Nos próximos dias 15, 16 e 17 de setembro, o fotógrafo norte-amnericano Stephen Shore estará com uma agenda cheia aqui em São Paulo. Para quem não tá sabendo, os detalhes estão aqui.
O Olhavê bateu um papo rápido com Shore.
Foto: Drpaluga – StephenShore
OLHAVÊ – Em entrevista ao blog de Jörg Colberg , o senhor afirma: “Recentemente, acho que fui influenciado mais pelas novas tecnologias do que por qualquer fotógrafo ou artista”. Como a tecnologia influencia o processo criativo de um artista?
STEPHEN SHORE – As fotos que estarão na exposição é um exemplo do que quero dizer. Elas foram feitas com uma câmera digital high-end. Isso produz uma imagem que tem a qualidade visual e a nitidez de uma 4×5. Porém, a câmera oferece a espontaneidade de uma 35mm. Isso produz uma imagem que não teríamos há poucos anos atrás.
OLHAVÊ – O seu livro Uncommon Places é um dos mais celebrados da fotografia nos últimos anos e a sua obra é considerada pioneira quando falamos de fotografia contemporânea. Qual o desafio para um autor após conseguir o reconhecimento? E qual o seu conselho para os mais jovens encararem o sucesso?
STEPHEN SHORE – Para quem você esta fazendo arte? Para o mercado ou para você mesmo? Para ser reconhecido ou para responder questões? Esta situação é difícil e pode atrapalhar a evolução do trabalho do artista.
OLHAVÊ – Qual a importância de ter um livro publicado para a carreira de um fotógrafo? Nos últimos anos, o senhor tem feito alguns livros de autor com tiragem limitada. Qual a motivação para produzir este livros?
STEPHEN SHORE – Eu vejo esses pequenos livros como obras de arte. Olhando para um livro grande, é como sair numa viagem. Mas com um pequeno livro, pode-se segurar a experiência inteira, ao mesmo tempo, na sua cabeça. Eu faço cada livro em um dia e ele mantém a relação das imagens na minha mente como se eu estivesse fotografando.
OLHAVÊ – A sua obra e os seus livros são bem celebrados no Brasil. O senhor conhece a Fotografia Brasileira?
STEPHEN SHORE – Não conheço. Exceto que sou amigo de Vik Muniz.
OLHAVÊ – Quais serão os temas abordados no seu workshop no Brasil?
STEPHEN SHORE – Meu objetivo é conduzir cada artista a encontrar sua voz.
Capa do livro Uncommon Places