Filmes publicitários da Vivo com DSLR

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Neste vídeo, você vê a nova campanha publicitária da Vivo. A impresssa (abaixo) já está pela Veja, Época, Estadão e Folha de S. Paulo. Foi clicada pela Cia de Foto com 5D Mark II. Nenhuma novidade…

Todos os filmes publicitários também foram filmados pela Cia de Foto com DSLR. Também, nenhuma novidade publicidade com 5D Mark II.

O bom da história é que a agência de publicidade (DPZ) e a produtora dos filmes (Paranoid) de Heitor Dhália, quiseram ter o olhar de fotógrafos e a garotada da Cia fez tudo. Filmou, sugeriu edição, som, sentou na mesa, etc. Não se trata de fotógrafos adentrando o mundo do cinema ou filme publicitário… Isso sempre aconteceu, mesmo com câmeras pesadas de cinema. Falo aqui da hibridez de tudo, da convergência, da linguagem líquida. Não há mais barreiras.

A 5D Mark II é um sucesso. Aqui no Recife, uma carrada de documentaristas, cineastas e gente que faz de alguma forma cinema, estão comprando a máquina. Pessoas não ligadas à fotografia. O legal da campanha da Vivo não é o equipamento… É a procura e entrada de fotógrafos nos sets de filmagem com a autonomia para gritar: “Filmando!”.

Por outro lado… De certa forma… O agente disso tudo foram as 5D Mark II, 7D, Mark IV…

As filmagens foram realizadas no Pará, Minas Gerais e São Paulo. Já estão na TV fechada e chegam nas abertas após o Dia das Mães.

“[…] Conectar, compartilhar, colaborar […]”, Mônica, blogueira do Pará no vídeo abaixo.

A Galeria Experiência ficou responsável pelo Making Of das filmagens e ficou bem legal o trabalho deles. Confira abaixo:

Comentários 10

  1. Deleuze?… as máquinas são sociais antes de serem técnicas.

    Pois é, Pio, acredito que o blog (e as outras ferramentas) aconteçam pelo uso. O observador constrói o dispositivo, que também constrói o observador, mas que sem a primeira senteça, não existiria. Muitas combinações são possíveis, mas apenas algumas virtualidades se atualizam.

    Ninguém sabia ao certo onde ia dar essa tal de Internet quando ela nem tinha esse nome. Um projeto militar e científico que começou a ser permeado por outros usos e reconfigurou as práticas a ponto de ser o que é hoje.

    E agora? E a fotografia?

    Entler tocou nesse assunto recentemente, não foi?

  2. Eis um ponto gostoso da discussão sobre todo esse movimento no animado e binário mundo do fotográfico! Que bom que apareceu aqui.

    Claudia Linhares levantou a bola desse tópico tão pertinente em sua palestra no FestFoto Poa. E me disse, após nossa mesa, do cuidado que devemos ter ao olharmos as tecnologias como responsáveis pela formação das ideias, pois isso pode representar uma visão limitada. Foi mais ou menos isso que ela falou, espero eu, mas de fato foi isso que entendi. E concordo.

    (Acho que estamos vivendo numa sociedade para lá de Benjaminiana!)

    Um blog por exemplo, é uma ferramenta que em sí é uma autoria. Ou seria, pelo menos, uma materialização de um belo entendimento sobre “autoria”(se é que podemos tratá-lo por matéria).
    Trata-se de uma ferramenta que existe a partir de manifestações, apropriações e resignificações de conceitos. Um emaranhado de citações, de pensamentos, que se conectam em partilhas e esbarrões de ideias. Um blog é “espesso”assim com a vida é espessa(!).

    “O que vive incomoda de vida o silêncio, o sono, o corpo que sonhou cortar-se roupas de nuvens. O que vive choca, tem dentes, arestas, é espesso. O que vive é espesso como um cão, um homem, como aquele rio. Como todo o real é espesso […] Porque é muito mais espessa a vida que se desdobra em mais vida, como uma fruta é mais espessa que sua flor; como a árvore é mais espessa que sua semente; como a flor é mais espessa que sua árvore, etc. etc.” João Cabral de Melo Neto

    Nós estamos aqui compartilhando a construção de uma plataforma que ajuda a destruir a oficialidade dos pensamentos. Nosso gesto de discutir em um blog é muito forte, apesar de que não acredito que nossa ansiedade por essa discussão tenha sido criada pelo surgimento da ferramenta e sim, o contrário deve ser verdadeiro. Precisamos de um blog para derrubar o monopólio de opiniões e serem refeitos os meios de se opinar. Eis o que praticamos aqui!

    O que acho que acontece quando operamos ferramentas como a Mark II, é uma celebração de uma vontade que surgiu lá atrás, uma vontade social. O resultado, esse que celebramos, é somente uma parte desse processo tão complexo. As origens não se dão na tecnologia mas em nossos anseios. De alguma forma queremos romper com algumas das fronteiras erguidas na sociedade moderna. E vem daí um mundo de possibilidades(tecnologias) que dão meio a toda essa vontade.
    As tecnologias são resultados criativos do que era só intuição. Ela é uma ferramenta e linguagem.

    As coisas não se originam no momento em que a percebemos. Assim diz Benjamim em seu conceito de originalidade. Sempre pegamos o bonde andando que aqui é muito bem ilustrado por uma câmera absurdamente competente como a Mark II. Mas é certo de que nossa vontade de convergência entre as linguagens de foto e vídeo(por um exemplo) vem de antes. A gente já pedia por esse instrumento antes de qualquer projeto desenvolvido pelos “santos” engenheiros.

