QUEM | Alan Marques.
ONDE | Brasília.
PORQUE | Alan Marques tem sido testemunha da cena política brasileira dos últimos 15 anos na Capital Federal. Membro de uma família de fotojornalistas, Alan concedeu uma das entrevistas mais lúcidas e sensatas do blog e demonstrou muita paixão pelo ofício. Repórter fotográfico da Folha de S. Paulo, Alan publicou um livro, com os irmãos Lula e Sérgio Marques, que se chama “Caçadores de Luz”. Leitura imperdível para qualquer fotógrafo, jornalista ou interessado pela política nacional.
Resenha sobre o livro “Caçadores de Luz” que escrevi em novembro, aqui.
Foto: André Dusek
Posse de Lula, Brasília, 01/01/2003
Currículo fornecido pelo entrevistado:
Nascido em Brasília em 1971, Alan Marques cursou administração na AEUDF, jornalismo no UniCEUB e pós-graduação MBA em planejamento estratégico em marketing na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi “fisgado” pelo fotojornalismo ao revelar filmes e ampliar fotos no laboratório em 1992. Começou como repórter-fotográfico no Jornal de Brasília no mesmo ano e trabalha para a Folha de S. Paulo desde setembro de 1997.
Ganhou os prêmios de Jornalismo e de Fotografia da Agência Brasileira de Segurança (ABS) em 2005 com a foto “Sem segurança em frente ao Congresso Nacional”, menção honrosa do Prêmio João Primo de fotografia em 2007 e menção honrosa no prêmio internacional 14 Concurso Latinoamericano de Fotografia Documental “LOS TRABAJOS Y LOS DÍAS” em Medelín, Colômbia, com a séria “Terra, água e talvez ouro” sobre mineiros brasileiros que trabalham na fronteira na Brasil, Venezuela e Suriname. Participou da exposição “80 anos da Folha”, do livro do MST de fotografia “Acesso à terra no Brasil” e da exposição “Niemeyer 100 anos” que comemorou o centenário do arquiteto Oscar Niemeyer em Portugal.
Fotografou as viagens pelo território nacional e pelo exterior dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva e também cobriu manifestações de âmbito nacional como a “Marcha dos 100 mil” feita pelo MST, greves nacionais, investigações das comissões parlamentares dos casos do PC Farias e dos anões do Orçamento, mensalão, votações importantes no Congresso Nacional como a reforma da Previdência e a reeleição de FHC, a campanha para a Presidência da República de 1994, 1998, 2002 e 2006. Em 2008, publicou o livro “Caçadores de Luz”, com história dos bastidores do fotojornalismo.
Presidente Lula, Dianópolis (TO), 2008
OLHA, VÊ Acredito que a influência dos seus irmãos (Lula e Sérgio Marques) foi fundamental. Fale como você começou na fotografia até chegar a Folha de S. Paulo.
ALAN MARQUES A fotografia veio de forma tão natural que não dá para dizer quando começou. Era inevitável acontecer isso na minha casa porque meu irmão mais velho, Paulo, era editor de fotografia do Correio Braziliense. Ele mostrava os primeiros passos da profissão para os meus outros dois irmãos Sérgio e Lula e me usa como modelo fotográfico ainda nas fraldas. Minha mãe conta que uma vez ralhou feio com Paulinho porque ele passou do limite quando quis uma foto minha triste e me beliscou até eu chorar. Não tive a chance de aprender com Paulinho porque ele morreu aos 24 anos em um acidente de carro ao voltar de um plantão do jornal para casa. Mas ele deixou de presente para mim umas duas centenas de fotos de temas variados que não amarelam e não desbotam. A mais bonita delas é a que estou me acabando de chorar.
