Fotos: Klavs Bo Christensen
Estas fotos aí em cima, do fotógrafo dinamarquês Klavs Bo Christensen sobre o Haiti, foram retiradas de um concurso (Picture of The Year in Denmark) por causa do uso excessivo do Photoshop.
Na realidade, três fotógrafos foram “chamados” para mostrar as imagens em RAW para análise. Klavs foi o único que enviou para a comissão o material.
Abaixo, as imagens originais do arquivo RAW para vocês analisarem. Opiniões são bem vindas!
Detalhes da história e opiniões de ambos os lados, aqui.
Mais uma notícia do ótimo blog The Online Photographer .
Fotos: Klavs Bo Christensen
Há alguns anos vi estas fotos, gostei muito. Hoje vendo-as novamente continuo gostando e apoiando o conceito de um photoshop bem feito,
Fotografo não é aquele que apenas registra um fato, objeto ou paisagem que o ser humano comum é capaz de ver. Fotografo é aquele capaz de facinar um olhar, gerar uma emoção, transmitir uma mensagem; é o proficional capaz de (com ou sem pós-tratamento) trazer à luz a quintessencia do criado.
Acredito que devemos atentar para os critérios que o concurso pede, se é um concurso sobre fotojornalismo a arte da fotografia não tem peso em si, caso seja um concurso de arte fotografica seria mais valído.
Enfim, Há uns é bonito a arte, há outros não, e para mim, o mais importante é a mensagem da foto e não a beleza feita pelo photoshop.
Concordo que não deveria haver desclassificação. Eu apenas, não daria prêmio algum a essas imagens porque, concordo com a Cia. o fotógrafo é “meio breguinha” e, mais ainda, concordo com o Versiani quando ele tem a sensação de que poderia ser uma mulher ou uma cadeira naquela foto. Desconfio que ele pediu para ela colocar o braço apoiado daquela forma como se fosse uma modelo…Eu acho que o mundo é tão bonito como ele é, eu, pelo menos, comecei a fotografar para captar um pouco do que via…também o feio e o triste que fazem parte do mundo…acho tanta manipulação no fotojornalismo uma certa incoerência. tanta manipulaçnao faz mais sentido para mim quando se quer criar um mundo que não existe, um mundo fantasioso e não em fotos de uma tragédia como a do Haiti…
Justo! Fotojornalismo não é publicidade que se faz gato e sapato; até cachorro anda pelas paredes…
Ah, como é rica a alma criativa! Que nunca seja calada essa voz!
Acho q isso é critério do fotógrafo. Faz parte do processo criativo do artista.
Muitos escrevem com a razão, outros com o coração. Bom, fotografar é uma arte, por isso devemos valorizar a foto analógica onde podemos obter vários tipos de fotos com diversos tipos de filmes e cromos. Hoje a fotografia digital chegou para baratear o custo de filmes, químicas e revelações, mas é uma tecnologia que está sempre em evolução, como computadores, passa dois meses e já temos uma nova câmera de melhor qualidade de captura e sensores, então, para se ter uma foto de qualidade diretamente da câmera sem passar pelo photoshop o fotógrafo tem que ser muito, mas muito bom mesmo.
O que acontece hoje em dia é que tem gente muito boa no photoshop, boa mesmo e que conseguem transformar uma foto simples em algo extraordinário.
O que quero dizer aqui é, dou nota dez para quem conseguem tirar uma foto, ampliá-la e agradar a todos com a foto sem tratamento nenhum. Dou nota cinco para quem tira foto e precisa do photoshop para agradar a todos. Mas não significa que quem faz arte com o photoshop não mereça nota dez, mas isto para um concurso de manipulação e não de clique fotográfico.
A questão aqui é o que vem do clique e não do photoshop.
Quero ver aqui, quem faz um clique e sem passar pelo photoshop, ganha um concurso fotográfico.
Rodriguez Brasil
http://www.pjnagoela.wordpress.com
Afinal qual é o problema em usar Photoshop? Ora, tratar fotografia com maestria não é para todos. Ele fez um trabalho muito bom. Por que fotografia de pobre e de desgraça tem que ser sempre em preto e branco? Acho que os jurados cometerem injustiça.
Marilena Santiago
Hoje caí casualmente neste post, então vou aproveitar: TODA fotografia digital colorida é falsa. Arquivos RAW são P&B
[…] com Caio Guatelli, para montar o post Ronaldo é preto e branco, surgiu um papo sobre o post Muito Photoshop? Caio deu a sua opinião e falei que seria bem vinda nos comentários. Caio enviou a sua opinião […]
[…] de tantos comentários (mais de 70 até agora) no post Muito Photoshop?, fiquei com uma coisa na cabeça: vamos mostrar os Raws. Foi aí que surgiu a ideia da seção […]
Concordo plenamente com o Diogo.
Uma bobagem achar que a foto termina no click. O tratamento fica por conta de cada um, e foda-se va julgar quem de direito, não precisa “recusar”. Ou vamos homogeneizar o estilo, a estetica, o pensamento, o sentimento, o que é de bom ou mal gosto????… ah meus ditadores…
Acho que este Dinamarquês deveria lançar um livro chamado:
“Como ferrar uma foto com Klavs Bo Christensen”
Todas as minhas fotos passam por um tratamento no photoshop,., mas algo bem discreto, amo o PS.
Fiz uma busca pelas fotos deste Klavs, e são todas neste estilo., SHARP demais, CONTRASTE demais… tudo exagerado., fica com aquele aspecto HDR., horroroso.
O cara tem as melhores oportunidades, os melhores momentos, mas consegue ferrar com tudo.., olha, na minha opinião., bem justo esta decisão da comissão julgadora.
Nossa … é impressionante. Já tinha lido sobre o que aconteceu, achei justo.
Estou acompanhando todos os posts e em vários momentos tive vontade de comentar também…esperei, intuí que isso ia render. Hoje abri novamente o blog e bem…não resisto em dizer que fiquei muito feliz com a frequência e com todos os comentários(a essa altura, pelo menos pra mim, não importa mais se são contrários ou favoráveis ao tratamento da imagem, a manipulação, todos contribuem com a reflexão), a grande questão ,penso, é que tudo isso reflete uma coisa muito importante: até que ponto a APARÊNCIA nos comove, convence, emociona,permanece?
Que imagens, que ações, nesse mundo tão poluído de tudo, vão realmente durar “mais que 15 minutos”? Porque a “manipulação” ,como já foi dito, sempre existiu. Aliás, o pensamento, as escolhas que cada um de nós faz já são “traduções da realidade”, não é?
