Raul Garcez

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raul garcez

Foto: Raul Garcez

Equilibrar o ensaio fotográfico, encontrar o ritmo da narração, perceber os “respiros” que algumas imagens estabelecem à temática são aspectos caros ao fazer fotográfico. Não há referências definitivas, nem fórmulas a serem seguidas. Mas, observar trabalhos bem realizados é uma das melhores maneiras de exercitar a acuidade visual e de entender as nuances da elaboração do processo pelo qual a ideia transforma-se em imagens.

Conhecemos pouco da fotografia brasileira. O trabalho sobre o Conjunto Habitacional da Várzea do Carmo, do fotógrafo Raul Garcez (1949-1987) faz parte daqueles doces achados. Aula exemplar sobre como colocar em cena a subjetividade e força de espaços. O silêncio cortante vagueia pelo ensaio. Raul Garcez fora integrado pelos fotografados em apartamentos-mundos; entretanto, tornou-se tão próximo que perdeu corpo. Passou a ser o outro que captava.

Raul Garcez tem um belo livro a ser visto e revisto. Trata-se da delicada edição FotoPortátil, de 2005, Cosac Naify. Com excelente texto de Ricardo Mendes e coordenação de Eder Chiodetto.

Por Georgia Quintas.

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