De modelo para fotógrafo, bastou ter forças para segurar uma câmera. Para ser exato, a minha primeira lembrança de apertar o obturador é da mesma época que fui aprender escrever. Fiz a minha primeira foto com máquina profissional aos sete anos. Era uma câmera reflex Pentax MZ-50, sem motor, com lente normal de rosca, prateada e preta. Essa máquina era usada por Lula, meu irmão do meio, nas coberturas que ele fazia para o Correio Braziliense. Ele me entregou a máquina, mandou olhar pela janelinha atrás da máquina, disse que queria a foto dele da cintura para cima, mostrou que para ficar nítida a imagem captada precisava juntar as duas imagens do centro da lente (as imagens divididas ao meio era o sistema de focalização telêmetro que é um pequeno círculo no centro do visor com micro prismas e regiões cortadas), regulou o fotômetro de símbolos (+ ou -), explicou por uns 20 minutos o que era ASA, velocidade e diafragma. Ficou na minha frente, juntei as metades de Lula para ficar no foco e disparei a câmera. A foto ficou boa, mas só descobri isso uma semana depois quando ele trouxe a cópia 20X30 em preto e branco.
Fui entender mesmo o que era fotografia aos 18 anos quando comecei estágio de laboratorista na época que fazia faculdade de administração de empresas. O cheiro dos químicos ardia no nariz, as pontas dos dedos descascavam, as unhas ficavam pretas e o branqueador coloria com gotas amarelas todas as minha roupas. Tudo isso era só moldura sem importância para o momento que a imagem aparecia no papel fotográfico. Isso me pescou e me afastou das teorias keynesianas.
O laboratório foi a minha escola. Aprendi luz, cortar fotos, transmissão de imagens e a conviver com os melhores fotojornalistas de Brasília. Revelei filmes e aprendi os caminhos com fotógrafos do estilo de Gustavo Miranda, Ed Ferreira, Ricardo Stuckert, Roberto Stuckert Filho, Gláucio Detimar, Sérgio Marques e Josemar Gonçalves. O polimento da minha carreira foi trabalhado em casa e veio com os meus dois irmãos. Sérgio me ajudou a entender a juntar plasticidade com informação e Lula a buscar a plasticidade e a informação. Meus irmãos se tornaram os meus melhores amigos, meus mentores e meus grandes concorrentes.
Com a experiência conquistada nas banheiras para revelação e debaixo da luz dos ampliadores, eu dei meus primeiros passos para o fotojornalismo. Fiz estágio na fotografia do Jornal de Brasília, passei para fotógrafo, cobri durante cinco anos o Congresso Nacional e Palácio do Planalto para esse pequeno jornal e desde 1997 fotografo para o jornal Folha de S.Paulo.
OLHA, VÊ Como é o dia-a-dia de um repórter fotográfico de um grande jornal na Capital Federal? O expediente é 24 horas?
ALAN MARQUES Trabalhar para a sucursal da Folha em Brasília é cobrir política. É obrigatório acompanhar a agenda do Presidente da República e os debates e votações do Congresso Nacional. Os poderes Executivo e Legislativo são orbitados pelos ministérios, tribunais, manifestações, plantões na polícia federal, que demandam atenção da fotografia de forma menos perene, porém com a mesma importância jornalística. Acompanho a agenda dos presidentes desde o governo Itamar Franco e é impossível fazer esse trabalho bem feito sem estar bem informado. Acordar cedo para ver os telejornais é um hábito. Navegar nos portais e ouvir rádios que tocam noticiais ajuda a cavar pautas.
Tornou-se normal chegar ao Palácio do Planalto no primeiro compromisso da agenda por volta das 9h da manhã e deixar o local após o fechamento da primeira edição lá para as 20h30. No Congresso Nacional, as terças, quartas e quintas-feiras são os dias mais movimentados com reuniões de comissões parlamentares para discutir o mais variado tipo de tema e votações que varam a noite.
Tudo que é gente, que reivindica algo, vem para Brasília fazer protesto, lobby ou manifestação. As marchas de estudantes, sem-terras, sindicalistas, índios, agricultores ou qualquer categoria desce da Catedral da cidade e percorre uns bons 5 km a pé até o Congresso Nacional e depois Palácio do Planalto, dificultam o trânsito, formam um mar de bandeiras coloridas e fantasias e às vezes ficam nervosos. Um ponto batata para as confusões é o gramado em frente ao Senado e à Câmara porque os manifestantes cismam em invadir e a PM teima em evitar. Sobra tapa, bomba e cacete para quem estiver na frente.