Então, acho que o mais importante é a gente não perder de vista o LUGAR da nossa emoção, que esta além das aparências, que só reverbera, ganha corpo ,se tem alma. E,não tem laboratório, nem photoshop que dê conta dessa “alma”.
Sei que posso estar sendo piegas, romântica, mas a natureza não me deixa sozinha nesse pensamento: nada que não seja forte em sua condição sobrevive a passagem do tempo.
Acho Alexandre ,que esse post rendeu tanta movimentação porque estamos todos, cada um a seu modo, nos questionando sobre a PERMANÊNCIA e IMPORTÂNCIA das nossas idéias/ações em uma sociedade cada vez mais volátil…sabe, as vezes tenho o sentimento de que vivemos num jogo de playmobil, que um dia vai ser desmontado, e aí? Parece que as peças já começaram a cair….
Uma pequena correção: a entrevista com Zehbrauskas teve 5 comentários. Sorry!
Pessoal,
Surpreso é a palavra e sensação que tenho com tanta movimentação pelo blog. Agora, nesse momento, já são 65 comentários. Algumas dúvidas:
* Fico me perguntando por que e o que motivou tanta discussão? Foi a convocatória que fiz no post para a galera colaborar: “Opiniões são bem vindas!” Acho que não. De qualquer forma, Vou convidar mais… 🙂
* Se não tivesse postado as imagens em RAW, o impacto seria o mesmo?
* Por que, ainda, a questão do tratamento e manipulação desencadeia tanto “bate papo”?
* Também acho que a decisão dos jurados é o “fato” para a discussão.
* Vocês viram os ensaios de Adriana Zehbraukas? Quantas reportagens maravilhosas? Uma cobertura com uma abordagem clássica. A entrevista dela não teve comentário. Como tantas outras.
Pio, o Olha, vê não tem pretenssão de assumir o lugar do Fotosite. Como você sabe, sou o “bloco do eu sozinho”. Divido o dia entre 8/9 horas de redação, família e blog. Mas, a vontade de trazer coisa legal é o motor do Olha, vê. O nome do blog é isso: Olhe, veja + Escreva, opine. E, como você falou, os blogs podem fazer isso. Todos juntos, você não acha? Leo Caobelli?
Das pessoas que conheço, já pintaram por aqui: São Paulo, Rio de janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Brasília, Barcelona e Pernambuco. Me despindo de modéstia (que me conhece, sabe que tenho muita), como diz o slogan da Rádio Jornal (do Recif), uma das mais antigas do Brasil: “Pernambuco falando para o mundo.”
Não vejo problemas no que foi feito no tratamento das imagens , pois tem o conceito do fotógrafo , não importa se ele usou computação grafica apos a foto .Muitas vezes alteramos o local a ser fotografado para um melhor resultado em relação o que temos em mente e isso é visto como olhar do fotografo , então porque não podemos alterar a temperatura de luz , as cores o contraste.Agora o que esta acontecendo muito , é a não colocação de crédito para os tratadores de imagens , que muitas vezes conseguem ambientar e muito uma foto e nnao alterando a imagem e sim enriquecendo com seu toque.
Belém, já peguei esse tipo de discussão várias vezes nos fóruns de fotografia da internet, e hoje nem opino mais. No entanto, como recebí novo e-mail do “Olha, vê” referenciando este post, vou me posicionar.
O juri é imbecil e eu jamais teria enviado o RAW pra eles.
O RAW é um arquivo que deve ser trabalhado – negativo que vai a laboratório de revelação.
O JPEG faz a mesma coisa, só que automaticamente, dependendo dos settings que se faça na câmera.
A foto pronta é aquela que o fotógrafo exibe ao público, independente do gosto pessoal de cada um.
Portando, se não agrada ao juri, desclassifique. Mas usar esse argumento é mais que imbecilidade.
Minha única resalva é que, sendo uma fotografia com pretensão jornalística/documental, o tratamento dado não deve alterar a realidade a ponto de se ter uma leitura errônea do fato documentado. Isso não quer dizer que a dramaticidade de um fato não possa ser exaltada – sem exageros, de acordo com o sentimento que o fotográfo teve ao registrar a cena.
É isso aí.
Grande abraço,
Wellington Dantas
Oi Belém,
que legal tantos comentários! Tomara que o Olha e Vê assuma o espaço deixado pelo Fotosite. Assim como o blog do Versiane!
Seria bem bacana blogs dando conta de informações e discussões para gente. Blogs são melhores que portais para o fomento e notícia.
O que se está sendo julgado nesse post são os jurados desse concurso, não é verdade? Me parece um recado dado por eles de que estão perdidos na discussão, de que não estão entendendo nada. Daí a forma de autoridade de julgar como desclassificado o trabalho em questão.
Vale dizer que os raws, aqui em julgamento, estão super bem expostos. É só olhar as altas luzes e sombras, estão lá, ricas em informação.
O juri se faz absurdo, fenomenalmente absurdo, quando pede o raw para ser julgado. Isso é único na história. Uma prepotência ignorante, se permites a redundância.
A interpretação desse raw pelos fotógrafos, bem, o cara é meio breguinha, não é verdade? Na nossa umilde opinião..
Mas desclassificá-lo é impor regras anti-éticas.
Que bom vermos as opiniões colocadas por todos aqui no seu, e cada vez mais nosso, blog de fotografia.
E é legal percebermos que quem está sendo julgado aqui é o juri do concurso.
Os raws aqui do colega dinamarques estão muito bons.
Pensem que o formato raw carrega toda a informação que o sensor de uma máquina fotográfica pode capturar. Quando esse raw, representado em histograma, se mostra assim com um complexo corpo de informação, de reação a exposição, dá-se o que podemos chamar de um bom resultado.
Como as máquinas digitais tem uma grande latitude de exposição, um arquivo raw, que preserve e descreva essa latitude, tende a ser sem graça.
Aliás esse sem graça é relativo, até porque esses raws aqui em questão estão super legais de serem trabalhados! É quase um gozo pegar um raw assim pela frente!
Acho que o fotógrafo como Autor, tem todo o direito de usar as ferramentas que o mundo digital permite.
E as pessoas tem direito de gostar ou não. O concurso é que vacilou foi a organização do concurso, pois não deixuo
claro, que não poderia haver um “”””uso excessivo do Photoshop””””. Eu prefiro as fotos depois do tratamento!
