Assis Horta

Comentários 3

A viagem do amigo Moracy Oliveira para Minas Gerais rendeu dois belos encontros. Já publicamos o perfil de Eustáquio Neves e hoje é com o fotógrafo Assis Horta, um dos destaques do último Festival de Fotografia de Tiradentes.

Confira os nossos outros perfis: Hans Gunter Flieg, Carlos Moreira, Penna Prearo e Luis Humberto.

Espero que gostem.

Alexandre Belém.

Assis Horta-moracy-oliveira

Foto: Moracy Oliveira – Assis Horta em sua casa, Belo Horizonte, abril de 2014

Por Moracy Oliveira.

Bem que o arquiteto Oscar Niemeyer alertou: “Assisinho, você vai viver 120 anos”. Hoje, aos 96, o fotógrafo Assis Horta, o Assisinho, como ficou conhecido pelos seus 1,60 de altura, se diverte com a lembrança, ao mesmo tempo em que lamenta que o amigo não esteja mais aqui para ir acompanhando o andamento de sua previsão. Divertido, brincalhão e de riso fácil, costuma repetir que “a vida é boa” em conversas mais longas. É uma espécie de refrão, repetido muitas vezes, e que usa junto com suas histórias para ir desfiando o que fez pela vida de maneira intensa, alegre e responsável. Ao terminar a conversa, você sai completamente convencido de que a frase vem resumindo a sua vida. Dos 80 anos de profissão, não tem do que reclamar. Foi seu ganha-pão. Autodidata, fotografou o patrimônio histórico mineiro durante anos, fez retratos para documentos e de estúdio e registrou festas, costumes, culturas e população, principalmente a de pobres, negros e mulatos na região de Diamantina.

Fotógrafo desde os 16, ele tem se dedicado nos últimos anos ao seu arquivo, um conjunto de número incerto mas que deve beirar as cem mil imagens entre negativos de vidro e celuloide, em formatos variados. É um trabalho em que se mostra incansável. Seu dia começa com a leitura completa de um jornal impresso, e continua com uma descida ao arquivo, uma pausa para o almoço, um pequeno descanso seguido de um retorno ao arquivo, onde permanece até o final da tarde. Ali, recolhe as informações que anotou em cada negativo que fez e as repassa ao filho Isnard Horta, que vem registrando em planilhas detalhadas, com números, descrições, suporte, todo o acervo do pai.

Isnard é o único a ter “algum” acesso ao arquivo que funciona onde Assis manteve seu laboratório por alguns anos, depois de mudar de Diamantina para um antigo bairro de Belo Horizonte.  “Ele não deixa ninguém por a mão”, revela o filho. Assis quer mostrar alguns negativos. Poderia pedir ao filho para buscar, mas é ele quem desce rapidamente as escadas em direção ao arquivo, de onde volta praticamente correndo e um pouco sem fôlego pela correria. Só ele faz isso e os filhos já entenderam. Cuidar desse arquivo “é a vida dele agora”, esclarece Isnard.

 Fotografar mesmo é coisa que não tem feito há algum tempo, desde o surgimento do digital, de que não gosta. “Gosto é de foto no negativo e no papel”, diz. A antiga Rolleiflex, acessórios, a velha câmera e tripé estão bem visíveis como parte da decoração de sua sala de visitas. Fala com orgulho e carinho sobre esses equipamentos que o acompanharam a vida toda. Onde ia, sempre levava uma câmera. E, depois de ter comprado a Rolleiflex em Munique, na Alemanha, durante uma longa viagem a Europa, foi ela a sua companheira ideal para boa parte das fotografias que fez, incluída ai uma demorada e trabalhosa panorâmica, a primeira feita de Diamantina.

Relacionado como um dos cinquenta mais produtivos e importantes fotógrafos do patrimônio histórico pelo Cadernos de Pesquisa e Documentação do IPHAN, em 2008, onde aparece ladeado a nomes como Marcel Gautherot, Marc Ferrez, Erich Hess, Assis Horta andava meio esquecido, até que um encontro de interesses, em 2008, o colocou em circulação e trouxe seu trabalho para a cena fotográfica.

