Foto: Stepan Rudik
Para quem ainda não viu a foto que desclassificou o fotógrafo Stepan Rudik… Tá aí.
A imagem inscrita no World Press foi a preto e branco. A bronca: a remoção do pé entre os dedos.
Rudik falou com o BJP, veja aqui.
Alguém concorda ou discorda com o World Press Photo?
independente de qualquer coisa, a fotografia original é refugo, lixo, basura. nem deveria ser classificada, e todo o restante são terríveis agravantes.
Acertadíssima a decisão de desclassificar a foto! Só não concordo com o motivo!
Para mim, a remoção do pé é o de menos! Pra começar, o cara já errou em ter convertido uma foto colorida para um pseudo-P&B com ruído nada a ver! O que dizer então do corte (crop) feito na imagem original? Assim é fácil! Eu tiro um monte de fotos e depois vou vendo qual detalhe posso focar em cada uma delas, daí elimino todo o resto da cena e tenho uma foto vencedora!
Eita! Então já são outros quinhentos, ó!
Abre um outro tópico, Belém! Pra gente discutir a vitória do ensaio peba e não embananar as duas discussões! ;p
ps- só pra esclarecer: tou brincando! A gnt continua discutindo embananado mesmo, que é mais divertido!
Amigos,
Só a título de esclarecimneto: a foto que tirou o fotógrafo foi essa. Porém, o mesmo autor ganhou com um ensaio de 12 imagens. Essa, faz parte do ensaio.
No mais, obrigado pelos comentários e o debate está muito bom.
hahahahaha
Eu defendo o direito de fotos assim não estarem fora das regras. Só isso. Na verdade, acho interessante repensarmos as regras.
A velha coisa de “posso não concordar com o que diz, mas defendo o direito de dizê-lo”, saca?
Já os critérios de qualidade… Terceiro lugar para essa foto seria triste mesmo. Mas acho que todo mundo aqui concorda que ela é muito, muito ruim, né? Se ela tivesse sido realmente premiada, a gnt tinha mais é que meter o pau nos avaliadores!
Porém, acho que as regras de desclassificação rígidas assim podem limitar muita foto boa de verdade de ganhar prêmios merecidamente. Lange e Smith já estariam fora do concurso, né?
Além de serem regras preconceituosas com a pós-produção tão comum à fotografia há anos e tão parte do direito do autor.
Se a discussão se der em torno de processos, como propôs Simonetta e Fehlauer, os critérios de merecimento de cada foto é que são importantes – e não pensar em critérios de desclassificação.
Quando eu disse que não importa como o cara fez a foto, mas que a foto é dele e acho que ele tem direito de submetê-la ao concurso, falei defendendo sua autoria.
Na hora de avaliar o merecimento da foto, o processo utilizado para chegar na obra apresentada pode entrar em jogo como critério de valorização ou não da imagem. Eu não desvalorizo um bom trabalho de um photoshoper (se for bom, claro – e esse todo mundo viu que é ruim), mas se o júri quiser achar que foto melhor é a que é feita na hora do clique e ponto final, eles estão no direito deles de avaliadores. Que dêem as suas notas.
Só repito que não acho que um photoshoper de meia tijela deve ser desclassificado só porque é photoshoper. Isso desclassificaria bons photoshopers, que também podem ter feito crop, mudanças cromáticas e “limpado alguns pés”. E nem devia ser desclassificado porque é ruim, claro. Se é ruim, apenas não ganha. Se ganha sendo ruim, são outros quinhentos.
simonetta, eu te amo.
Totalmente de mal gosto. Tratamento de álbum de casamento.
Quando a foto eh mal feita o fotografo vai tentar de tudo para melhorar a a foto na pós produção. Ou seja eh um fotógrafo ruim que precisa de muito photoshop pra ficar bom, todos os profissionais passam por isso hj em dia, mas alguns ficam nessa pra sempre.
Eh verdade toda foto digital eh em primeiramente cor e depois vc tem que transformar em P&B, mas isso tb eh bullshit.
Qual o conceito que está implícito na foto, após o crop e photoshop?