As matérias especiais que tratam sobre grandes temas ou de assuntos pitorescos são ótimas de se fazer. A viagem decorre sem a faca do fechamento no pescoço e é possível conhecer os maneirismos da população e sentir mais profundamente as coisas antes de começar a fotografá-las. Além disso, as viagens com o presidente pelo Brasil e pelo exterior demandam muito mais atenção porque há o risco do presidente aprontar alguma fora do protocolo. Isso faz com que os repórteres de texto e imagem fiquem no pé dele o máximo de tempo possível, buscá-lo e deixá-lo hotel forjou um jargão para os plantões de viagens que é dar famoso “Bom dia e boa noite Presidente”.
O celular está ligado sempre, mas não é tão ruim assim. Chego ao jornal às 8h para ler e pegar a pauta do dia. Termino o dia com o fechamento da primeira edição lá pelas 20h30. São umas 12 horas por dia. Viu é metade do tempo que você me perguntou!
Congresso Nacional, 2006
OLHA, VÊ Nesse tempo todo de jornal, qual foi a sua maior “roubada”? E, ainda hoje, qual a pauta que é “prazer”?
ALAN MARQUES Não tem pauta roubada porque pode ser que aquele assunto que tem pouca importância na agenda matutina de notícias acabe por se transformar na manchete do jornal. O prazer é ver uma pauta sem importância virar a foto da capa e de preferência sem ninguém da concorrência ter feito. O exemplo disso aconteceu em um plantão na Delegacia de Combate ao Crime de Colarinho Branco em Brasília. A pauta era fazer fotos do ex-senador e ex-governador do DF Joaquim Roriz depondo nessa delegacia sobre a venda de um terreno público. Cheguei para o depoimento e fiquei esperto com a segurança de Roriz que tem fama de ser agressiva. Fiz as fotos sem grandes problemas e fui almoçar. Voltei duas horas depois para fazer o empresário Nenê Constantino que supostamente estaria envolvido com a história e deporia logo após Roriz. No meu cálculo, dava para almoçar e fazer Roriz de saída e Constantino de chegada, mas ao descer do carro em frente à delegacia vi duas dezenas de repórteres de texto e imagens esperando a saída de Roriz. Para minha sorte, tinha feito sozinho as fotos do Roriz ao chegar à delegacia e fui para o estacionamento para esperar o empresário Constantino.
Estava tranqüilo porque tinha fotos do personagem mais importante da reportagem e o empresário seria o personagem secundário. Constantino chegou e estacionou na lateral da delegacia de tal forma que só eu e o fotógrafo da Radiobrás Wilson Dias conseguimos ver. Fomos em direção dele e começamos a fotografar. Não sei exatamente o que passou pela cabeça do empresário porque ele partiu para cima de mim para arrancar a máquina. Como não conseguiu, ele se abaixou e pegou uma pedra de 4 kg para jogar e só não conseguiu porque o advogado segurou o braço dele. Fiz a seqüência toda dele do carro até com a pedra na mão. E Wilson fez a foto de Constantino tentando arrancar a minha máquina, mas não conseguiu fazer ele com a pedra na mão. Ainda hoje brinco com Wilson dizendo que ele saiu correndo com medo da pedra.
As minhas fotos e a minha foto feito pelo Wilson Dias foram capa de vários os jornais do Brasil e de inúmeros portais de notícias. Essa pauta eu poderia dizer que era uma roubada, mas virou completamente e acabou com um destaque inesperado.
Foto: Wilson Dias/Radiobrás
OLHA, VÊ Se você tivesse que mudar de cidade e escolher uma (outra) editoria específica, qual seria a sua escolha?