A historiadora Lilian Oliveira, atual diretora do Museu do Diamante, em Diamantina, nascida na região e criada na cidade, sempre ouvira falar no Foto Assis, no Assisinho, mas não o conhecia. No museu, em correspondências antigas, encontrava inúmeras referências a ele e seu trabalho tanto de fotógrafo como funcionário do SPHAN, atual IPHAN. Não tinha um projeto mas mantinha no seu horizonte a ideia de que em algum momento deveria se dedicar a conhecer melhor o trabalho feito pelo fotógrafo. No mínimo porque todo o mapeamento fotográfico das ruas e casas de Diamantina, feito em 1936, e que serviu de base para instruir o processo de tombamento da cidade em 1938, fora feito por ele.

No outro lado, Assis Horta Filho, já falecido, e Isnard Horta, dois dos dez filhos do fotógrafo vinham se preocupando com o imenso acervo construído pelo pai quando a publicação do IPHAN lhes deu a ideia de que seria um bom momento de homenageá-lo. O lugar ideal para isso seria Diamantina onde ele havia nascido e vivido até 1967, e onde havia sido funcionário do IPHAN. Resolveram procurar pelo Museu do Diamante, que é vinculado ao órgão, para uma conversa.

Do encontro entre Lilian Oliveira e os filhos surgiu o projeto de uma grande exposição com todos os tipos de conteúdos fotografados por Assis Horta. Com o projeto em mãos, a diretora correu atrás dos minguados recursos do Instituto para realiza-lo, o que conseguiu. Em comum acordo, a curadoria da mostra foi entregue ao fotógrafo Eustáquio Neves.

O trabalho de Eustáquio durou alguns meses e inúmeras idas a Belo Horizonte. Toda a curadoria foi feita em comum com Horta. Este, quando discordava de alguma escolha, provocava: “eu ainda vou fazer uma exposição só com as fotografias que eu quero”. Mas, conta o filho Isnard, na intimidade, o velho Horta sempre se referia as escolhas de Eustáquio com um “ele é muito bom, hem”.

Eustáquio, que teve acesso aos arquivos diz que, considerada as devidas diferenças, formação e peculiaridades, o registro da população e cultura regionais, fazem de Assis Horta, uma espécie de Pierre Verger do sertão. Em um vídeo de edição ainda não finalizada, fez um emocionante passeio com o velho fotógrafo revisitando velhos endereços e suas antigas memórias da cidade. Problemas na captação do som impedem a finalização mas Eustáquio procura uma solução para então liberar a obra.

Com o material todo selecionado, o Museu contratou o impressor e fotógrafo belo-horizontino Guilherme Horta, que apesar do sobrenome não pertence à família, para a impressão das fotos que ocupariam todas as salas do museu entre o final de 2008 e primeiros meses de 2009 sob o nome Diamantina 360º. Foi a primeira vez que seu acervo veio a público.

Em 2013, uma parte do arquivo dedicada aos retratos, e agora sob curadoria de Guilherme Horta, vencedor do prêmio Marc Ferrez, reflexão crítica, de 2012 viria a público, aproveitando a comemoração dos 70 anos da CLT. Foi com a mostra Assis Horta: A Democratização do Retrato Fotográfico através da CLT, realizada em Ouro Preto, depois no Palácio do Planalto, em Brasília e, mais recentemente, em versão reduzida, em Tiradentes, durante o terceiro Festival de Fotografia de Tiradentes – Foto em Pauta.