Um mão sem rosto que está sendo enrolada em uma faixa sem cor por uma pessoa sem rosto, num lugar qualquer a muito tempo atrás.(provavelmente frio 10 a 12 Cº, digamos hemisfério norte pq na Argentina não eh) Titulo concorrendo Word Press Foto. não faz o menor sentido.
Foto mal feita: o pé na foto poderia ter sido resolvido no momento do click – para bons fotógrafo. Outra lente ou aproximado do objeto na hora do click – para bons fotógrafos. Crop de mais de 70% da foto, com certeza n foi o fotografo que fez e sim o editor (que acha que eh fotógrafo)- para mal fotógrafos. Tratamento digital da foto para P&B granulado de alto contrate com vinheta de deus lá sabe oq – consideraria um P&B de bom gosto de acordo com o conceito do ensaio – tratamento digital mal resolvido, espero que pelo menos tenha sido feito pelo fotógrafo.
Classificar a foto em terceiro lugar – NOTA 0!
Nota pela World Press em desclassificar a foto – NOTA 10!!
É triste ver o que o povo está fazendo hoje em dia pra vender jornal.
Moro em Boston e aqui só se fala de weather, gato que subiu na árvore e doido que saiu dando tiro no povo.
All we need is Raw: http://olhave.com.br/?cat=1196
A foto mais famosa da Dorothea Lange… a “Migrant Mother”… foi retocada…
Será que ela tem menos valor por esse motivo?
Discordo eementemente.
Como alguns compaheiros já pontuaram: o crop sempre existiu (quem nunca fez isto no laboratório) e a edição não compromete a verdade da foto. O problema é que a foto é ruim, com crop ou sem crop, com retoque ou sem retoque.
Acho umsa bobagem esta desclassificação. Tira do foco da discussão que a fotografia é ruim (nem deveria ter sido classificada) e o trabalho de tratamento de imagem pior ainda. Mas a pergunta que fica é como uma imagem tão in significante é premiada?
Se o ofotógrafo tivesse tirado o pé na hora do enquadramento também era manipulação? Se tivesse pedido para o sujeito se afastar, era manipulação. Crer na imagem só pelo negativo e pelo raw (que na tradução literal significa cru) me parece muito ingênuo. A impressão que eu tenho e que as pessoas não sabem mais o que um tratamento significativo na imagem (assim como na ediução de um texto) e uma manipulação barata. No meu entender a foto é bem ruinzinha. Por outro lado concordo que algumas regras foram colocadas e no meu entender são tão subjetivas quanto se teve corte demais ou não. Com bem disse o Pio, o Eugene Smith era um mestre em trabalhar suas imagens. A questão é rediscutir hoje o que é tratamento (edição) e o que é enganação. Jornalismo não é dogma, é sempre a opinião de alguém. É sempre uma história contada por alguém das mais variadas formas. O resto é hipocrisia!
Ô, minha gente… chega me dá uma tristeza ver alguns argumentos colocados aqui… Nem parece que somos todos fotógrafos. Devíamos nos permitir mais.
Não quero entrar no mérito da qualidade artística da imagem (se é pebinha ou não, no meu ponto de vista). Creio que o debate não é em torno de gostos, pelo menos nesse caso. Afinal, não se elimina um participante do concurso porque ele é “ruim”, mas apenas se ele tiver fora das regras. Se for ruim, simplesmente não ganha. Enfim.
Concordo muito com Pio e com Paulo. Se há algo que temos que discutir são as regras. Quais devem ser os critérios para a aceitação de fotos num concurso de fotojornalismo? Se alguns acham que é a tal “verdade” (um dia eu ainda descubro que diabos é isso… até os filósofos, que têm essa função, andam revisando seu metier…), é bom dizer do que se trata.
Simplesmente não dá para achar o crop exagerado ou não. Fica subjetivo demais: este agora é demais, o outro tá na medida.
Gente, a coisa vai além.
Como fotógrafa acho até estranho afirmar que a foto é do fotógrafo. Mas é. Como disse Geórgia, a foto antes do crop é outra. Sim, é. Mas as duas são produtos do trabalho do mesmo cara. E a foto que ele mandou pro concurso foi a de depois do crop. Ué! Alguma dúvida?
