Comentários 3

  1. A China é um país de superlativos.

    Os mais diversos horizontes tem como denominador comum guindastes e chaminés de fábricas, cruzados por jovens com roupas ocidentais, riquixás e carros de luxo, combinações tipicamente chinesas entre o antigo e o moderno. A mudança mais recente – a abertura da economia para o exterior – trouxe o capitalismo, a globalização e um impacto imenso em seus valores tradicionais. Este processo de re-identificação cultural segue em ritmo tão veloz, que faz com que hábitos cultivados há milênios passem a ser considerados falta de educação quase que da noite para o dia.

    Utilizando câmeras de plástico e filmes feitos e processados na China, os fotógrafos caminharam pelas ruas chinesas documentando hábitos cotidianos em um país que radicalizou sua história no último século. A qualidade das imagens, com vinhetas, frames manchados e imagens borradas aludem ao sonho passado, funcionam como elementos catárticos que nos distanciam temporalmente do presente hiper realismo da sociedade de consumo e da nitidez das câmeras digitais. A estética é crua, inseparável do momento – livre de pós-produção de simulacros – pois ela é simulacro em si.

    Uma cultura construída através dos séculos com precisão milimétrica, múltipla e monumental, que está se tornando padronizada, fugaz e descartável, assim como o plástico que se desmancha no tempo e se espalha pelo mundo com a etiqueta Made in China. É inevitável analisar as transformações culturais que afetam o povo chinês graças à industrialização/globalização e como estas são reflexos de um processo que atinge toda a humanidade.

  2. Parabéns ao casal amigo Arthur e Isabela , mais um mergulho nessa cultura milenar , e que venha um novo ensaio , SUCESSO !!

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