Largo de Santo AntônioFotos: Assis Horta – Antigo Largo de Santo Antônio (Praça Joubert Guerra), Diamantina/MG, década de 1930, Vidro, 10×15

Lavagem de cascalho em canoaMineração no rio Paraúna: Lavagem de cascalho em canoa, década de 1930, Celuloide, 10×15

Apuração de ouroMineração no rio Paraúna: Apuração de ouro, década de 1930, Celuloide, 10×15

Jacinto - figura popularJacinto, figura popular nas ruas da cidade, década de 1950, Celuloide, 6×6

PATRIMÔNIO

Nascido em Diamantina, em 1918, Assis Horta foi o que já se chamou de um menino peralta. Inquieto, folião assumido que brincava carnaval fantasiado para não ser reconhecido pelo bispo (guarda fotos onde aparece fantasiado), não conseguiu terminar o primário. No terceiro ano, ao melhor estilo beque de fazenda, deu um carrinho e derrubou o bedel num corredor da escola. Calçava chuteiras novas, de travas altas, presente que estreava indo às aulas do dia. Alegou ter escorregado. Não adiantou. Levou cartão vermelho e foi expulso. Filho de donos de hotel no centro histórico da cidade, perdeu cedo o pai e foi criado pela mãe, trabalhando desde os nove anos de idade.

E foi a mãe quem lhe deu o empurrou que o levou em definitivo para a fotografia. Rodrigo Melo Franco de Andrade, que viria a ser o fundador e dirigente do SPHAN, precisava de fotografias de Diamantina e procurava um fotógrafo. Hospedado no hotel da família Horta, pediu indicação a mãe de Assis e ela mais que rapidamente indicou o filho, então com 18 anos. Assis já fotografava desde os 16. Os primeiros rudimentos aprendeu com Celso Tavares Werneck Machado, um misto de construtor e fotógrafo e de quem viria a comprar o estúdio aos 18 anos, criando o Photo Assis – Materiaes Photographicos das Principaes Marcas e Cinematographicos Para Amadores-Collegios, etc. como escreveu num “reclame” da época. O resto ele aprendeu “queimando muita chapa”.

Com uma planta baixa, percorreu, rua por rua da cidade, fotografando todas as vielas, residências, comércio, igrejas, órgão públicos e todo e qualquer detalhe arquitetônico que encontrasse pelo caminho. Foram essas imagens que ilustraram o processo de tombamento de Diamantina como patrimônio histórico em 1938.

 A partir dai, se tornou um colaborador e depois funcionário do SPHAN, atuando não só como fotógrafo mas também como conservador de bens tombados, como organizador de acervos e documentação de museus da região, incluído o de Guimarães Rosa, em Cordisburgo, Minas Gerais. Fotografava tudo e mandava para o SPHAN, no Rio, até que um dia, conta, recebeu uma carta de Carlos Drummond de Andrade, também funcionário do órgão e responsável pelo recebimento das imagens. O poeta pedia que ele, encarecidamente, parasse de enviar fotografias porque já havia fotos demais para examinar e novas não eram mais necessárias.

O trabalho para o SPHAN lhe deu disciplina e um procedimento que usaria em todo a sua carreira e vida: anotar, ser organizado e detalhista, comportamentos que hoje estão permitindo a catalogação do acervo pelo filho Isnard. Todo negativo de foto feita por ele foi guardado em envelope individual com anotação em uma das faces do dia, local, nome da pessoa, ou pessoas, se fizerem parte da imagem. Na sua longa viagem a Europa, em companhia de dois casais amigos, levou o mesmo procedimento. Além de fotografar, criou uma espécie de diário com anotações sobre os locais que visitava, conhecia e fotografava. Nos hotéis, pegava todos os folhetos turísticos que encontrava e também anotava impressões sobre eles. Esse material também está em seus arquivos.

Além das fotografias, Assis mantinha um olhar vigilante para a preservação dos bens tombados em Diamantina e região. Vigiava as reformas, impedia alterações não aprovadas, carregava a lei do tombamento no bolso. No seu maior confronto, processou o prefeito da cidade pela demolição de um imóvel. Suas provas: fotos da operação que levou à derrubada. Sempre participante na vida da cidade, dirigiu os dois únicos hospitais locais ao mesmo tempo. Dirigia e operava o raio X em ambos. As chapas, levava para revelar em seu laboratório.