Alguém mesmo falou que o crop podia ter sido feito com uma tele, no ato da foto. Não foi. Foi com uma ferramenta de algum software depois. Muda alguma coisa?
A foto que ele queria mandar pro concurso foi a que ele mandou. Isso pra mim é muito simples: ele mandou a foto dele que ele queria que concorresse – sem pé, em p&b e com crop.
Se isso foi feito na hora do clic, mudando um pouco o ângulo ou a lente, pra mim, são só diferentes processos para obter a mesma imagem (ou uma imagem parecida). O preto e branco “original” (odeio essa palavra…) realmente me parece impossível no digital. Não conheço nenhum sensor que não capture a imagem em cor. Existe sensor P&B, pessoal? Desconheço.
Pensei que o digital fosse libertar mais a fotografia, mas parece que no analógico os fotógrafos tinham mais liberdade de criação (lendo o próprio exemplo dado por Pio).
Se é para falar de fotojornalismo, me dá mais tristeza ainda. Por limitação minha mesmo em conseguir sair separando esses campos. Linguagens, né? Signos (como falou Geórgia). Difícil pra mim classificá-los. Tento me permitir a ampliação. Acho que é mais rico pra nós.
Acho que quando pensarmos a comunicação (tanto no texto, como citou Pio com a experiência da jornalista, como em qualquer outro suporte)e a arte (como processo criativo, como colocou Paulo) – se é que elas são coisas diferentes – como algo mais amplo, iremos além desses policiamentos.
Que coisa, não? Em todas as outras formas de expressão reconhecidas (música, artes plásticas, cinema, literatura…) é nítida a noção de processo: a obra é resultado de estudo, trabalho, reflexão – ou seja, não há obra instantânea.
Na fotografia, no entanto, espera-se que um raio de inspiração caia sobre a cabeça do fotógrafo no instante exato do clique, e a partir dali ele (o clique) torna-se soberano.
Trabalhamos com imagens, discursos tão fluidos (mesmo no jornalismo) que endeusar assim o instante me parece um reducionismo que vai ao extremo da superficialidade, colocando a fotografia quase como uma “arte miojo”. Não seria melhor entender e premiar o discurso, o processo?
De qualquer forma, podemos questionar as regras do prêmio, mas elas estavam postas, e o fotógrafo provavelmente sabia disso. O WPP pode criar as regras que quiser – quem lhes dá reconhecimento (ou não) somos nós.
O regulamento está lá e foi, de acordo com os critérios colocados,regiamente aplicado.
Mas, cabe revermos a imagem. Ao considerarmos a percepção como apropriação do real, temos que discutir o documento – que prevalece aqui na discussão – em toda sua manifestação. Perceber, sim, o documento em suas implicações de recorte e de signo de uma mensagem.A fotografia (sem analisar a força ou fraqueza desta) sem o crop é uma, com crop outra. A mão em questão, portanto, é o discurso, a dinâmica que o fotógrafo entende como relevante/crucial para a sua imagem.O fotojornalismo tem sua natureza, mas também encaminha mundos que partem de visões. Talvez, ao pensarmos além da referência chegaremos a conceitos sobre o que é a imagem que não se encerra na captura.Entra aí a relação do gesto ao fotografar, ao revermos isso, revemos também um caminho que em muitos casos nos toca bem mais quando a criação sistemática nos traz o que parece ser a imagem – aquela na qual conterá tudo que precisamos para “existir” a informação.
Penso que a discussão avançaria se refletíssemos menos sobre a ideia da manipulação e mais sobre o lugar/papel que a imagem ocupa neste campo: jornalismo. Dentro de tantas questões que o Pio levanta aqui, me parece que pensar sobre o que tem sido construido como fotojornalismo é mais importante. Tudo isso tem relação com o que Ronaldo escreveu nesta semana no Iconica, sugiro a leitura: http://www.iconica.com.br/?p=578. Porque mudou o sistema, mas as imagens continuam as mesmas, e parece que as questões tambem…
As chamadas manipulações na fotografia digital sabemos que nao sao novidades do ponto de vista historico. Fico me perguntando o que falta para este debate avançar no nosso meio.
