Fotos: Beto Figueiroa/Divulgação
Mesa História da Fotografia Pernambucana com Xirumba, Alcir Lacerda, Tadeu Lubambo e Breno Laprovitera
Por Georgia Quintas.
Antes de mais nada, farei algumas ressalvas críticas sobre a noite de ontem, na qual ocorreu a mesa Fotografia Pernambucana. Acredito que alguns pontos devam ser analisados para as próximas Semanas de Fotografia do Recife e um deles é a cautela em escolher espaços. Ontem tivemos esta experiência com o Teatro Maurício de Nassau. O local não comportava o público e a visibilidade da platéia era desfavorável para eventos como este. Mesmo colocando os palestrantes no palco, há ambientes que não contribuem para propostas de explanação reflexivas e biográficas.
Vale considerar, que os espaços contribuem para a atmosfera da comunicação das falas.
O som também deve ser rigidamente testado, particularmente, perdi muito da fala do mestre Alcir Lacerda. Um simples pedestal ajudaria Lacerda e solucionaria o problema. Outro ponto, o telão comprometeu todos os ensaios dos autores. Ontem, a tentativa foi uma constante em ouvir e ver. Sabemos das dificuldades de diversos fatores. Mas é preciso planejar e considerar o que funciona para um tipo específico de realização como esta. A estrutura do Centro Cultural Correios foi um acerto que serve de parâmetro. Acredito que um espaço que centralizasse tais palestras configuraria uma organização mais coesa e funcional.
Passemos destas considerações. Alcir Lacerda, Tadeu Lubambo e Xirumba, fotógrafos de referência para diversas gerações. Mediados pelo fotógrafo Breno Laprovítera, a palestra transcorreu num tom de classicismo, de graça e performance. Seu Alcir representa a generosidade, a competência e arte. Sua elegância (espécie de fidalguia rara) representa uma obra vasta, repleta de particularidades históricas e de dedicação. Um grande fotógrafo que como pouquíssimos gerou uma empresa, a Acê Filmes, com amor e humildade. Todos, absolutamente todos, falam das portas abertas da Acê e da acolhida generosa por parte do próprio seu Alcir em ensinar aos novos fotógrafos.
Tadeu Lubambo teve o seu trabalho fotográfico prejudicado na projeção. Uma pena, pois Tadeu ficou sem muito o quê dizer diante das imagens e acabou “legendando” cada uma delas. Engraçado e sempre trocando ideias com Xirumba. Pois bem, Xirumba é uma manifestação olindense, em todos os seus exageros performáticos. Foi autêntico do começo ao fim, uma verdadeira performance. Se viu num palco e se soltou… A parte de seu vídeo com trilha sonora do Hino Nacional foi o indicativo de que a obra não foge do seu autor.
Alcir Lacerda e Tadeu Lubambo
Fiquei bem feliz em saber do direcionamento do acervo de Seu Alcir. Quisera nós que a Fundaj absorvesse os acervos de outros fotógrafos igualmente importantes como Edvaldo Rodrigues e Xirumba, por exemplo. A mesa foi muito intensa. Quem teremos ano que vem?