Muito boa a discussão… é um fato que intriga bastante.. venho so adicionar um fator… nenhum filme fotografico e sensor digital até então inventados são capazes de captar a latitude que o olho humano consegue enxergar, nosso olho consegue captar informações de sombra em ambientes altamente luminosos e vice versa… em um espaço de tempo incalculavel.. ou seja.. a representação atraves de nossos equipamentos fotograficos nunca foi fiel ao que o nosso olho captou e ao que nosso cerebro processou… e ai? onde vamos chegar se a imagem produzida pelos sensores fotograficos não é “real” ? o tratamento das imagens fica sendo uma forma de aproximar do real ou de distanciar do mesmo?
Alguém aqui já viu uma pessoa ou paisagem preto-e-branca? Eu nunca vi.
Podemos então desclassificar todas as fotos PBs de todos os concursos, certo?
Polarizador, filtro de densidade, químicos tudo isso pode mas photoshop não.
O autor alterou drasticamente as fotos? Sim. Mas ele alterou os elementos da foto, a disposição de objetos, criou novos objetos? Pra mim não.
Minha opnião é de que alteração de curves, levels, cores, brilho, contraste, saturação etc são todos legais e bem vindos.
Vinicius
As questões de escolha,o ponto de vista de ambos os lados (de todos os lados…rs),a sutilização maior ou menor dos “sentidos” emanados por quem produz as imagens e dos que as contemplam,a manipulação da fotografia e seus limites são questões que flutuam entre a realidade externa vista pela câmera e a interna sentida pelo fotógrafo.Todas as formas valem à pena e são legítimas.As regras de um concurso podem sim,delimitar fronteiras/limites.Assim como outro pode ampliar estas fronteiras.Como disse,é tudo uma questão de escolha e multiplicidade válidas.Engraçado…me vem a lembrança do salão dos recusados e a importancia para a história das artes visuais e para o pensamento moderno…e os novos paradígmas…http://www.google.com/search?q=sal%C3%A3o+dos+recusados&sourceid=ie7&rls=com.microsoft:en-US&ie=utf8&oe=utf8
O tempo dirá…mais uma vez…
Alexandre,
Antes de dar minha opinião tenho que parabenizar pelo blog e pela discussão em alto nível.
Eu acredito que não tem mais volta, a ferramenta está aí e as pessoas usam como acham melhor.
E se ele tivesse saturado um pouco menos, tudo bem? Estaria concorrendo da mesma forma?
Sei não, acho que dá margem para questionarem os ganhadores tbm.
Ou será que vão pedir o arquivo original Raw para os ganhadores tbm?
Abraço a todos!
Tratamento ou manipulação?
Bom, ir no dentista e sair com o dente obturado é tratamento. Já sair com o sorriso do Rodrigo Santoro, no meu caso, é manipulação.
Correndo por fora, bem atrasado e com dor nas costas, aí vai meu pitaco.
Eu sou da opinião do Caobelli e do Clicio, não é porque agora existe photoshop que antigamente não existia “tratamento”, e no meu ponto de vista as fotos acima possuem exatamente isso, tratamento e não manipulação. Mas não custa analisar o regulamento dos concursos para saber o que inscrever né?
Belém, ANIMAL ver tanta movimentação aqui no Olha, vê! Parabéns.
Abraços,
Henrique
Muito show as fotos tratadinhas! Um arrrraso!!!!
Senti apenas falta de algumas nuvens bochechudinhas soprando ventinhos (furacão é um termo forte e fere a minha forma autoral de ver o mundo) na costa machucadinha (devastação é um termo que não combina com a minha arte) desse país aí que nem me interessa o nome (Haiti, o país mais pobre das Américas? É, pode ser, vá lá…).
Já, chega agora, acho que já me expressei demais. E está mesmo na hora do meu Teletubbies, que é bem coloridinho. Coloridinho não, saturado – é mais fashion e combina mais com meu jeito moderninho.
Beijocas!
Joãozinho Clic-Clic (também cansei de ser chamado de Anderson Schneider)
É realmente complicado dar pitaco depois de tantos comentários legais e bem embasados. Mas vamos lá:
Achei realmente a maior das bobagens (senão uma sacanagem mesmo) a desclassificação das fotos. Como disse alguém, é como desqualificar um prédio vendo suas estruturas inacabadas. O que se aplicaria era uma avaliação ruim sobre a foto com uma argumentação bem fundamentada (alguém anteriormente lembrou também da importância da crítica, que deve ser feita honesta e ponderamente).
E bem lembrado a informação do Ivan de seu xará sobre o conceito japonês de fotografia. Também aposto nos “reflexos” da realidade pela foto.
By the way, eu gostei das imagens, mas como alguém também pontuou, tá faltando braço! Eu que faço fotografias em analógico, sempre tento chegar o mais próximo possível daquilo que eu vizualizo/imagino na minha cabeça quando to fotografando… e já brinquei no jogo delicado do cromo também, hehe.
Enfim, grande abraço!
Esse tipo de discussão só enriquece. Parabéns!
Versiani,
O importante é chegar e opinar. Valeu pela visita e obrigado TODO MUNDO que tem comentado. É impressionante como muita gente tem me abordado para comentar, pessoalmente, sobre o post.
Abraços.
Caro Alexandre e amigos,
chego atrasado mas chego.
Alexandre, parabéns! Dá gosto passar por aqui e ler os 51 comentários. Como gosto de escrever, virou documento. Viirou referência e merece se espalhar pela rede. Mais dia, menos dia vou chamar lá no blog da Pictura.
E aproveito para palpitar.
Quem entra em concurso, aceita as regras. Ponto final. Concurso é uma coisa complicada.
O que quer dizer?
That is cropping, burning, dodging, converting to black and white as well as normal exposure and color correction, which preserves the image’s original expression.
A frase pode ser interpretada de várias maneiras, depende de quem lê, não é? É uma idéia, um conceito.
A decisão poderia ser muito bem aceitar as fotos do fotógrafo.
Eu concordo com o Alexandre quando ele diz que o Klavs poderia ter caprichado um pouco mais na hora de fotografar. E o Achutti lembrou bem da época do cromo. Se não caprichasse no cromo…
Eu não gosto das fotos, ou melhor, isso não é mais fotografia, isso é foto ilustração, ou seja, é tão manipulada que esconde o olhar do fotógrafo. E discordo do Alexandre, como foto ilustração, a terceira funciona muito bem e para deixar claro, não tenho nada contra manipulação de imagem, pelo contrário. Tenho visto muita foto super saturada e muita foto desaturada, algumas coisas interessantes, mas muita coisa tipo, “olha que bacana como eu uso o photoshop”.
