Bob Wolfenson no Rio

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Foto: Bob Wolfenson

No próximo dia 7 de julho, Bob Wolfenson abre a exposição “Cinépolis” na Galeria da Gávea. Por incrível que pareça, é a primeira vez que Bob expõe no Rio.

Mais uma oportunidade de conhecer o trabalho do fotógrafo fora dos estúdios e produções de moda e publicidade.

Abaixo, coloco o texto da exposição de autoria de Solange Farkas. Agradeço Bel Amado pelo envio do texto.

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Com a exposição Cinépolis, Bob Wolfenson recria-se. Identificado e reconhecido por seu trabalho na área da moda e da publicidade, o fotógrafo amplia suas fronteiras estéticas ao incursionar pela exploração visual de um mundo intimista, revelando uma visão contemplativa que busca olhar, compreender e recriar a relação de um homem com seu entorno, indo muito além da fria aparência superficial das coisas.

Este olhar inquisidor nos apresenta um espaço urbano silencioso e solitário, um caleidoscópio de situações e momentos. Personagem numa narrativa particular que transita entre a linguagem fotográfica e o cinema, com contornos realistas que apenas reiteram, por contraste, a delicadeza íntima escondida por trás da forma crua, a cidade devolve este olhar lançado à sua anima, como um espelho ao qual nos resistimos a encarar. História mínima, Cinépolis acentua a tensão entre a realidade visível, traduzida por cenas corriqueiras e cotidianas, e sua paisagem íntima, aqui descortinada de forma gentil mas não menos contundente.

Mas que não deixa de nos confundir, propositalmente: afinal, este trabalho torna-se um continuum visual de outra faceta do trabalho de Wolfenson, o de retratista, que tenta captar a aparente superfície da realidade, ou sua superficial aparência, que sempre escapa, incólume, às vãs tentativas de registrá-la. Apesar disto, ou justamente por isto, vemos a preocupação do fotógrafo em preservar os aspectos mais técnicos da captação das imagens, negando-se a recorrer, como ele mesmo se refere, a truques ou mirabolâncias em seu tratamento.

Para além da sempre onipresente discussão, na fotografia, entre o Belo e o Verdadeiro, entre Arte e documento, Cinépolis nos proporciona a fruição de uma obra formalmente elaborada e que parte de um sentimento genuíno e real.

Solange Farkas

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