Alcione Ferreira

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Fotos: Alcione Ferreira –Série “Nó na garganta” (2006)

Discurso e imagem, no caso da fotógrafa Alcione Ferreira, são indissociáveis. O seu trabalho fotográfico é visceral, contundente e jornalístico em sua essência. Alcione pensa e vive a fotografia com a mesma intensidade com que a faz. Seu compromisso com o retratado é de ser interlocutora da história do outro. É de apreender a vida, mas com a particularidade de enfatizar a atmosfera de contextos, cujos temas – muitas vezes invisíveis de tão devastadoramente dolorosos – nos deixam sem ação.

O fotojornalismo de Alcione Ferreira é abrangente sem ser redundante, é doação por respeitar a quem se retrata e sensível porque suas fotografias são pura dor. Em estar diante da dor do outro (para lembrarmos a sempre Susan Sontag), se compartilha a representação de um estado humano repleto de facetas difíceis de administrar sem titubear e cair em clichês, no demasiado. Por este prisma, os retratos aqui apresentados sublinham que, ao fazer ensaios a vida é desvelada e se constrói a história visual das pessoas que ajudam Alcione a seguir com seu olhar firme pela fotografia. Para ela, o ato de fotografar a ensina a viver, a faz rir, chorar e, à vezes, rir e chorar ao mesmo tempo. Assim, pode-se perceber o trabalho desta fotojornalista: a cada retrato um mar de sentidos e de trocas humanas.

Georgia Quintas, outubro de 2009.

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BIOGRAFIA

São Lourenço da Mata (PE), 1975

Trabalha como repórter fotográfica desde os 24 anos.

Começa a envolver-se com a fotografia em 1996 durante o curso de jornalismo da Universidade Federal de Pernambuco, onde desenvolveu a pesquisa “A materialidade e permanência da fotografia no processo de denuncia social” financiada pelo CNPq e orientada pela professora Nerivanha Bezerra, que lhe ensinou os primeiros passos na fotografia.

Em 1998 teve a oportunidade de ter como professores, ainda, fotógrafos renomados. Entre eles Walter Firmo, Miguel Chikaoka, Rosa Galditano, o francês Pierre Devin, o cubano Mario Diaz, Juarez Cavalcante, Bety Lacerda, Gleide Selma e Daniel Berinson. Profissionais que tiveram importância fundamental em sua formação. No ano seguinte foi selecionada para estágio no Diario de Pernambuco, onde trabalha desde então. Suas principais áreas de interesse na fotografia são: saúde, direitos humanos e meio ambiente.

Em 2005, ganhou menção honrosa do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos e em 2007, ganhou os prêmios Alexandre Adler de Jornalismo em Saúde e o Prêmio Cristina Tavares de Jornalismo – Categoria Ensaio.

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