Me declaro um conservador quando a conversa é fotojornalismo.
E para quem ainda não viu, aqui mesmo no blog, o Pulitzer do Patrick Farrel é de encher os olhos e por coincidência, no Haiti.
Ah, e um detalhe importante, me incomoda muito o “uso” da imagem da senhora na segunda foto. Posso estar errado, mas a sensação que a fotografia manipulada me passa é que tanto faz ( para o fotógrafo ) estar ali uma senhora ou uma cadeira como na terceira foto.
Abs para todos.
Alexandre, parabéns por essa nota e pelo conjunto da obra.
Particularmente eu não gosto de tratamento exagerado seja em laboratório, seja em programas de edição.
Partindo dessa premissa, não vou aqui tomar partido se o sujeito é fotógrafo ou não, se fez certo ou errado, mas apenas levantar um ponto que AINDA não foi abordado: o erro na elaboração das regras do concurso.
Se era para apresentar os arquivos crus, que ficasse claro no regulamento, se não era para manipular, que deixassem claro; eu já vi regulamentos em que está explicito que a imagem deve receber apenas alguns ajustes de brilho e contraste.
Talvez esse seja um ponto a ser debatido entre os fotógrafos das mais diversas áreas e, que o regulamento seja o limite da manipulação e não a opinião desse ou daquele personagem da comissão julgadora.
por que ter uma boa camera?
por que ter as melhores lentes e filtros?
por que estudar fotografia e ler milhoes de livros?
por que praticar fotografia?
por usar nossa sensibilidade para fotografar?
muito facil fotografar e manipular tudo por photoshop depois, por isso eu nao considero o senhor dinamarquês Klavs Bo Christensen, um fotografo, ele pode ser um artista, alguem que goste de fotografia, mas um fotografo eu acredito que nunca faria isso.
e pelo que vi nas imagens acima, nao era um concurso de fotos publicitarias ou artisticas…
Não sei sobre o regulamento do concurso. De qualquer forma, não é possível aprovar ou reprovar por “uso excessivo de Photoshop” ou outra solução que o fotógrafo considere importante para seu trabalho. A comissão “julgadora” perdeu o “juízo”. Julgar diz respeito a “crítica”, a atribuição de valor. A crítica fotográfica significa interpretar e analisar os dados visuais, considerando não apenas a solução técnica mas, avaliando a imagem como forma expressiva, traduzindo os significados que transmite com o simbolismo implícito em suas formas. O que determina a crítica depende de um conjunto de referências abrangentes. Neste caso do concurso, a referência foi estreita – tratando apenas da questão técnica. Portanto, ainda não é “crítica”.
“Foto é apenas foto.
Não é a verdade.
Aliás não é nem a expressão da verdade.
É uma interpretação.”
Antônio Gaudério
1- Quando se encara fotografia como mensagem, o fotografo pode usar qualquer artificio para o que seu objetivo seja alcançado.
2- O concurso era de fotoarte ou fotojornalismo? Enquanto fotoarte a manipulação é válida. O mesmo não se aplica a fotojornalismo em que a manipulação pode alterar a mensagem e então a ética deve falar mais alto.
3- Concordo com muitos aqui: as fotos ficaram lindas.
só pra acrescentar à ótima discussão aqui, o W. Eugene Smith, talvez o mais importante fotojornalista de sua época nos eua, passava três dias trabalhando uma única cópia no laboratório. ele era famoso pela manipulação de seus negativos. e no entanto criaram até um fundo para beneficiar “humanistic photography” em seu nome. seu trabalho sobre minamata ainda é até o hoje talvez o melhor trabalho de fotojornalismo americano, levando-se em conta toda sua história:
ele deveria fazer em três meses e ficou 3 anos fotografando e pesquisando a poluição de mercúrio de uma indústria na cidade japonesa de minamata. a poluição era tanta que os gatos todos da cidade enlouqueceram e se jogaram no mar!! o próprio Smith foi espancado quase até a morte… a história é ótima e quem quiser saber mais veja http://www.photobookguide.com/review/w-eugene-smith/minamata/.
tudo isso pra dizer que concordo com o Clicio, não desclassificaria as fotos que ficaram lindas, muito melhores que seu arquivo em raw. julgar uma foto pelo arquivo em raw é como julgar se um apartamento é bom vendo o prédio em construção:
a estrutura tá lá — mas e o acabamento?
Raw, até onde sei, significa cru, bruto. Confundir isso com original já é um grande problema. O concurso errou ao desclassificar, errou ao considerar o raw como base para seu julgamento. Penso que logo teremos mais maturidade para encarar esses exageros apenas como exageros. Não como tabus ou limites.
Nunca existiu fotografia sem manipulação. Nem com pinhole, nem com filme, nem com digital.
Pessoal,
Como disse o amigo Alan Marques: “bacana é ler tantos comentários bons e cheios de afirmações ponderadas”.
O debate continua muito bom e cada um com a sua opinião.
Fiquei contente com os cometários de tanta gente que não conhecia e presenças que prestigiam o Olha, vê como o Alan, Salmito, Clicio e Luis Achutti.
Espero encontrar todos por aqui outras vezes…
As fotos estão lindas.
Para mim a pergunta é: o uso de um filtro, modo de captação, lentes tele e angular são formas de alterar a realidade? Claro que alteram e é isso que faz da fotografia algo tão especial e que possibilita colocar sua visão do mundo na foto. Mais do que isso, o photoshop é uma ferramenta igual aos recursos mecânicos das nossas câmeras e aos jogos de lentes e filtros que dão tanta personalidade as nossas fotos. O programa deve ser usado e as regras para isso são definidas conforme a finalidade da fotografia. O limite tem o formato antagônico da soma de imaginação forte com o bom senso.
O meu raciocínio é que ele foi desclassificado porque existia uma regra e ele não seguiu e é o mesmo que trabalhar para jornal que tem linha editorial que não permite o uso do photoshop para apagar o acrescentar elementos quando se faz fotojornalismo (e olha que tenho visto muito coisa na área de fotojornalismo, que ganhou prêmio pelo mundo, carregada no tratamento digital).
O resultado das fotos tratadas está ótimo, mas esse trabalho poderia ser alcançado, por exemplo, com uso de outros recursos como foi dito nos comentários anterios ou se fosse feito em um laboratório químico (um cromo cor revelado em C41 daria um resultado bem parecido) ou na hora da ampliação (com papel contraste e tempo de exposição). Nada do outro mundo.
