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O fotógrafo Anderson Schneider colocou um comentário na sua entrevista fazendo algumas considerações. Como postei o comentário de Claudio Versiani, acho que devo fazer o mesmo.

O comentário de Anderson:

Acabo de chegar de uma semana de viagem e perceber que algumas idéias que coloquei geraram desdobramentos. Que bom. Gostaria apenas de detalhar dois pontos para que nenhum mal-entendido seja perpetuado.

1. Onde escrevo fotografia, por favor, leia-se fotojornalismo. Apesar do contexto da entrevista deixar, na minha opinião, isso claro, em momento algum de minha exposição deixei essa apropriação do todo pela parte textualmente registrada. Falha minha. Faço-o agora.

2. Em momento algum disse que a fotografia norte-americana ou européia é brilhante. Apenas disse, e repito, que nossa fotografia é provinciana e perdida no tempo. Provinciana porque a produção nacional e sua veiculação são, via de regra, desconectadas do que se faz no resto do mundo. O tratamento que a fotografia tem dentro das redações brasileiras é, de maneira generalizada, claro, risível. E torna-se ultrajante quando comparado ao tratamento que a fotografia tem nos jornais e revistas europeus e norte-americanos. Claro que existem algumas boas exceções, mas a média nacional é muito ruim. Já quando digo que a fotografia brasileira é perdida no tempo, refiro-me ao fato da fórmula ainda em voga nas redações nacionais ser a mesma há mais de sei-lá-quantos anos, aquela que invariavelmente submete o conteúdo fotográfico ao conteúdo do texto, deixando assim pouco, pouquíssimo espaço para a fotografia se reinventar. A fotografia na grande maioria dos meios de comunicação de nosso país não é mais que um tapa-buraco, algo que apenas existe para tornar a feia página de jornal um pouco mais bonitinha. Como já bem disse a moçada da Cia de Foto, nesse país fotógrafo não é mesmo pago para pensar.

Então, quando somo todos os desmandos ao quais a fotografia brasileira se submete pacatamente todos os dias, do crédito ao salário, do respeito por seu conteúdo ao espaço para o desenvolvimento de sua linguagem, infelizmente, só me resta dizer que a fotografia brasileira não vale mesmo muita coisa.

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