Foto 1
Foto 2
Yann Gross na sala Complejo El Aguilla onde abriu sua exposição ao público
Visitantes observam fotos de Yann Gross na sala Complejo El Aguilla
Fotos: Toni Pires/AnDaLuZ
Toni Pires – Madri
Depois de dias quentes, a brisa fria sopra sobre a árida Madri, anunciando um pouco de chuva para este começo de noite. Pero, a mudança foi apenas nos termômetros. O humor do madrilenho subiu, o momento cultural foi quente. Ainda há a feira de livros e agora à noite um show do AC/DC e boas exposições de foto se abrindo ao público no PhotoEspaña.
Hoje pela manhã, visitei a exposição, que para mim era muito esperada: Descubrimentos do PHE09. Para explicar com imagens, eu diria que este olhar (foto 1), gerou este sorriso (foto 2). Estava curioso para ver os finalistas deste ano, foram mais de 1.100 projetos apresentados aos curadores, que neste trabalho são chamados de Visionadores, achei ótimo o termo!
São mais de trinta visionários que tiveram o prazer de ver os trabalhos e nesse grupo tem dois brasileiros, Edu Brandão, da Galeria Vermelho em São Paulo e Joana Mazza, do FotoRio, que vem fazendo um belo trabalho por lá. E não foi apenas entre os curadores que tinha brasileiro, um dos finalistas deste ano é Márcio Vilela, que hoje reside em Lisboa. Ele apresentou uma série intitulada, “Disparo Nocturno” que contrasta materiais industriais com uma paisagem em negro e vazio.
Este ano, a boa novidade é que existiu curadoria em Lima e outra no México, fora Madri. No total foram 70 selecionados em Madri e mais 20 de cada país. E a organização do PHE pretende ampliar os países Latinos à participarem dos “Descubrimentos”. O que mais importa no caso não é a exposição, até porque uma foto apenas de cada um é apresentada, mas tem um guia muito bem feito com informações sobre o autor e mais fotos de cada participante finalista.
Yann Gross foi o vencedor do ano passado, como regra o vencedor ganha na edição seguinte uma exposição individual, e no caso do Yann ainda teve sua foto escolhida para a imagem oficial do evento (foto 1). O garoto de 26 anos, nascido na Suíça, me disse que mandou o material apenas para conhecer pessoas e criar uma rede de contatos, e para sua surpresa, viu seu trabalho premiado.
Escute um trecho do bate-papo com Yann Gross (player em Flash):
Yann surpreendeu à todos com lindas imagens da série, “Horizonville”, um trabalho original e de certa forma desconcertante de tema e de identidade. Neste trabalho, Gross nos mostra a vida em uma região do Vale Rhône, Suíça e em Canton de Valais. A exposição reúne 50 imagens em que ele retrata alguns dos habitantes desta região, que seduzidos pelo estilo de vida norte americano, adotam sua estética nas vestimentas, nos costumes e até na alimentação, apesar de nunca terem pisado em solo americano.
Yann viajou com sua moto durante 3 meses por esta região e nos brinda com imagens fascinantes. O resultado deste processo de mimetização resulta no mais chocante quando toda a informação que eles tem sobre a cultura com a qual se identificam, é recebida apenas pela TV, internet e pelo cinema, o que faz as pessoas viverem uma espécie de sonho americano imaginário.