Agora o que é realmente bacana é ler tantos comentários bons e cheios de afirmações ponderadas.
Viva a fotografia.
Parabéns Alexandre pelo espaço de debate que se solidifica cada vez mais na net.
A fotografia desde os primórdios passa por manipulações. Cortes, revelações, ampliações, colorizações… montagens tb!
Lindasfotos. Só acho que hj parece que todas as fotos de fotojornalismo tem essa pegada aí de tratamento. É válido, mas repentitivo e fica meio publicitário, acredito.
Mas, repito: muito bom!
Só posso concordar com o Leo; parem com esta história de “fotografia pura”, pois a fotografia já nasceu contaminada pela pintura!
Aliás, Leo, obrigado pelo empréstimo do pentaprisma da Hassell, e P A R A B É N S pela exposição do Garapa na Galeria Olido; a Jully me disse que gostou bastante…
Buenas,
Clício pegou um bom ponto: quem são esses caras?
Quem julga algo?
Quem definie o que é real?
Quem define o que é tratamento demais?
Quem viu os originais (negativos) de Eugene Smith e depois comparou com os magníficos prints que ele fazia?
E Ernst Haas?
É impossível que a fotografia ou qualquer expressão artística ande para trás. A digitalização do laboratorismo nos trouxe ferramentas de maior precisão. Podemos trabalhar dentro dos mesmos preceitos de burn and dodge, saturação, etc.
Agora, o mais bizarro deste concurso é que os caras, primeiramente gostam de uma foto, e depois pedem os raw para desclassificação.
Seria o mesmo que pedir ao Picasso para ver os rascunhos dele para chegar em uma obra e depois desclassificá-lo pq a obra está melhor do que o rascunho.
Faça-me o favor, mandem esses jurados para ser banca de um show de calouros… eles devem entender disso, já que de fotografia eles não entendem nada!
sou rep´rter fotográfico de um jornal do interior do RS. Certa vez fiz um clic simples para uma pauta, era uma silhueta de uma torre em uma tarde daquelas de céu vermelho. Um leitor ligou para o jornal querendo saber onde tinha sido feita a fotografia, pois queria ir la. Dei o endereço. Se um leitor ligasse para o fotografo em questão, que será que ele diria? será que daria o endereço de sua casa, para a pessoa ir ver no seu computador?
E já que achutti mencionou publicidade, vale lembrar que na publicidade são utilizados muitos recursos de montagem. Foto é foto, imagem de publicidade é outra coisa.
Também sem esquecer que com a publicidade todos tem o pé atrás e sabem que a realidade está alterada… o mesmo deveria acontecer com o fotojornalismo de agora em diante, será?
se ele acha que a foto dele é boa o suficiente sem a cor exagerada, informando pelo conteudo+composicao, nao necessitaria da manipulacao.
Agora, se ele quer impressionar pela cor, tem que aprender a fazer na máquina, isso sim mostraria a técnica dele como fotógrafo, e nao como arte finalista.
Para somar ao diálogo eu diria:
– A publicidade há tempos que reinventou para mais a realidade. Uma cerveja gelada não fica suada quando vai a mesa da forma como aparece nas fotos que vendem cervejas geladas. Uma mulher pelada na vida real não tem o corpo das mulheres peladas pela propaganda e pelas revsitas que veiculam mulheres nuas. Aliás, antes do fotochopi, ovo frito não era ovo, era pêssego em calda e mulheres eram fotografadas geladas para ficarem arrepiadas, torturadas que eram com fitas colantes – cirurgia plástica feitas no próprio estúdio dos fotógrafos.
– O Ansel Adams dizia que o negativo era como uma partitura, dizia ele, de uma partitura mal escrita não sem executa música boa.
– Por falar nisso, que ruimzinhos os negativos digitais apresentados. Estariam os fotógrafos ficando preguiçosos e querendo engordar, sentados como caminhonieros o dia todo ? Alguém lembra do tempo em que se fazia free para revistas de São Paulo com filmes positivos coloridos ( cromos) ? Naquele tempo meio diafragma errado acabava com os frees subsequentes.
abraços.
A c h u t t i.
TA FALTANDO BRAÇO!!!
Ha! Fala serio!…
Vale tudo? Tem que definir o que é artes plásticas,(alguns artistas utilizam fotografia como linguagem em alguns trabalhos), publicidade, ( tem que vender uma idéia, um conceito). E o que é fotografia! Pô! Duzentos anos do processo fotográfico e os caras acham que podem fazer o que quiser, mostrar seus devaneios como verdade? Uma representação construída conforme gostariam que fosse.
Se o holandês estivesse concorrendo em uma categoria tratamento de imagem, beleza! “Pos produção”…
O abuso desses filtros do Photoshop, muito usados nos cartazes de cinema ficava interessante, mas agora ta cansando! O cara fotografa seu gato em casa taca um filtro e é fotaço”! Nada contra acho os felinos super interessantes, mas ta faltando uma pouco de bom senso, de olho e domínio da técnica! TA FALTANDO BRAÇO!!!!
O debate entrou por um lado que é bem complicado…
Realidade.
Então vamos lá.
Existem duas origens para o nome fotografia. Uma delas é grega e é usada por nós (foto = luz, grafia = escrita).
Não gosto muito desse termo mesmo usando ele diariamente.
Prefiro o rótulo que se usa no Japão. Sha-shin = Reflexo da realidade.
Assim a fotografia é uma forma de expressão visual.
Sei que o debate era sobre o uso demasiado do programa, mas a “realidade” na foto vai depender exclusivamente da carga emocional do fotógrafo e de suas escolhas. Ele não escreve nada. Descarrega todo seu repertório de imagens, sensações, cultura… tudo em uma fração de segundos.
Por isso prefiro concordar com Ivan Lima em “A fotografia é sua linguagem” e apostar no reflexo de realidade.
Também prefiro continuar seguindo Ansel Adams e apostar no complexo processo fotográfico que soma captura e tratamento com pesos iguais.
E não concordo com a eliminação do fotógrafo do concurso.
