Fotos: Toni Pires
A noite de ontem foi bem tranquila, por todo canto uma câmera fotográfica congelava um instante, roubava algumas almas, ou inseria alma, na paisagem noturna desta charmosa cidade.
A dificuldade na noite de ontem foi entender porque ao sentar à mesa de um restaurante e pedir um espagueti e receber das mãos do novato garçom um prato de penne ao molho vermelho. Até ai tudo bem, erros acontecem na fotografia e na cozinha, mas ao ser questionado, a resposta foi ligeira e espantosa… “errado está o cardápio, o prato é esse mesmo”…virou-se e voltou a cozinha sem mais nada a dizer.
Ao ouvir este relato de Alexandre Belém, eu, Lula Marques e Danilo Verpa, quase desistimos de jantar no restaurante, mas o papo estava bom e ficamos. Claro, o assunto tinha sido o dia do festival e “causos” engraçados da carreira de cada um.
Manhã de chuva
A chuva que vem perseguindo os paulistanos chegou a pacata Paraty. Caminhar pelas pedras da cidade ficou mais divertido… Acordei cedo com o propósito de saborear um café forte e ouvir um bom papo do experiente curador Diógenes Moura, participar do encontro da Blogosfera Fotográfica… Pois bem, animado mas ainda lembrando de algumas cervejas da noite anterior, começo a caminhar lentamente em direção ao centro histórico da cidade, uma leve garoa, charmosa, e porque não dizer acolhedora, pelo menos para um paulistano. Para minha surpresa e para parar de pensar de vez na cerveja da noite anterior, a chuva “despencou” rapidamente, me deixando completamente molhado e desesperado para proteger o equipamento fotográfico e computador.
Mudança de planos e volto rapidamente para a pousada, lembro que o Paraty tem transmissão ao vivo das mesas.
Ah, como a tecnologia é boa… pensei… se estava a caminho para ver a discussão sobre novas tecnologias para dar suporte à fotografia, porque não um banho quente, aproveitar a gostosa cama da pousada e assistir ao debate pelo site do Paraty.
Dito e feito, uma galera inteligente, traçando e desenhando novos caminhos e espaços para a fotografia. Ufa, fugi da chuva e namorando um pouco o teclado do computador pude me inteirar das notícias do dia, e “participar” do Paraty em Foco.
Mas agora no meio da tarde, Rosângela Rennó está lotando o auditório da Casa da Cultura. Resolvi ficar do lado de fora assistindo a conversa pelo telão colocado no jardim da casa.
Enquanto escrevia este post, uma jovem fotógrafa, que me foi apresentada nas ruas de Paraty, me ofereceu para conhecer seu trabalho. Eu e Danilo Verpa, jovem talento do fotojornalismo, fomos agraciados em conhecer o trabalho de Melina Resende. Entre cores fortes e composição elegantes, sua obra se mostra impertinente, saborosa. Passeia pelas prostitutas da Lapa, bairro de São Paulo, se joga no dia-a-dia da urbanidade carioca e paulistana, mas o que mais nos “pegou” foi um trabalho que ela desenvolve sobre o SOL, seu olhar consegue esquentar e brilhar em vários pontos da cidade. Desejamos sorte em sua trajetória.
Paro por um instante, logo mais às 17 horas, Lula Marques e Orlando Brito vão falar da fotografia que anda ao lado do poder.
Toni Pires de Paraty.