Foto: Pietro Masturzo
Resultado do World Press Photo na rua (carnaval também) e fica a sensação de mais um ano igual.
Tragédia, dor humana, sofrimento, etc. O problema é do mundo e não do WPP. Bem, ainda assim, me parece uma formato pré-estabelecido que fica preso em fórmulas matemáticas. Sei não. Vendo este ano a lista dos ganhadores… Parece que já sabia o que vinha pela frente.
A Foto do Ano (acima), seguindo o ano passado, não se baseia na Imagem do Ano. É o Fato do Ano, a Notícia do Ano. Ou, o-que-achamos-importante-do-ano-que-passou. Os dois últimos vencedores, com certeza, tomaram um baita susto quando viram as suas fotos como a Foto do Ano. O ensaio completo sim… Genial.
No mais: o preto e branco muito utilizado (a Kodak está comemorando as vendas do Tri-X), briga de gangue e muito retrato. Outras: Obama só apareceu pelas lentes de Charles Ommanney. Irã e Walter Astrada, show. Aqui, Ommanney brilhando no Olhavê!
Imperdível o ensaio de Gihan Tubbeh sobre um garoto autista (foto abaixo).
Depois destas linhas escritas e revendo as fotos para o post, cheguei a conclusão que gostei do World Press Photo deste ano. Próximo ano, quero ver mais preto e branco e sofrimento.
O melhor do ano, sem dúvida, foi o prêmio para o brasileiro Daniel Kfouri. Veja a foto aqui. Daniel completou 35 anos hoje!
Lista completa, aqui. Galeria dos vencedrores, aqui.
Aqui, um vídeo com a chefe dos jurados, Ayperi Karabuda Ecer. Ela fala da Foto do Ano e do período de votação. Aqui, você conhece um pouco como era o local de votação.
Alguns números: 63 fotógrafos premiados de 23 países. Duas semanas de votação com número recorde de fotografias, 101.960 imagens de 5.847 fotógrafos de 128 países.
A China foi o país com mais inscrições: 586.
Foto: Charles Ommanney/Getty Images for Newsweek
Foto: Eugene Richards/Reportage by Getty Images for The Sunday Times Magazine/Paris Match
Foto: Gihan Tubbeh
Foto: Laura Pannack/Lisa Pritchard Agency for The Guardian Weekend magazine
A Kodak comemorando vendas de Tri-X é a melhor notícia do ano, rs… Mas onde se encontra essa informação? Fiquei curioso porque eles tiraram o Tri-X 320 de linha, uma pena. Parabéns pelo blog!
“O problema é do mundo e não do WPP.”
Sem dúvida tudo isso tem no mundo, mas o foco do prêmio na desgraça é sim um problema do WWP, e não do mundo.
Tem de tudo por aí, nós é que fazemos o recorte.
As vezes questiono se a fotografia da desgraça deixou de ser uma denúncia para virar a banalização da violência. Por isso o ensaio do Pietro Masturzo é tão bom…. A sutileza foi finalmente premiada.
Alexandre… a sua frase pedindo mais pb e sofrimento colocada assim no final do texto soa um pouco estranha pra quem lê… mas a ironia sempre correrá esse risco.
Parabéns ao Kfouri!
Quando trabalhamos juntos em 1999 nem sabíamos que seríamos fotógrafos.
abs,
Paula
Claro, combinado. Ou com chuva mesmo..
Abraço!
Oi Tuca,
Tudo jóia?
A frase, colocada assim, no seu comentário, soa estranho mesmo. No post, usei como negação À minha crítica inicial e, também, como um vislumbramento de nova repetição das escolhas no próximo ano.
Realmente, não quero mais terremotos ou tragédias! Imagina uma Foto do Ano do Galo da Madrugada que arrastou dois milhões de pessoas aqui no Recife? Seria show, né?
Mas, historicamente, só vem (vivemos) lapada na cabeça.
Abraços e no próximo encontro, aceito aquele café. Sem chuva, beleza?
Parabéns ao grande Kfouri!
Mas Belém, fico pensando no “quero ver mais preto e branco e sofrimento”…colocada assim, essa frase, soa estranho, não?
grande abraço,
Belém, realmente não dá pra saber a fórmula. Na verdade, depois de anunciado, sempre encontramos alguma obviedade.
O que mais me atraiu, como no ano passado, foi perceber que a galera ta estudando e investindo no tratamento das imagens. Muita “pós-produção” aliada a edição (no caso das “stories”) me cativa.
Outra coisa foi ver, pela segunda vez o skate presente. Dessa vez, na foto do Bob caindo, feita pelo Kfouri. Talvez porque ainda é considerado “radical” ou alternativo atraia mais a atenção do juri. Mas isso é o meu lado skatista falando.
E, tb. muito interessante, os brasileiros esteram marcando presença todo ano. A galera daqui precisa continuar investindo nisso, sem para.
Como meu comentário está sendo feito no sábado de carnaval, acho que vc. só vai responder na quarta de cinzas. Justo. Sai do chão!
A foto de Eugene é o máximo em revelação da dor humana. O resto para mim é abobrinha.
Gostei muito do tratamento ao “episódio Obama”.
A categoria Daily Life me surpreendeu positivamente.
Em que pese o mundo continuar o mesmo — concordo com vc — não creio que isso por si só seja justificativa para insistirem tanto na política das três palavras-chave: Guerra, África, Oriente Médio. Uma nova categoria que premiasse documentários segundo continente de produção ajudaria muito a instituir novos hábitos.
O ensaio completo de Pietro Masturzo é sim.. fantástico! Ja a foto isolada perde alguma coisa..
WPP sempre surpreendendo por não surpreender!
Ainda assim.. temos imagens incríveis!!
So tenho uma duvida na foto ganhadora. Sera que ela tem aquele recurso do CS4?
Belém meu amigo, estou com você e não abro… qual é a formula do IN/ OUT, Yes/No?
Ao menos rolou uma variedade imagetica significativa comparado aos ultimos anos. Sinceramente, gostei disso. A proposito, é impressão minha ou entrou outra categoria esportes?
Que ensaio lindo do menino autista…lindo demais. Que bela edição!
Ao Daniel Kfoury! parabens pelo prêmio WPP e aniversário!!!
Abraços