(Mas não gosto do tratamento dele)
Descordo totalmente da desclassificação bem como descordo da premiação. As fotos são exageradamente tratadas sim, ao meu ver não são dignas de prêmio pois são imagens muito forçadas, porém isso é opção do fotógrafo e deve-se respeitar.
outra coisa…
Parabéns pra A. Belém, o blog tá mára! heheehe
Minha humilde opinião.
pelo pouco que eu entendo de fotografia…
os arquivos RAWs são capturados com uma quantidade muito maior de informaçães de cores, exposicão, latitude, etc
do que os JPG, que são arquivos comprimidos, ou seja… talvez possamos dizer que ja são manipulados pelo
software da camera. (além do fato de que você ja pode manipular um mooonte de coisas na própria camera, tipo..
quantidade de pretos, intensidade de RGBs, saturações, contrastes, WB e mais).
Então as nossas imagens geralmente, ja nascem digitalmente manipuladas.
Fotografia seria… escrever com a luz né?!
então, do mesmo jeito que se pode ligar um flash remoto em um determinado lugar (manipulando a luz natural do ambiente).
voce pode ter o “mesmo” ou quase o mesmo [com Efeitos colaterais hehe] resultado usando o PS ou outro programa.
Basta entender o suficiente sobre o PS, e saber como fotometrar a cena pra ter as informações de cor e luz necessárias pra conseguir o resultado desejado no final.
Seja com photoshop, flashes, rebatedores, lanternas, polarizadores, ou esperando o sol mudar de posição, além de mais uma porrada de coisas que podemos fazer…
estaremos fotografando, ESCREVENDO COM A LUZ, “escondendo ou mostrando” cada ponto de luz em determinados lugares que desejamos.
PRA MIM É VALIDO, PHOTOSHOPAR TA VALENDO!
e concordo com Andre Cherri, fuleragem nesse caso seria uma colagem, montagem ou coisa do tipo…
Amém!
Phillip, mal entendidos acontecem, mas quando vc diz “como saber se o fotógrafo viu realmente aquele contraste e saturação na cena ou se apenas criou isso para causar mais impacto???” eu sou obrigado a referenciar Ansel Adams outra vez, afirmando que “o que ele não viu com os olhos ele pode ter visualisado com a mente”. Assim como a parede de Fernando, as cores estavam todas lá, o tratamento apenas as tornou evidentes. Eu pessoalmente não gosto quando algumas fotos são ultra saturas, mas as cores estão lá, é opção do fotografo usa-las (ou não). Se o concurso é de fotojornalismo não se deve inventar fatos, mas fora isso, acho que tudo é válido contanto que toque o coração. E aí entra a discursão do que é a própria arte.
Dizer que não gostou da foto por parecer muito artificial é uma coisa, mas afirmar que o uso é excessivo, e por tanto errado, outra história! Para mim não existe uso excessivo, mas um resultado que não agrada a determinado público, é uma questão de opinião. Para o azar dele esse público estava julgando os trabalhos. Poor you Klavs Bo Christensen…
Aceitar como arte é facil, o dificil é engolir como informação.
Caros colegas, me desculpem se me fiz interpretar mal. Não condeno as imagens e nem o Photoshop, pelo contrário sou apreciador do software e dos resultados que o mesmo proporciona. Simplesmente quis comentar que ele poderia ter utilizado outros recursos para o tratamento não ser tão gritante… E tive a intenção de questionar se valeu a pena tratar tanto e gerar essa polêmica???
Abraço a todos…
PS.: Acauâ, concordo com vc e até costumo falar que a manipulação parte do olhar do fotógrafo que selecioa que parte da imagem vai ou não registrar… e aliás, não cabe a mim e nem a linguém definir o que vem a ser realidade!!!
É curioso como qualquer usuário de Photoshop se proclama especialista em manipulação, e mais, tenha o direito de definir os “limites” (aspas, pois essa é uma discussão infrutífera e consequentemente tediosa). Alguém lembra de ter sido chamado à trazer o cromo pra provar sua idoneidade fotojornalística? Esses bedéis da imagem deveriam ir além: cópia que esteja em positivo também não vale, pois não bate com a captura que é em negativo abaixo de uma camada laranja.
Expressões sacras como truthful representation falam por si só: se auto consomem, seja pelo desentendimento dos processos da linguagem, seja pelo próprio conteúdo semântico, contraditório até o quark.
Com excessão da aérea, não gostei das fotos, mas isso é totalmente irrelevante; concursos de fotojornalismo primam pelo verbal (reforçado pela espetacularidade da imagem), são suportados pelo texto, pela story. A banca afirma, com sua investigação, julgamento e condenação, que o mesmo autor do texto-legenda MENTIU ao ilustrar os fatos que todos [acham que] conhecem pela grande mídia. É, ilustrar. Ao fotógrafo não cabe função alguma além disso? Se fizer algo mais ficará na nebulosa fronteira entre a manipulação digital que qualquer micreiro faz e a celestial e longínqua Arte; aí neste caso ninguém mais discutiria, o trabalho seria autenticado e valorado por mecanismos próprios em outras esferas da insanidade humana.
Sobre RAW (melhor dizendo ?aos não afetos ao mundo digital? o negativo digital), aqui há um exemplo minimalista:
UMA PAREDE
Jamais admitirei que digam “essas cores não existem, eu conheço o dono do muro e sei que ele foi pintado, e com 2 demãos, na cor [sic] branca, o mais alvo, puro e angelical branco.”
Vão me desculpar, eu apenas revelei o DNG, levantei o véu da verdade daquela parede muda: creio, humildemente, ser essa nossa obrigação, fazendo arte ou pouco menos que isso; seja com gente, paisagens, subtextos impostos, realidades mais reais que o rei, o que *É* é o que nos parece e fazemos aparecer.
Fiquei bastante contente com a quantidade de comentários. Na última vez que vi, estava em 6… Agora, são mais de 20.
Concordo com muita gente por aqui e é sempre bom ler opiniões diferentes. Nos faz pensar, pensar e pensar…
Para não ficar em cima do muro, a minha opinião: Eu não desclassificaria o fotógrafo.
Numa olhada rápida, prefiro as fotos com Photoshop, sem dúvida. Tirar do concurso é besteira.
Guardadas as devidas proporções, lembrei de uma sérire que ganhou o Worldpress em 2007/2008: corredores na linha de chegada. Citaram Pep Bonet. Legal, muito bom.
Mas, olhando as fotos “brutas” e dando uma de fotógrafo chato… O fotógrafo poderia se esforçar um pouquinho, não acham? A terceira foto (a do ventilador) está muito ruim. Um flash bem colocado ficaria legal, não?
Uma foto dessa, eu deletaria na hora. Fazer em RAW significa fazer de “qualquer jeito”? Depois eu “arrumo”…?
