Ela sou eu

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Ela sou eu

Essa camada sou eu. A superfície vocifera sempre diante do sol. Inclemente. Lindo, perfeito para brincar.

A luz, sempre a luz… Não me toque porque me dói.Talvez, pela ausência. Pelo que precisaria ter para não ser.

As camadas são mais subjetivas do que aparentam. Engano achar que são apenas – e tão somente – matéria, algo físico…

A clareza que carrego é que a diferença passa a ser um território. Provoca, sem cerimônias, o olhar do outro. As camadas passam a ser exotizadas. Nem sei muito bem o que isso significa, mas sinto…

Como uma casca que cai e se renova, acho que tudo passa… Com a delicadeza que tenho que ter com ela.

Afinal, ela sou eu.

Esse texto de Georgia Quintas está na revista S/N com o ensaio de Alexandre Severo. Acima, duas páginas duplas das quatro que Severo está ocupando.

Comentários 9

  1. Severo, você já sabe o quanto te admiro, respeito e quero bem. Seu trabalho é magnífico, maduro, contemplativo.
    À Flor da Pele, é certamente um de seus principais trabalhos, mas imagine, apenas um de tantos grandes trabalhos que ainda estão por vir.
    É muito bom, muito gratificante ver um grande trabalho publicado em uma grande revista, e conhecer os detalhes, os bastidores, as histórias que acompanham tudo isso. Você merece muito esse espaço!
    Agora, tenho que falar também o seguinte. Você é realmente um cara de muita sorte, pois no primeiro momento o teu ensaio foi ladeado pelo lindo e contundente texto de João Valadares, um dos melhores que já vi na minha vida. E agora por Geórgia, que derrama sobre as tuas fotos uma poesia que nos deixa até encabulados… Então meu amigo, eu só posso bater palmas e te dizer:

    PARABÉNS!

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