Seu estúdio se transformou em ponto de encontro de pessoas e de discussões entre políticos locais. O pessoal da UDN – União Democrática Nacional, velho partido conservador, costumava se encontrar lá. Juscelino Kubitschek, do PSD – Partido Social Democrático, ferrenho adversário da UDN também batia ponto por lá. “Mas eu nunca fui juscelinista”, diz, fazendo questão de ressaltar que a divergência era apenas política pois foi amigo do antigo presidente e o fotografava sempre que ele vinha à cidade

Sua vivência e conhecimento da cidade também o transformaram numa espécie de guia e consultor para cineastas que queriam usar a região em suas histórias. Foi assim, por exemplo, em O Padre e a Moça (1965), de Joaquim Pedro de Andrade e com A Hora e a Vez de Augusto Matraga (1965), de Roberto Santos. Assis ajudava na escolha das locações e no que lhe pediam, se integrava à produção mas não dava palpites. E, para desespero da mulher, vez ou outra, levava elenco e equipe para almoçar em casa sem aviso prévio. Na sua versão era só fritar mais uns ovos, colocar água no feijão que dava tudo certo, versão que a mulher, Maria da Conceição Monteiro Horta, falecida no final de 2013, depois de 71 anos de casamento, certamente não concordava, embora acabasse se divertindo com a situação.

– Era a melhor mulher do mundo.

– Sente falta dela?

– Não, ela dorme comigo todas as noites.

FOTO ASSIS – TRABALHOS FOTOGRÁFICOS EM GERAL

Fotografar o patrimônio, ser um colaborador do SPHAN, lhe garantia parte da renda. O resto, tinha que buscar. Sagaz (ou seria esperto?) corria atrás dos clientes que não vinham ao seu estúdio. Nos garimpos da região havia muitos e lá ia ele com sua câmera atrás dos garimpeiros. Alguns se negavam, outros concordavam sem mostrar o rosto enquanto outros posavam de cara limpa, pediam para fotografar a família. Sempre voltava com chapas para revelar.

Entre seu estúdio e os garimpos, ou qualquer outro lugar para o qual se deslocasse, fotografava o que lhe chamava atenção: vida urbana, pessoas, paisagens. Não era um trabalho que gerava renda e, por isso, quando voltava para casa, sempre ouvia a mulher reclamar que estava jogando dinheiro fora. Fazia que não ouvia e continuava fotografando da mesma maneira.

O fato é que fotografava de tudo: festas, casamentos, funerais, o que fosse lhe requisitado. Só um deles, sob a vigilância da mulher: os retratos das prostitutas.

O Beco do Motta, encravado na crônica diamantinense como área de prostituição, das mulheres decaídas, das meninas expulsas de casa por terem “se perdido”, proibida aos “homens de família”, lugar de entradas secretas e terror do Bispo e das carolas, terminava no muro da casa onde Assis morava. E era por cima do muro, com a mulher olhando, que ele sempre conversava com elas. Eram suas amigas, conhecia todas, foi padrinho de muitos dos filhos nascidos ali, fotografou a maioria delas. E, sem vacilar, afirma que nunca pulou o muro.

Conhecido em toda a região, Assisinho era então chamado para todo tipo de foto e possui algumas coleções de temas que contam muitos de costumes e culturas locais. Uma delas é constituída por fotografias de “anjinhos”, crianças mortas, devidamente preparadas pelas famílias para a fotorrecordação que ele faria, no estilo foto Post-Mortem, que remonta ao século 19. Não punha a mão nos arranjos, já chegava com a cena arrumada. Escolhia o melhor ângulo e fotografava. Fez esse tipo de imagem anos a fio em toda a região do Jequitinhonha.

Outra coleção de imagens no arquivo de Assis é a das bonecas.  Entre os anos de 1940 e 1960, um dos principais eventos em Diamantina era o concurso das bonecas vivas, patrocinado pela associação comercial local. Cada segmento comercial concorria com uma menina, filha de uma das famílias. Elas eram vestidas a rigor, feito bonecas, e expostas em vitrines para a população. Eram fotografadas. As pessoas compravam votos para as preferidas. Ao final havia um desfile de carro aberto pela cidade e as vencedoras recebiam prêmios.

