Month: janeiro 2013

Distâncias ausentes

Embora nos esforcemos para que o olhar vagueie e encontre sua firmeza, certo indicativo de nitidez, as imagens astutamente contorcem nossa percepção e gotejam inefáveis sensações. Contemplar não é tão somente um estado de visão. É ainda, um pedido, o anseio pelo frescor, o gesto em alcançar.

Ver torna-se experiência

No escuro, adensamos imagens dissolutas. Damos formas ao que nunca possuiu, esgarçamos possibilidades à mercê de encontrarmos um novo território; certa espacialidade que não determina certezas, mas que assegura imagens, rascunhos de sensações. Através dela, a escuridão, vemos mais pelo que perdemos em sua latência insinuada do que pelo que apreendemos em seus lapsos de luz.

Ecos híbridos

O gesto de encontrar-se com o olhar de quem cria mundos poéticos através da fotografia significa também percebermos como a potencialidade da imagem fotográfica é transmutada indocilmente. As inclinações conceituais e estéticas do fotógrafo representam o adensamento e a condução errática do exercício de pensar e propor símbolos através do “espírito” fotográfico.