Acho que WPP vacilou de ter elegido esse trabalho como terceiro lugar na categoria de esportes.
Pecou pela segunda vez ao voltar atrás.
O que falta no jornalismo atual em minha opnião é a apuração de relêvancia e não o método, as técnicas e processos que como muitos acima disseram sempre existiram só mudou o meio de serem obtidos.
Qual a diferença do pé no contexto da história toda. Nenhuma penso como a foto cropada e com uma reinterpretação em pós.
Desde a divulgação dessa história venho refletido e discutido sobre a seguinte frase
“O conteúdo da imagem não deve ser alterado. Apenas retoques que estejam em conformidade com as normas geralmente aceitas na indústria é permitido”
O que a indústria do fotojornalismo vem nos enfiando como dentro da conformidade?
Qual a diferença de fazer um crop depois… ou usar uma tele?
Oi Belém,
esse ano tivemos uma brasileira no júri do World Press, não foi? A colega, e baita profissional, Marizilda Cruppe. Fica aqui a sugestão de entrevistá-la sobre o ocorrido.
Quando vi o “Pé” dessa questão, lembrei de pronto de dois trabalhos que seriam desclassificados pelo atual colegiado do World Press.
A primeira, a famosa foto de Alberto Corda, do cada vez mais lendário Che Guevara. Em seus originais, elementos tão (in)significantes quanto um pé, existem, mas foram tirados do quadro tão representativo do século XX.
Uma das fotografias mais bem sucedidas da história, não sobreviveria a uma investigação de seu RAW.
Outro fotógrafo que seria, possivelmente, desclassificado, seria W. Eugene Smith.
Eita aqui seria danado! A fundação World Press surge no pós-guerra(1955), época boa para os ensaios em fotojornalismo, uma fundação non-profit, patrocinada pela Canon e pela Dutch Postcode Lottery.
Eugene Smith é um dos ícones da história do fotojornalismo. Um figura que noticiou, por exemplo, uma desgraça ecológica no Japão, no tempo em que o mundo só falava em progresso(1972). “Tomoko no banho”, foto de sua autoria, virou uma face para a denúncia da poluição industrial. Um instrumento político para o progresso consciente.
O ponto é que não existiria a fotografia de Eugene Smith sem suas pós-edições, que resultavam de junções de negativos, cortes, técnicas de laboratório, etc, além de uma baita capacidade de dirigir e criar cenas. Se o júri da história requisitasse o RAW de Eugene, não sei nem se existiria fotojornalismo assim como conhecemos.
Vale o relato: Eugene estava fazendo essa matéria para Life, em Minamata, sul do Japão. Ele via a mãe de Tomoko, uma criança vítima da água poluída do mercúrio lançado ao mar por uma indústria química, carregando-a nas costas. Tranportando a filha que nascera com sequelas da contaminação.
O fotojornalista marcou uma sessão de fotos com a mãe, o momento escolhido foi a hora do banho. Lá instalou duas luzes de flashs para ajudar no desenho das sombras, mais uma resga de luz natural e ,“fiat lux”, fez-se a foto, um dos mais importantes patrimônio cultural da história do fotojornalismo. O laboratório era ele que fazia, e por horas, por dias.
A última vez que te encontrei, Belém, a gente voltava de Fortaleza, do tão prazeroso DeVERcidade.
Na fila do embarque uma nova determinação da ANAC, de mostrar o RG junto ao ticket. Uma jornalista se desesperava por depoimentos. Coube a você ajudá-la, se tornando personagem da entrevista – adoro esse nome no jornalismo, “personagem” -, a sugestão dela: basta vc responder : – “Mostrar o RG é importante para a segurança”.
Fez-se a cena, a jornalista então lhe perguntou:- “ O que vc acha da atual resolução da ANAC em mostrar o RG na hora do embarque?” Sua resposta: “Mostrar o RG é importante para a segurança”.
Depois de tantos anos de jornalismo, a gente sentia o desespero da colega em conseguir mais um personagem. Foi ótimo ajudá-la, foi melhor ainda a piada de aceitar e repetir a resposta sugerida.
