O Icônica, blog dos amigos/professores Ronaldo Entler e Rubens Fernandes Junior, estará comemorando o centésimo post com pequenas mudanças no layout e, principalmente, o início da participação de dois colaboradores: Claudia Linhares Sanz e Mauricio Lissovsky.
O post 100 será de Lissovsky e, muito gentilmente, Entler enviou para o Olhavê um pedacinho do texto que sairá na próxima semana:
A fotografia e seus duplos – Parte I
Por Mauricio Lissovsky.
Joseph Nicéphore Nièpce, inventor da “heliografia”, deve seu nome de batismo a São Nicéforo, Patriarca de Constantinopla (806-815), canonizado em virtude de sua inquebrantável defesa das imagens sagradas diante dos ataques de poderosos iconoclastas bizantinos. A despeito da feliz coincidência, São Nicéforo de Constantinopla não foi escolhido padroeiro da fotografia ou dos fotógrafos. Consultei alguns profissionais a respeito da existência de um santo protetor de seu ofício. Os poucos que arriscaram uma reposta estavam quase seguros que “deveria” ser Santa Luzia. Mas a resposta correta é Verônica, aquela que ao enxugar o rosto do Cristo, durante a Paixão, imprimiu no véu os traços da Santa Face. O “Véu de Verônica”, supostamente originário da Bizâncio de São Nicéforo, foi um dos objetos de culto mais reverenciados durante a Idade Média. Suas exibições públicas encerraram-se no século XVII, quando, segundo alguns, teria “desaparecido” do Vaticano (ou, segundo outros, desbotou até não poder mais ser discernida qualquer imagem).
(…) Verônica, portanto, fora a primeira fotógrafa e nada mais natural que o Vaticano a encarregá-la da proteção do ofício. A questão, porém, é mais complexa, pois a mesma santa acumula também a proteção dos “empregados das lavanderias”. A eleição de Verônica para esta função provavelmente decorre de um gesto litúrgico: a ostensão, que consiste em erguer um objeto sagrado nas mãos e exibi-lo à vista de todos. É em ostensão do véu que Verônica é sempre representada, e é também em ostensão que são apresentados os resultados de uma roupa bem lavada.
Prof. Rubens, sua foto surgiu em minha pesquisa no Google apenas pela coincidência do nome Jr.
Reconheci, claro. Lembrei muito da minha passagem pela FAAP. Somente as boas lembranças me vieram. Fiquei feliz. E você está igualzinho!
Nos vemos em breve. Grande abraço.
Igal