ALAN MARQUES Brasília é perfeita para mim. Aqui todos os assuntos podem se tornar importante e virarem a manchete do dia. Não tenho a menor vontade de sair daqui. Sinto que deveria passar uma temporada em São Paulo para cobrir aquela cidade, mas esse sentimento passa logo quando penso no transito paulista. Gostaria muito de ter mais contato com o futebol e os esportes olímpicos de ponta
OLHA, VÊ Ainda existe algum glamour no ofício de ser fotojornalista?
ALAN MARQUES Nunca vi o fotojornalismo dessa forma, talvez porque eu fotografo políticos, empresários, manifestantes e gente comum, que aqui para nós não dá para encaixar no estereótipo do glamour. Encaro a minha profissão como uma distensão do oficio de repórter e não me vejo como se fosse um artista ou pintor sem pincel. Tenho apenas o objetivo de informar igual aos meus colegas de tevê, rádio, internet e jornal e o que nos difere é o tipo de ferramentas de trabalho.
OLHA, VÊ O que lhe chama atenção na fotografia atualmente? Fotógrafos, publicações, etc. E a Fotografia Brasileira?
ALAN MARQUES A velocidade com que a fotografia mudou nos últimos 20 anos é estonteante. Essa realidade bate na minha cara e diz que o mundo está pequeno e rápido igual a um esquilo cheio de cafeína. Lembro de ter trabalhado com filme de 36 poses e hoje uso um cartão de memória que cabe dez vezes a capacidade desses antigos rolos de nitrato de prata. Isso me deixa louco, mas é um doido do bem, que tenta acompanhar tudo e entender tudo para não ficar para trás.
O lugar comum nas conversas que tenho como os fotógrafos de Brasília é nomear as revistas, livros e jornais como meios caros e elitizados e que vão perder espaço conforme o acesso a internet se popularize. Não há dúvida que isso vai acontecer. Acredito que essa mudança é a oportunidade de se firmar no novo meio e usar os dois universos para se destacar e divulgar projetos. O blog é uma ferramenta de comunicação interessante para essa passagem entre formas de informar, porque é muito barata, tem espaço ilimitado e todo portal da internet estimula seus usuários a criar um. Vai acontecer de os bons blogs abocanharem o segmento das publicações especializadas sem que ninguém sinta falta delas.
É lógico para mim que a convivência entre os meios impresso e digital vai se estender pela minha geração e vou poder dizer aos meus netos que vi a internet se transformar em algo onipresente e engolir o jornal. Já revelo um pouco de saudosismo de algo que ainda não acabou, mas isso se deve ao frio da espinha que dá ao pensar no fim da mídia impressa e da forma que eu publico as minhas fotos e, também, ao problema que vislumbro de crise de identidade do fotojornalista com o fim do jornal de papel. Não quero ser categórico e escrevo mais como um crente na força da imagem. Eu acredito muito que a fotografia continuará a ser fonte importante de informação no meio digital e que a profissão continuará a ter seu papel na história nas veredas dos blogs, portais e o fotoblogs.
Então, referência no mundo fotojornalístico começa no lugar comum: Robert Capa e Cartier-Bresson. No Brasil, tem Anibal Philot, Orlando Brito, Gervásio Batista, Carlos Menandro, Evandro Teixeira, Jorge Araujo e Antônio Gaudério.
OLHA, VÊ Qual a relação entre a sucursal de Brasília e a redação em São Paulo? Qual a autonomia? Gostaria que você falasse sobre esta dinâmica.
ALAN MARQUES Existe liberdade de criação e de busca por novidades, mas quem decide o que vai para o papel é a redação de São Paulo. O bacana é que o resultado do trabalho do dia é marcado pela pluralidade porque a Folha mantém canal de debate aberto entre todos os escritórios e isso dá ao conteúdo da publicação a força de um jornal pensado nacionalmente. A fotografia da sucursal segue esse mesmo ritmo de termos que cobrir a pauta oficial dos Três Poderes, os investimentos da sucursal e as diretrizes da redação de São Paulo.
