Fotos: Beto Figueiroa/Divulgação
Por Georgia Quintas.
Simplicidade e a leveza da experiência. Poderia resumir desta maneira a palestra do fotógrafo Rogério Reis, na III Semana de Fotografia do Recife. Com 35 anos de carreira, um dos mais importantes fotojornalistas brasileiros, falou sobre “Autoria e Mercado”, com mediação do fotógrafo Alexandre Belém (fã confesso de Reis). Quem não conhecia o trabalho de Rogério Reis, teve a dimensão de sua atuação desde as passagens pelo Jornal do Brasil, do projeto “Na Lona”, da participação na Agência F4 até a Agência Tyba.
Para quem viu “Avenida Brasil 500”, delicado vídeo que consegue seqüenciar a latitude de fatos relevantes da história política do Brasil, no período da Anistia até as Diretas Já, percebeu a extensão da obra de Rogério Reis. Segundo ele, Avenida Brasil, “representa um trabalho de amor e memória de um tempo de vida”. A palestra seguiu-se com um roteiro de imagens que pontuou a fala tranquila e ponderada de Reis para uma sala lotada.
Os ensaios mostrados por Reis, de certa maneira, revelavam que o fotógrafo testemunha o instante do cotidiano, mas que fundamentalmente potencializa conceitos. Nesse ponto, foi um prazer observar que a linguagem não aprisiona gêneros, mas sim idéias. Seja nas fotografias-objetos que fazem parte da coleção da Maison Europenne de la Photographie, da recente viagem à Cuba ou do “Voo de Papel”, é impressionante o vigor em criar universos com digressões estilísticas diversas e significativas.
Uma das vertentes, também mencionada no segundo dia de palestra, foi colocada por Rogério Reis didaticamente: a observação. A importância está em fazer “uma patrulha interna de parar e observar, se não você não vê”. Reis destacou pontos interessantes como a necessidade de integrar a fotografia no jornal de modo a avançar em outras possibilidades. “O jornal tem que ver opções, fugir do instantâneo. Este qualquer um pode fazer”.
Rogério Reis é um daqueles profissionais que permeiam nossa memória pela excelência de trazer aos nossos olhos o fugaz, o factual. As fotografias belas e clássicas de Reis se distendem ainda mais quando Reis nos apresenta colocações instigantes quando o assunto é advento do digital. Assim, crê que para ele foi, talvez, mais importante o surgimento do flash TTL e do auto-focus. Reis apresentou seus trabalhos e seu vigor em criar além do formato retangular, ou mesmo sendo real e lúdico com seu 14 bis de papel. Enfim, que a urgência do fotógrafo é evocar a subjetividade seja pelas histórias reais ou imaginadas. Reis exercita a imagem enquanto conceito e nós aprendemos com isso.
Alexandre Belém e Rogério Reis
Trabalhei intensamente na produção da Semana de Fotografia, na parte da identidade visual e não estou conseguindo acompanhar as ações como eu gostaria. Oxalá que existe o Olha, Vê para me reportar os fatos com muita propriedade e estilo. Vida longa ao Olha e sua equipe de primêra (sic).
Achei brilhante este trecho:
As fotografias belas e clássicas de Reis se distendem ainda mais quando Reis nos apresenta colocações instigantes quando o assunto é advento do digital. Assim, crer que para ele foi, talvez, mais importante o surgimento do flash TTL e do auto-focus. Reis apresentou seus trabalhos e seu vigor em criar além do formato retangular, ou mesmo sendo real e lúdico com seu 14 bis de papel.
Reis é incrível. Fiz minha leitura de portfólio com ele. A humildade dele é exemplar.
Título que melhor resume a figura do Rogério Reis.
Eu estava lá!!!! 😀
P.s. : Alexandre valeu pelos botons à “leitora assídua do blog”,
muito cativante a sua fala/atitude.
Sucesso!