Aí, já começa uma outra história.
A minha opinião é que o tratamento poderia ser um pouco mais suave, para ficar mais natural.
Que fique claro que não concordo com a desclassificação do fotógrafo no concurso, pois acho que o tratamento serve para dar o “acabamento” na imagem bruta capturada.
Só acho que o tratamento ficou um pouco demais. Uma questão de gosto, prefiro uma correção mais amena por se tratar de um trabalho documental. Mas o fotógrafo é quem deve decidir como deve ser o resultado final do seu trabalho.
Phillip, defina realidade… se eu mudar o enquadramento será que não modifico a realidade?
Ao defender um bom tratamento ninguém quer desmerecer uma boa captura e sim da lelitimidade ao resto do processo. Não adianta apenas uma boa captura, assim como apenas um bom tratamento não é suficiente, entregue uma foto ruim e o manipulador não vai tão longe.
Quem consegue puxar informação de uma foto estourada? Quem consegue uma boa impressão de uma foto em baixa?
Se alguém não entendeu o recado do Ansel ainda: criação de imagens é um “PROCESSO”, dividido em partes, todas importantes.
O fotojornalismo tenta passar os fatos pelo ponto de vista (realidade) do fotografo. A realidade sempre é alterada.
É até feio esse tipo de confusão num evento desse porte.
Agora, se a comissão quer nivelar por baixo (e pós nas regras do concurso isso), já é outra história…
O que dizer então do ultimo ensaio de Pep Bonet? Lixo?
Abs a todos.
http://www.pepbonet.com
Dai eu pergunto, o que seria os fotógrafos famosos sem os laboricistas (nem sei se tá certo).
Pra mim fotografia é alquimia de imagem, quando se quer se chegar a isto, maior prova disto é a pintura que mitifica 3X mais seu tema que a fotografia em si, se não fosse para ter o processo do Photoshop, que proibissem do concurso.
Acho que o problema é que ainda a fotografia em concurso cobra a “realidade”, quando a mesma é apenas uma cópia…
A Ansel, vc insinou tanto…
Pena que o único cara honesto foi o que se deu mal…
Photoshop RLZ!
Eu acho que antes da questão tratamento ou não temos que ver as fotos, como um resultado final e não um processo. Ele registrou execelentes cenas que muita vezes passariam direto por varias pessoas. E ele usou de todos os conceitos técnicos da fotográfia digital, tirou uma foto que possibilitasse o maior nivel de interpretações possiveis. Ao analisar por cima o raw dele vejo que fez uma exposição correta e o que fez foi continuar o processo da fotografia digital trabalhar a imagem.
No labotário existia manipulação, por que deve ser evitada agora na fotografia digital?
Tratamento pesado ou não é parte do processo.
se este foi um concurso com foco em fotojornalismo, não concordo com a desclassificação, pois acredito, nesse caso, que a estética não altera os fatos.
Adorei as fotos desclassificadas!
E por falar em desclassificados…
Quem são os “curadores” da maioria dos concursos fotográficos?
Como disse o Ig; foto dessaturada vale, mas foto supersaturada não vale?
Eu, hein!
Pois é Fabiano Mendes!
Agora se alguém quiser ser fotógrafo é só fazer curso de PS2?
Temos que entender a fotografia JAMAIS será uma copia da realidade.
NUNCA.
Se a foto é de arte eu não sei. Se é documento. pff! Menos ainda.
Não sou contra o tratamento.
Sou contra negligenciar a técnica.
Concordo…
“Quem nunca tratou uma foto que jogue a primeira pedra”
Mas continuo achando que temos que ter muito cuidado na hora de capturar. Talvez mais cuidado que na hora de tratar.
Afirmo novamente.
Tratem suas fotos!
Mas lembrem de ser zelosos com o arquivo raiz.
Ansel Adams era o mestre das texturas sim. O mestre do tratamento sim. O mestre da ampliasão sim.
É pra isso que ele tem 3 livros (A câmera, O negativo, A cópia)
do contrário ele teria só A cópia.
Isso tudo está além do debate técnico, estético ou ético.
É uma questão de prioridades!
Boas fotos a todos.
Nem sempre os fins justificam os meios!!!
Ok, temos todo o direito de manipular a imagem desde que não venhamos a manipular a realidade… como saber se o fotógrafo viu realmente aquele contraste e saturação na cena ou se apenas criou isso para causar mais impacto??? O concurso é para fotógrafos ou para operadores de Photoshop???
Em se tratando de arte, o que interessa é a emoção que a imagem esta passando para quem a vê. O resto é balela…
A arte é feita das decisões que o autor asssume para alcançar suas intenções. Vale lembrar que o photoshop é maravilhoso, mas não faz nada sozinho, não toma decisões.
Olha, eu adoro ver making off, adoro ver como foi o processo de cada imagem, filme, etc. Mas o que eu acho importante mesmo é o contato da obra final (ou não) com as pessoas, com o público. A emoção.
Posso considerar que os arquivos originais, os RAW, eram esboços, estudos preliminares do que seria a obra propriamente dita.
O processo não legitima a obra, é a obra que legitima o processo.
iuuuuuuuuuuuuhhhh!
Nossa que díficil!
Sou manipuladora e não imagino fotos sem photoshop!
Mas fotos jornalistícas tem que ser captadas para retratar a realidade de uma forma mais pura possível (claro com alguns ajustes) já a estética fica para outro tipo de foto.
Uma bom fotógrafo (os que realmente são e não se julgam ser) não devem precisar de photoshop para suas fotos, mas podem acrescentar algo com ele.
Em relação à esse concurso, acho que deve ter um regulamento sobre o que é valido ou não, e concordo em ser apresentadas as fotos em RAW para realmente ser mostrado o que foi captado.
E deve se manter a diferença de uma foto artistíca (que na minha opinião tudo é válido) e de uma jornalistíca (com a realidade respeitada).
Ponto para Sr. Emiliano.
Não existe mais lugar para tanto puritanismo e até hipocrisias da parte dos que um dia admiram fotos manipuladas e outrora criticam e aplaudem uma ação de CENSURA (internacional) PURA!
A foto é do cara e ele faz que quer com ela…
…QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA QUEM NUNCA MANIPULOU(digital ou negativo)…OU TENTOU!
Eu morro de inveja por não dominar a manipulação, vixe!
A liberdade ainda é o primeiro passo para a criação.
