As fotografias coloridas do fotógrafo uruguaio Martín Batallés remetem a uma experiência de mundos sensíveis.
Daqueles mundos improváveis onde o pensamento racional recupera o impulso da fruição estética. Seria quando a imagem “desdobra-se” em seus sentidos múltiplos, de nossa relação visual com o incomum. Cada narrativa recupera a instância da alegoria e seu exercício vital de criação nas imagens fotográficas – algo fundante às representações pictóricas.
O pressuposto do belo não é a primazia do trabalho de Batallés (apesar de o ser), mas sim a força da magia. De tudo que gera a ficção pela superação da realidade. O real é mutável e a fotografia o pêndulo que a coloca no mundo da nossa percepção como reflexão aprofundada de ideias. Batallés apresenta essa multiplicação de “realidades” imagéticas.
Por Georgia Quintas
* Texto originalmente publicado em 2010 no Fórum Virtual, blog do Fórum Latino-americano de Fotografia de São Paulo.