A dinâmica das coberturas é decidida no dia anterior. Somos três fotógrafos da Folha em Brasília e um vai para o Palácio do Planalto, outro para o Congresso e o terceiro é o coordenador que mantém contato estreito com as mudanças da pauta durante o dia e ajuda os outros dois fotógrafos na cobertura. Há também a agenda do Judiciário, dos ministérios, as especiais e os investimentos que são feitas pelo fotógrafo que está menos atarefado. As fotos são recolhidas por um motoqueiro no local que o fotógrafo se encontra e conforme a produção, editadas pelo coordenador de fotografia no escritório da sucursal, tratadas pelo operador e enviadas via FTP para a matriz. O destino primário das fotos é o jornal, mas elas ficam a disposição para venda na agência Folhapress e para uso no portal UOL. A editora de fotografia da Folha e a equipe em São Paulo selecionam as fotos que vão ser publicadas no jornal de forma a manter a harmonia do texto e da imagem. O gostoso é que não existe uma rotina rígida e sufocante porque não há fotografo setorista. Não é raro começar o dia na votação de projeto polêmico no Senado, almoçar em pé no plantão na Polícia Federal, fazer fotos para o caderno Ilustrada à tarde e ter que pegar um vôo no fim do dia para cobrir uma viagem presidencial.
OLHA, VÊ No livro “Caçadores de Luz”, seus textos são muito bem conduzidos. Falo do estilo de escrever. Você já pensou em enveredar para o texto?
ALAN MARQUES Tenho feito algumas matérias para Folha de S.Paulo sempre com objetivo de trabalhar imagem com boas histórias. O problema é que não é toda idéia que emplaca no jornal e nem toda matéria dá material fotográfico interessante. Você pode ler a matéria que mais tive prazer em fazer no ano passado aqui. Não tenho muita vontade de trabalhar com fotografia e texto na cobertura do dia porque acabaria não fazendo nada direito. Vejo que há espaço em todos os meios de comunicação para projetos que conseguem unir boas imagens e bom texto. É isso que tenho procurado para o meu futuro profissional.
PDF da matéria sobre o Vale do Amanhecer publicada na Revista da Folha: vale-do-amanhecer
OLHA, VÊ Tem um trecho no livro que acho bem interessante. É um relato sobre um dia na cobertura de FHC no exterior que você clicou três filmes, economizando para não ter trabalho na hora de revelar, editar e escanear. Três filmes são 108 fotos. Isso é impossível hoje em dia com as digitais. Ter tido esse background com filme, revelação, ajuda nos dias atuais?
ALAN MARQUES A experiência com a técnica do laboratório me ajuda como bagagem de vida e só. Os problemas de hoje são tão diferentes, necessitam de soluções modernas e rápidas e são tão descoladas do raciocínio de quem tinha que processar um rolo de filme. Não existe uma relação direta no meu desempenho com o meu passado e não vejo demérito no fotógrafo que sempre usou os recursos digitais e nunca sujou a barriga com branqueador de filme. Estamos no mesmo nível de informar de forma precisa com responsabilidade e rapidez.
Quanto ao trecho que você se refere no “Caçadores de Luz”, eu continuo a procurar a economia na quantidade de fotos para facilitar a edição igual antigamente, mas não sinto vergonha em encher um cartão se for resolver o problema da pauta. Os recursos de hoje são tão bons que a qualidade da foto digital já chegou perto do filme e está excelente para o padrão de publicação de jornal. Na verdade, não sinto a menor saudade da técnica antiga e do trabalho de carregar 50 litros de químico para lá e para cá, ter um ampliador de 5 kg pendurado, entrar na sala escura fedida, enrolar o filme em um carretel de trilho torto e rezar para ter feito tudo direito para não acabar com meu dia. Se pensar na parte financeira então, o laboratório era um desastre porque poluía o meio ambiente, desperdiçava recursos e absorvia o tempo que deveria estar fotografando.
Especial Fronteiras Venezuela e Brasil – Cidade de Las Claritas, Venezuela, 2007
Banda Coyote Guará (DF)
Vale do Amanhecer (DF)
Inundação na cidade de Xambioá (TO), 2004
Cidade de Kaduma, Nigéria, 2006
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