A questão que me pega aqui nesse debate, é pensar se é mais sério acreditarmos na verdade do jornalismo ou termos uma leitura ética, estética e consciente de que não há verdade no jornalismo, mas sim versões, ou melhor apurações.
Um fotojornalista é sempre um autor que apura!
De onde vem essa crença ou cobrança por uma verdade na fotografia?
Por que usávamos a fotografia como instrumento político (de denúncia, melhoria de mundos, enfim,) em P&B antes da Guerra do Vietnam, e no decorrer dessa Guerra a cor ganhou tanta força? A tecnologia da Kodak para criação de seu gama de vermelho, azul, ou verde, nos serviu de instrumento de denúncia e naquela hora, manipular foi fazer em cores!
Por que a gente chama vontade de verdade?
Por que não acreditamos em nosso poder de visão de uma história? Por que a gente acha que uma máquina é intermédio de uma verdade? Por que não parâmetros éticos, políticos para além dos religiosos ou policiais. Sim, me parece que o júri do World Press não foi foi político, foi de polícia.
Acho, Belém, que seria um grande serviço do Olha, vê, andar nessas questões. Conversar com pessoas de nossa sociedade dispostas a pensarem e não doutrinarem,(Georgia Quintas, Prof. Rubens, Porf. Entler, por exemplos) sobre por que a gente teima em ver fotografia assim?
Por que até o momento da ditadura no Brasil o fotoclubismos, a adoração as formas, era tão presente e depois da ditadura, criou-se uma cultura de uma fotografia presa ao conteúdo? Por que nossas discussões antencedem ou idolatram valores já vistos e ultrapassados por outras linguagens? Será que verdade não é um produto do jornalismo?
Muito legal ler as opiniões nesse post. Opinar é, no mínimo, um exercício de revisão.
“Pensar a fotografia como um lugar conceitual nos permitiria olhar para a própria história de modo transgressor.” Ronaldo Entler
O pé? E esse crop???
Qual é, com um crop desses é outra foto. Mais fácil desenhar ou modelar. O crop pode ser usado para realinhar elementos, para dar equilíbrio e até aproximar um pouco. Mas no caso, ele criou outra coisa, descontextualizou, e isso não é fotojornalismo. Tanto faz quem estava ali, se era a tia dele, o Bin Laden, um atleta, podia ser qualquer um.
acho que se o pé não fizesse diferença pra informação da foto ele ainda estaria lá, se tirou é porque fica realmente melhor sem o pé, esteticamente falando faz diferença.
o crop eu achei exagerado tbm.
a manipulação da imagem é muito boa e tem mais valor que a propria composição original, que pra mim tem cara de “amadora”.
legal ter esse espaço de conversa!
Na verdade, já achei o *crop muito abusado, sem noção. Sobre o tratamento p/b, acredito que o assunto já está bem batido e infelizmente ainda rola muito hipocrisia. Quanto a manipulação da imagem concordo com a grande maioria e creio que tudo isso poderia ter sido evitado. Na boa, por causa de uma(1) foto o cara colocou o ensaio inteiro no lixo. Esse literalemente queimou o filme, ou melhor, error99.
Caveirinha em cima do nome dele!!!
Abraços
* ” If your pictures aren’t good enough, you’re not close enough.”
Pessoalmente, acho que esse tipo de manipulação não tem relação com a qualidade da informação e tampouco com ajustes técnicos para o processo industrial. Isso reflete, mais uma vez, a pobreza do fotojornalismo contemporâneo em busca de uma estética que vejo cada vez mais alinhada com a publicitária. O ato de reportar a informação é cada vez mais norteado por valores de mercado que, por sua vez, não suporta uma realidade “feia”, suja ou em desarmonia com padrões empacotados, envernizados, suavizados e bem tratados, sem dobras e sem rugas, com paletas pré-aprovadas inclusive para tons de pele. Quem dera um pé solto no meio dos dedos de uma mão que realmente não quer dizer nada, e como já disseram aí, está bem pebinha. Mas o importante dentro desse contexto, diga-se de passagem, é que o grão esteja bacana, a densidade e contraste bem dramáticos, e o (re)enquadramento perfeito. E, é claro, a cara-de-pau em dia para inscrever um material desse num concurso de fotojornalismo que ainda luta para manter vivo o dito cujo.
