Clicio Barroso

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Estou postando uma entrevista que fiz com o fotógrafo Clico Barroso para o caderno de Informática do Jornal do Commercio.

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Entrevista – Clicio Barroso

O paulista Clicio Barroso é um dos mais respeitados fotógrafos de publicidade e moda do Brasil. Clicio roda o país lançando livros e ministrando workshops sobre Photoshop, Lightroom e Gerenciamento de cores. Hoje, às 19 horas, lançará o seu novo livro chamado Adobe Photoshop – Os 10 fundamentos (Editora Desktop), na Arte Plural Galeria. Além da publicação, será apresentado o Ateliê de Impressão, local para impressão de imagem com qualidade fine art. Clicio é autor de Adobe Photoshop Lightroom (Editora Photos) que está na segunda edição e virou livro de cabeceira de vários fotógrafos. Um dos maiores méritos do profissional é desmitificar e ensinar de forma clara e intuitiva os segredos de softwares robustos e com milhares de ferramentas. Clicio conversou com o repórter-fotográfico Alexandre Belém sobre o seu novo livro, Photoshop CS4 e Adobe Lightroom.

JC – O Photoshop CS4 é a versão de número 11 do programa em vinte anos. Durante todo esse tempo, quais foram as principais mudanças e evoluções?

CLICIO BARROSO – Na verdade, a Adobe tem essa tradição de deixar os softwares evoluírem de dezoito em dezoito meses, lançando uma versão nova. Algumas mudanças foram sintomáticas. Da versão 2.5 para a 3 surgiram as Layers (Camadas) que foi um grande salto. Depois, na passagem da versão 5 para a 6, a Adobe implementou o gerenciamento de cores aberto, do jeito que ele é hoje, com perfis ICC. E a última grande mudança foi quando todos os programas da Adobe se integraram numa suíte, a Creative Suite. Isso foi da versão 7 para a primeira CS. Um fato muito importante foi quando, há três anos, a Adobe adquiriu a Macromedia e programas como Flash e o Dreamweaver foram inseridos na suíte.

JC – Para o fluxo de trabalho do fotógrafo, quais foram as novidades mais significativas do Photoshop CS4?

CLICIO BARROSO – A primeira grande vantagem do CS4 é em termos de produtividade. Agora existe um painel de camadas de ajustes. O painel faz com que qualquer ajuste na camada apareça em seu próprio painel e não como uma janela flutuante como era antigamente. Com todos os ajustes no mesmo painel, você consegue trabalhar muito mais rapidamente do que clicar e abrir ajuste por ajuste. Em um painel, se reuniu todas as ferramentas.

JC – As mudanças na interface tendem a facilitar o trabalho?

CLICIO BARROSO – A interface é nova e mais profissional. Tem menos ícones, é muito mais intuitiva e rápida. Ela está menos bonitinha e mais seca, ficando muito mais funcional. Os arquivos se abrem em abas como no Firefox, ficando muito mais produtivo do que ter um monte de fotos uma em cima da outra. E as máscaras de Layers ganharam um painel só para elas. Outra coisa importante é o Zoom Contínuo. Antes do CS4, o zoom do Photoshop pixelava a imagem nos valores intermediários (entre 25%, 50%, 100%, etc). Agora, ele é continuo e deslizante em qualquer resolução, sem pixelar em nenhuma proporção.

JC – A utilização da ferramenta Mask (Máscara), que é o bicho-papão de muito fotógrafo, está mais intuitiva e fácil?

CLICIO BARROSO – Está muito mais fácil. Agora, todas as mudanças são feitas no Painel de máscara com todas as ferramentas necessárias. Basicamente, o painel elimina a necessidade de aplicar comandos ou filtros na máscara. O que deixava a ferramenta complicada, para que não conhece, é o fato de ter que fazer uma pintura ou desenho na máscara e depois modificar com filtros. O conceito era muito complexo e ficou simples. Realmente, a nova interface e os painéis de máscara e layers são as grandes novidades do CS4.

JC – O Photoshop está deixando de ser apenas um editor de imagens fotográficas e partindo para o uso de 3D, animação, vídeo. A mudança é natural? O Lightroom veio para suprir a necessidade do fotógrafo?

CLICIO BARROSO – O Photoshop não foi feito só para fotógrafo. Foi feito para edição de vídeo, 3D, médicos, etc. Os dois programas se complementam. Temos que diferenciar o que é “processamento básico de imagem” e “tratamento de imagem”. Tratamento é fazer fusões, misturas de camadas, montagem e colagem. Processamento básico é aplicar Levels, Curvas, Hue/Saturation e fazer limpeza. Isso, o Lightroom faz mais rápido e melhor do que o Photoshop. Para fazer isso no Photoshop, eu preciso de quatro layers de ajustes. No Lightroom, eu faço num painel só, seqüencialmente e diretamente no arquivo RAW. O Lightroom é o laboratório para foto digital do fotógrafo. O Photoshop é para o tratamento pesado.

JC – O seu novo livro se chama Adobe Photoshop – Os 10 Fundamentos. Qual foi o critério para estabelecer 10 itens para um programa tão robusto?

CLICIO BARROSO – O livro tem um viés fotográfico, pois eu sou fotógrafo. Então, pensei o que realmente é fundamental para o fotógrafo no Photoshop? O que o fotógrafo precisa fazer no Photoshop? O que ele precisa saber para tirar o maior proveito do programa? E cheguei à conclusão que seriam dez coisas que realmente seriam importantes, entre elas: gerenciamento de cores, contraste tonal, determinar as saturações, o ponto de preto, etc. São pontos fundamentais que todo fotógrafo tem que saber fazer nas suas imagens. No fluxo de trabalho normal de qualquer fotógrafo, mais cedo ou mais tarde, ele vai acabar usando todos os dez fundamentos.

JC – O seu livro Adobe Photoshop Lightroom é um sucesso. Por que agora um livro sobre Photoshop?

CLICIO BARROSO – O livro do Lightroom foi uma necessidade, pois o software não tem manual em português. O próprio programa não tem versão em português. O Lightroom era uma necessidade. Ele virou um guia e é o manual que está faltando. A vontade de fazer um livro sobre o Photoshop vem de muitos anos e a decisão veio agora porque os fotógrafos estão mal servidos de literatura sobre Photoshop. Ele é atemporal e pode ser usado com qualquer versão do programa, inclusive a CS4.

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