Estúdio Foto AssisDois amigos no estúdio de A. Horta, década de 1940, Vidro, 18×24

Fotos 3x4 - Estudio Foto AssisOperários da Fábrica de Tecidos (fotos para Carteira de Trabalho), década de 1940, Vidro, 18×24

AnjinhoVelório de criança (“anjinho”), década de 1940, Vidro, 18×24

Caixa de BonecaCriança vestida de boneca (no estúdio de A. Horta), década de 1940, Vidro, 2x (9×12)

assis-horta-estudioNo seu estúdio, Assis Horta aos 18 anos (esquerda) com assistente

A CLT E OS RETRATOS

Em junho de 1943, dois meses após a implantação da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, Assis Horta começou a fazer retratos para que os empregados pudessem cumprir a exigência de colocar foto na carteira de trabalho. Ele diz que foi um pioneiro nessa área da fotografia. Os primeiros ele fez numa fábrica de tecidos no distrito de Beri-Beri, a doze quilômetros de Diamantina. Chamado pela direção, levou sua câmera, tripé, escolheu a luz e entregou uma pequena plaqueta com alguns dados escritos a mão para que o retratado segurasse. Essa plaqueta não apareceria na cópia mas serviria para que ele identificasse o retratado. Em retratos de sua autoria espalhados pela internet, esses primeiros podem ser identificados: são aqueles que não possuem a decoração de fundo do seu estúdio.

Assis cobrava barato, valor dificilmente atualizável para a moeda de hoje. Seus clientes eram trabalhadores, gente em busca de emprego, atrás da primeira carteira de trabalho, pessoas de baixa renda. Atendia a todos. Trabalhava com a luz natural que entrava pela janela e um pano branco com rebatedor. Usava uma única chapa. Já havia “queimado” muitas para aprender e dominar a foto de estúdio. Recebia 50% quando “batia” o retrato e outros 50% quando entregava a cópia. “Era para garantir que o cliente viesse buscar”, justifica. Mesmo assim muitos não voltavam, ou voltavam sem poder pagar o restante e acabavam levando o retrato.

Para a maioria dos clientes, aquele retrato era o primeiro em suas vidas, o olhar invertido no espelho. Gostaram de se ver. Gostariam de um retrato inteiro, não só do rosto, pensavam logo em trazer a família, ter uma imagem não só para se ver mas também para guardar. Pediam para voltar.

Esperto (ou seria sagaz?) Assis passou a deixar terno, paletós, camisa e gravata no estúdio para uso dos clientes. Alguns vinham com suas roupas de festa, a melhor que tinham. Outros vinham como podiam e eram os que mais usavam o guarda-roupa do estúdio.

A primeira pergunta de Assis era: “como querem tirar o retrato?” Sempre foram eles que escolheram, diz o fotógrafo. Em pé, sentados, encostados, a mulher em pé, o homem sentado, as variações eram muitas mas uma vez que o cliente definia a pose, o fotógrafo cuidava do resto. Acertava posição das mãos, pés, colarinho da gravata, chapéu, o que visse que poderia melhorar o acabamento da imagem. Então fotografava, uma única chapa, como sempre fez.

E foi assim, durante anos, que passaram pelo seu estúdio para serem retratados, os pobres, os negros, os mulatos, a classe média baixa da região de Diamantina. Hoje, uma seleção desses retratos é a parte mais conhecida de seu acervo graças à exposição organizada pelo fotógrafo Guilherme Horta.

– Eu não disse?

– A vida é muito boa.

Filho na torre do CarmoFilhos de Assis Horta na torre da Igreja do Carmo, década de 1950, Celuloide, 6×6

Filhos do garimpeiro José de ArimatéiaFamília do garimpeiro, bairro da Palha, década de 1940, Vidro, 9×12

Comentários 3

Deixe um comentário