid, achei que era perfeito para integrar as novas tecnologias com a experiência sensorial de fotografar com uma SX70.

Usei também um filme novo, desenvolvido pela “Impossible Project”. Este é um dos processos/trabalhos que desenvolvo e todos, de uma certa maneira, carregam esse mesmo DNA. Mas sempre como base a fotografia Polaroid, minha forma de expressão.

OLHAVÊ – De certa forma, ao proporcionar esta experiência de forma tão abrangente, você doa um pouco do prazer da Polaroid através de uma prosaica leitura de códigos. O ruído, a espera, a imagem viva. Você pensou nesta troca?

MARCELO PALLOTTA – Existe sim essa troca. Existe também uma leitura gráfica, uma homenagem ao construtivismo pelo grafismo preto e branco do código. Mas o mais importante realmente é levar a experiência da SX70 e da fotografia instantânea para todos.

O resultado final também é uma “fotografia-objeto”. Este culto ao registro fotográfico e único como um objeto de fotografia Polaroid é global, e teve grandes artistas como Walker Evans, Helmut Newton, Andy Warhol, Chuck Close, etc. Até gente mais atual como o artista multi-mídia e cientista de computação, Jonathan Harris.

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