Fotos: Olivia Rthur
Série The Middle-Distance
Momentos que não são seus
Preciso de uma palavra para sintetizar o trabalho de Olivia Arthur.
Poderia, na verdade, usar várias. Porém, seu trabalho guarda como num relicário a franqueza, determinação e delicadeza de enxergar no outro as sutilezas de ser diferente. Olivia se interessa pelo que não está nela, pelo que ela através de sua cultura não vive, não se sujeita.
O olhar de Olívia parece flutuar, adentrar salas, quartos, casas, sem incomodar o outro, sem abafá-lo. Faz desse gesto de aproximação um encontro poético-antropólogico.
Com beleza extrema, nos apresenta facetas da imagem da mulher em sua intimidade de rituais, de situações do cotidiano… Enfim, de momentos que não são seus mas que procura entender com suavidade do seu olhar.
Poderia sintetizar com a palavra fronteira, direitos, liberdade. Afinal, são questões recorrentes em sua trajetória. Mas, a palavra seria óbvia e pouco abarcaria a atmosfera simbólica que faz o trabalho de Olivia ser tão humano.
A inquietação pela pesquisa de visões de mundo e realidades sócio-culturais faz com que eu pense em alteridade. A palavra significa se colocar no lugar do outro, apreender o outro pelas suas diferenças. Travar um diálogo sincero.
Olívia e sua alteridade profunda: uma oportuna reflexão para pensarmos que a fotografia pode e deve ser um território de relações pessoais e culturais de grande beleza, mas sobretudo de compreensão e sentido.
Georgia Quintas, setembro de 2011
* Texto apresentado durante a entrevista com a fotógrafa britânica Olivia Arthur no 7º Paraty em Foco.
Série In the Name of God
Série Saudi Arabia
Eu participei do Workshop da Olivia, no Paraty em Foco. Foi maravilhoso. Ela consegue enxergar as diferenças porque é simples. Ela é elegantemente simples.