Abraços a todos os colegas, manipuladores e não manipuladores(graças a DEUS tem espaço para todos)
Olá Emiliano, respeito seu comentário, mas então é só fazer um curso de photoshop colocar a câmera no Programa e avisar a todos que é o mais novo fotógrafo da praça.
Acho que não vale.
Abraços!
Hipocrisias aparte, o tratamento digital do Klavs Bo Christensen É VÁLIDO SIM!!! A imagem foi feita por ele, e assim como Ansel Adams que foi um grande manipulador de texturas e contrates temos o direito de manipular o arquivo RAW. Essa discussão de creditar o valor do tratamento para o Photoshop é inveja de quem não sabe usa-lo e só faz diminuir o valor da fotografia como arte. O fotógrafo não retirou e nem colocou nenhum objeto nas fotos… A comissão julgadora claramente não entende de fotografia e nem sabe pensar na imagem como produção artística, mas sim como uma xérox da realidade.
Concordo com Diogo em QUASE TUDO que ele escreveu aqui.
No livro de Georgia Quintas sobre o grande fotógrafo Man Ray fica claro que o processo de fotografar não acabava com a sensibilização do negativo. Revelação, ampliação e outras manipulações também faziam parte do processo fotográfico.
Porém Man Ray não trabalhava com jornalismo. Na minha VIL opinião o tratamento de imagem que vai servir de fundamento para informação deve ser feito, em sua maioria no próprio equipamento e depois sofrer ajustes em ferramentas fora do equipamento.
Concordo que poderíamos expandir ou contrair os níveis tonais de nossas imagens dentro de um cilindro de revelação simplesmente mudando o tempo de revelação e aquecimento. O que é exatamente igual quando modificamos os níveis no programa. Mas não concordo que só deveríamos ter esse tipo de preocupação na frente do monitor.
O bom e velho Ansel Adams dividiu as zonas de tons para que fossem trabalhadas no equipamento e que depois sofreria manipulação TEMBÉM no laboratório.
Logo, minha opinião é que não deveria ter sido desclassificado, mas ao examinar o material RAW notamos que a preocupação dele é só tratamento e não Captura + Tratamento.
Eu concordo com o Takeda. É muito agressivo o tratamento, modificou demais a fotografia. Tem de haver um equilíbrio. Não acho justo usar tanta manipulação assim dentro de um concurso de cunho jornalístico (não sei se era esse o caso). O bom senso deve prevalecer.
Seria ótimo, se o sensor ou o filme oferecesse a fotografia que prescindisse de tratamento, mesmo com uso de acessórios diversos. Tão descabido quanto os critérios deste concurso é tentar estabelecer limites para tratamento de uma imagem. No meu entender, é uma questão de liberdade de expressão. O tratamento pode ser uma forma, inclusive, de se libertar das limitações dos equipamentos, sem esquecer que os laboratórios digitais via software tb impõem seus limites.
Rpz, não concordo com a desclassificação.
Usem o photoshop, o lightroom, o GIMP o que quiserem. O negócio é se o fotógrafo se satisfaz, se realiza como “registrador” de luz tendo que passar horas na frente de um computador ou atrás da camera. Escolha e seja feliz.
Cabe lembrar que sendo assim, ao regularmos nossa saída de JPG da câmera (Contraste, Redução de Ruído, Brilho, Saturação, Dynamic Range, Sharpen) também estamos “alterando a realidade” ?!?!?. Não creio que as duas últimas fotos ultrapassem tanto os ajustes das câmeras… talvez o preto um pouco mais fechado, que particularmente é uma estética que me agrada muito. Concordo com o Diogo quando diz que deveria ser desclassificado se houvesse uma colagem, montagem…
Acho injusta a posição da comissão julgadora.
A primeira imagem realmente traz os ajustes que saltam mais aos olhos. As outras duas nem tanto. Acredito que a imagem fotográfica não seja simplesmente objetiva. Ao menos não quando se fala da fotografia enquanto uma arte.
Considerando que para um concurso da era “analógica” se enviava uma cópia e não os negativos, não considero que seja justo desclassificar o fotógrafo. Ninguém julgava os negativos dos trabalhos dos grandes fotógrafos da era “pré-digital”. Provavelmente esses negativos jamais sairiam de seus arquivos.
O que se fazia antigamente no quarto escuro é o que se faz hoje no Photoshop, guardadas as devidas proporções. Grandes fotógrafos construíram parte de suas reputações por sua excelência no trabalho de laboratório e na ampliação das imagens.
Mais um ponto pra discussão: qual a diferença entre utilizar um filtro que aumente o contraste no momento da captura da imagem e utilizar a ferramenta “levels” ou “brightness/contrast” no Photoshop? A meu ver, nenhuma. São duas técnicas diferentes para obter o msmo resultado. Como acreditava Ansel Adams, a fotografia, a imagem deve estar em primeiro lugar na mente do fotógrafo.
Na minha opinião, a não ser que houvesse uma colagem, fotomontagem ou manipulação no conteúdo da imagem, não se deveria desclassificar nenhum participante pelo uso das ferramentas disponíveis nos softwares de edição de imagens. Olhando assim de relance, não me parece que seja o caso.
O que poderia acontecer, pra se chegar a um meio termo é analisar os arquivos RAW. Não para desclassificar ninguém, mas talvez para determinar qual foi o profissional que conseguiu chegar mais perto da proposta na captura da imagem. Confesso que nem isso me parece justo, agora que reli esse último parágrafo.
Acho que um concurso de fotografia serve para avaliar fotógrafos e não tratadores de imagens. Então concordo com o Phillip: o fotógrafo poderia mostrar sua capacidade e qualidade utilizando os recursos existentes e deixando o mínimo de trabalho possível para o tratamento.
Na minha opinião, ele realmente deveria ser desclassificado. Apesar de achar que ajustes básicos são necessários em TODA fotografia digital, na minha opinião ele ultrapassou a barreira de ajustes básicos e transformou a foto demasiadamente.
Abraço
Bem, acredito que ele poderia ter utilizado meios de fotometria, filtros como o polarizador e alterado os parâmetros da câmera (se tratando de imagem digital ) para obter mais saturação contraste e nitidez no momento de obter a imagem para não precisar tratar tanto as mesmas…
“RAW is not equal to reality”. Acredito ser um caso de exagero por parte da comissão julgadora… creio que apenas o tratamento da primeira imagem esteja mais grotesco do que exagerado enquanto as outras imagens estejam “dentro do limite” (meu, subjetivo) de pós-tratamento.