“Sensacional: pode puxar seu Tri-X até 25.000 Asa. Nós garantimos”.
Esta frase é o título de uma matéria na Revista de Fotografia de novembro de 1971. A matéria contesta um teste realizado na revista norte-americana Popular Photography (de 1963) afirmando na época que se um filme de 400 ASA fosse puxado para mais de 20.000 ASA, o negativo velaria.
A revista brasileira, oito anos depois, provou que não. Puxou para 3.200, 6.400, 12.000 e 25.000 ASA. Ainda deu todos os detalhes da revelação, como temperatura e preparação dos químicos. O engraçado são estes 25 mil ASA. Numericamente, é a mesma sensibilidade que as mais recentes máquinas fazem. A Nikon D3, por exemplo.
Em 1971, a Revista de Fotografia era abusada. A capa, com um nú artístico de Luiz Tripoli, foi fotografada com o Ektachrome 125 ASA… Puxado para 1000 ASA!
Como eles disseram… Sensacional! Sabe quem era o editor da revista? George Love.
Belém
Ótimo post, e a discussão até aquí fantástica.
Parabens ao Clicio, Juan Esteves e Enio Leite pelo resgate histórico.
Aos jovens é necessário “raízes e asas”
Raízes para entender e asas para surpreender. Foi assim que chegamos até aquí com a fotografia brasileira.
A introdução dos novos agentes reveladores fenidona-hidroquinona permitiram aganho de sensiblidade nos filmes, tanto em fotografia, como em radiologia, jamais experimentados na história da fotoquimica.
Fui o responsavel, na época pela introdução destes novos principios ativos. Levei 40 anos, com intermináveis pesquisas e testes, para conseguir a patente dos mesmos. A minha tese de doutorado, na Suiça foi em cima disso. Fui constantente boicotado pelas grandes multinacionais da industria quimica. Mas com preseverança e parecer técnico de um profissional da área da saúde, Maldonado, conseguir finalmente o DOMINIO PUBLICO!
Hoje, quando voce precisar de uma radiografia ou tomografia, lembre-se que há um brasileiro por detrás disso.
Confiram a patente:
http://www.patentesonline.com.br/leite-maldonado-para-revelacao-e-fixacao-de-filmes-radiologicos-105146.html
Enio Leite
Focus Escola de Fotografia
http://www.focusfoto.com.br
http://www.escolafocus.net
muito legal saber! e até hoje ainda tenho medo de puxar filme!
Grande Geyson. Não sei bem o que vc quer dizer com isso, mas quando Bach escreveu suas lindas partitas ainda faltavam mais de 200 anos para eu nascer. Quando o Hendrix queimou sua guitarra em Woodstock eu só tinha 11 aninhos! E já faziam mais de 30 anos que Stieglitz tinha começado sua belíssima série de fotografias chamada “Equivalentes” quando eu vim ao mundo no remoto ano de 1957! Até aí, nenhuma vantagem! E é justamente sobre isso que esse bom post do Belém fala! Podemos aprender com o que está escrito. Não importa em que época! Se não fosse assim, pobre de Shakespeare, que supostamente nasceu há mais de 400 anos antes de mim! Pobre da poesia!
Eu não tinha nem um ano de idade…
Ainda tenho algumas edições guardadas da Revista de Fotografia! Assim como da Atualidades Cinótica, Câmera, Câmera Photo, Fotoptica, Iris Foto, revistas que publicadas no Brasil nos ensinaram muito!
Muitos testes com filmes, portifólios inesquecíveis. Algumas duraram muito tempo, outras pouquíssimo!
O pior é que ainda é assim atualmente, bem como ainda a maioria tem memória muito curta, para não dizer nenhuma.
Na FAU, da USP, bem como na biblioteca da Fotografia SENAC, em SP, ainda tem muitas destas publicações a disposição dos fotógrafos interessados em saber como é um filme, como se revelava o mesmo, etc. Até mesmo quem foi George Love ( que me perdoem adiantado os papagaios de blog )
Memória curta com Love também. Como negro e sem dinheiro, foi esquecido por quase todos! Quase foi enterrado como indigente. Não fosse a intervenção em ultima hora de sua ex-esposa Claudia Andujar, não saberíamos hoje onde pranteá-lo!!
Viva George Love! Viva s cursos do MASP, Viva a ENFOCO, viva o Kubrusly, Viva o Tri-X! Viva o Belém!
Achei legal ler que na capa também dizia “Máquina boa é aquela que você acha boa.” Já tentando por um ponto final na eterna discussão.
Puxa, puxa. Fantástico.
Tive aulas de fotografia com o George Love e a Claudia Andujar no MASP, em 1972.
Ambos foram fundamentais na minha decisão de me tornar fotógrafo.
GRANDE achado, Belém!
ABraços, Clicio
Sensacionaaaalll. Que saudade do lab PB…
Sensasional!!!!!
Grande George Love. Mente anos luz na frente!