Fotos: John Cyr – Bandeja de Abelardo Morell
O fotógrafo John Cyr realizou um ensaio bem peculiar. Me parece mais um estudo de fotografia histórica-arqueológica (invenção minha). Ao invés de revisitar álbuns ou fotos antigas, ele foi no laboratório de muitos fotógrafos e registrou singelamente as bacias de cópias.
Como isso é coisa da era paleolítica, explico: num laboratório fotográfico preto e branco, as ampliações eram reveladas e fixadas em bacias. Na realidade, eram três ou quatro bacias: revelador > interruptor do revelador (pode ser só água) > fixador > lavagem final que pode ser numa cuba maior.
Como vocês já devem ter notado, estou meio nostálgico nos últimos posts. Tinha um laboratório super-show-de-bola no meu quarto numa época distante e me orgulhava das minhas bacias de inox, iguais a do Andreas Feininger.
Bem, o site de John Cyr é bem legal e tem outros ensaios.
Em junho de 2009, mostrei um trabalho parecido sobre a documentação dos últimos laboratórios de Londres.
W. Eugene Smith esperando uma cópia numa bacia, apareceu por aqui também em junho de 2009.
E uma marcação muito detalhada para correção numa fotografia de Avedon, também em 2009.
Bandeja de Andreas Feininger
Bandeja de Ansel Adams
Bandeja de Arnold Newman
Legal isso.
Fotografia histórica-arqueológica é uma boa…
Formalmente, lembra aquele trabalho do Ashley Gilbertson, com rações de soldados no Afeganistão, mas claro, este tem bem mais resonância emocional…
Grande achado Belém! Que ensaio precioso, emotivo e minimalista ao mesmo tempo. Ser minimalista e potente é o grande lance. Golaço do John Cyr! Abraço.
Belo post!
Qdo “menos é mais”… Simples, lindo e bem profundo o trabalho!
Especial o post de hoje! Como é bom descobrir “o outro lado” da fotografia.