É preciso saber o que estava escrito no regulamento. Na minha opinião eles podem classificar e desclassificar a foto que quiserem, desde que estejam embasados no regulamento.
não devia nem ter sido classificado, não pela manipulação mas pela foto em si, que é bem da sem graça.
O crop não é uma “nova possibilidade”. Assim como vinhetas…grãos… Sempre foi uma opção.
Não sei se é certo ou errado essa manipulaão que o cara fez… mas
acho que essa decisão foi mais para não abrir precedentes mesmo. É bom que aconteça algo assim… para deixarem o regulamento mais coerente. Isso de “não é permitido manipulação” é a coisa mais relativa do mundo. Toda foto… para ser impressa ..precisa passar por algum tratamento/manipulação/ajuste… e isso precisa ficar claro.
Abs!
Dá vergonha de ler os comentários acima.
Misturaram até deus e pecados. Como se a fotografia fosse algo divino. Como se fosse algo muito maior do que o pensamento do cara que tirou a foto. A fotografia é só uma plataforma.
A foto é do fotógrafo e ele faz o que quiser com ela. Não queria o pé no enquadramento dele… ótimo, tira fora.
Onde a remoção desse pé muda na informação principal? Aquele pé não quer dizer nada.
“deixou de ser fotojornalismo”, “pode abrir antecedentes perigosos”, “o mundo vai acaar em 2012”, “viva zapata” “lalalá”
“All Photoshop and no play makes Jack a dull boy”
Correta a decisão do WPF. Tem que ser desclassificado mesmo.
É, mexeu na foto que não era para ter mexido. Aliás, este ensaio esta pebinha, pobresinho…Foi prá lona.
A questão não é nova. Quando o ser humano aprendeu a representar as coisas, Deus deve ter pensado: “estão abrindo um precedente perigoso”. Pra sorte dele, o fotojornalismo continua sendo um lugar de fé, que sabe punir os pecadores.
Crop, vinheta, granulação, remoção de elementos…. deixou de ser fotojornalismo. É fotografia sem dúvida, mas não é jornalismo. Correto o WPP.
Corretíssimos em ter desclassificado o fotógrafo. Se trata de um prêmio de fotojornalismo… imagine se cada um cortar ou adicionar elementos das imagens como bem entender ??? Ao meu ver o fotojornalismo iria pras cucuias de vez…
Pensando estritamente em termos de fotojornalismo, ok?
Tratar uma imagem é aceitável no sentido de devolver para a representação do fato a visualização obtida no contexto da captura, ou para adequar a uma plataforma específica. Quem trabalha/ trabalhou em jornal, sabe que imagem digital tem que ser muito tratada para se adaptar a baixa definição que o papel-jornal permite.
Vendo as imagens agora, acho muito mais grave duas coisas: A hiper-dramatização, até sensacionalista, obtida pelo p/b. O crop, que descontextualiza, transforma um plano médio em plano detalhe e anula a leitura do fundo para o primeiro plano da imagem. Isso é desmontagem de contexto e é, na minha modesta opinião, tão grave quanto a remoção do pé. Isso rompe o regime de registro do fotojornalismo.
Como o prêmio era pra fotojornalismo… Entendo o júri do WPP. Julgar é aquela coisa: fechar os precedentes. Então, se deixar, hoje é um pezinho, amanhã, são os dois.
Abraços.
Essa polêmica é boa.
Pessoalmente não vejo problema nenhum
O crop é uma nova possibilidade de enquadramento e composição possibilitado pelas inovações tecnológicas.
Além disso o PB digital obviamente é captado em cor. Manipulação das cores, densidades, contrastes, saturações e etcs referentes a leitura final da imagem sempre aconteceram desde q se começou a ampliar a imagem do negativo para o papel.
A tirada do pé é discutivel, pois pode abrir excedentes perigosos, mas no caso não afetou em nada a “mensagem” e “verdade” da imagem (minha opinião).
Achei rigorosa e um que autoritária a desclassificação.
Abs
O pé? E todo o resto da edição? Crop sem noção, além do P&B.
É amigo..mexeu, não avisou, dançou…estão certos!!