    “A emergência da tecno-logia destruiu essa hierarquia. A tecno-logia concebida como o grande acontecimento fundador da cultura contemporânea é um modo de compreensão do mundo que é simultaneamente o movimento de sua transformação. O mundo só se compreende à proporção que está em processo de mudança: a prática e a teoria, a verdade e a ação, o conhecimento e a técnica condicionam-se reciprocamente de tal maneira, que são os progressos técnicos que tornam possíveis os avanços científicos; e são concepções científicas que exigem certos desenvolvimentos técnicos; tudo se enquadrando num só grande movimento de compreensão e transformação do mundo, regido por uma lógica, que não mais a da anterioridade da verdade em relação à transformação, ou a da teoria em relação à prática.Trata-se da lógica da simultaneidade, do fazer que conhece e do conhecimento que transforma.” Márcio Tavares d’Amaral

    Em Flusser:

    “A roseira contra a parede da minha casa será objeto natural, por crescer e por ser assunto da botânica, essa ciência da natureza? Ou será objeto artificial, por ter sido plantada por jardineiro em obediência a determinado modelo estético? E minha casa será objeto artificial, por ser a arquitetura uma “arte”? Ou será ela objeto natural, por ser “natural” que homens façam casas, como pássaros fazem ninhos? A distinção entre natureza e cultura é duvidosa. Igualmente duvidoso é não importa que outro critério para distinguirmos objetos. Por exemplo: distinguir entre objetos intransportáveis e transportáveis, “imóveis” e “móveis”. País parece ser objeto imóvel, mas a Polônia foi transportada rumo ao Oeste. Camas parecem ser móveis, mas a minha cama é mais estável que a Polônia. Todo catálogo de objetos terá inexatidões e lacunas. Não é fácil o conhecimento objetivo.
    No entanto, sob retrospectiva, viver em circunstância objetiva era viver vida confortável. Havia, por certo, dificuldades “epistemológicas”, mas sabia-se, mais ou menos, como levar a vida. Viver é caminhar rumo à morte. Em circunstância objetiva tal caminhar esbarra contra objetos. Os objetos que barram caminho eram chamados “problemas”. Viver era limpar o caminho, resolver problemas. De duas maneiras. Manipulando o problema para que fique mais dócil (a isso se chamava “produção de objetos”), ou saltando por cima do problema (a isso se chamava “progresso”). Havia problemas que não permitiam nem serem manipulados, nem saltados. A isso se chamava “as últimas coisas.” Vilém Flusser
    ………
    Viva essa tecnologia que acompanha os anseios de nosso tempo, e o pensamento quando esse se torna uma pedagogia para nossa vida espessa.

  3. Oi Afonso,

    Quando você fala, pensei na coisa circulando, indo e voltando.

    Você procura e acha e procura e acha. Traduzindo a “demanda de assimilação”, se eu conseguir adentrar no vocábulo… Seria a velha e boa procura e oferta, e vice-versa. A indústria de refrigerante, sapato, roupa (etc) faz isso também.

    Quando você fala em “quem se apropria das ferramentas”, penso: Que ferramentas? As que foram colocadas no mercado? Então, quem bolou foi a indústria, suprindo nossas necessidades ou, acredito muito mais nisso: criando novas necessidades. É circular e não podemos ser reducionistas ou românticos. Eu acho que faz parte da evolução humana, da evolução criativa e a indústria nos acompanha e nos ajuda/empurra com isso. O FAZER fotográfico é diferente do fazer filosófico, que não precisa de caixa preta.

    Fico pensando se em agosto/setembro de 2008 as coisas não tivessem acontecido e não fossem lançadas as Nikon D90 e Canon 5D Mark II. Isso é só um exercício meio bobo.

    Será que a Cia de Foto, citada neste post, teria investido alguns mil dólares nas câmeras de vídeo HD da Panasonic, etc? Será que eles “mudariam” o perfil (editorial e de investimento) da empresa? Por isso, acho que uma 5D Mark II foi revolucionária em propor e dispor tudo isso. Qualquer helicóptero de aeromodelismo faz imagens aéreas em alta definição com as DSLR. Parace bobagem o post acima, mas não é.

    Valeu pelo comentário.

  4. Post legal,concordo com quase tudo. O quase é por conta do ponto de vista “O agente disso tudo foram as 5D Mark II, 7D, Mark IV…”.
    Penso exatamente o contrário: a tecnologia é, isso sim, resultado de uma apropriação social e profissional. Em outras palavras: Canon, Nikon, Panasonic e congêneres não são bobas. Fazem produtos por que percebem uma demanda de assimilação, e isso, quem faz, são os fotógrafos.
    Dependendo das majors, ainda estaríamos com equipamentos dedicadados para cada coisa. O que muda é o regime de ver/ fazer imagem. Hoje, não dá para separar foto de vídeo ou cinema. E isso, quem bolou não foi a indústria, e sim quem se apropria das ferramentas, no caso, nós.

    Abraços, Afonso.

  5. Alexandre,

    Ótimo post!
    Estou impressionada com a quantidade de coisas boas que tem se produzido com estas câmeras!
    O making of da Galeria Experiência (que eu não conhecia) é sem dúvida o making of mais lindo que eu já vi!

    Obrigada e parabéns, mais uma vez!
    bjs,
    Taty

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