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Fotos: Bob Adelman 

Foto: Gerhard Richter

Curtas do PHE09

Toni Pires – Madri

Sábado à noite, alguns fotógrafos e algumas garrafas de vinho. O assunto… Fotografia, claro!

E dois temas: Obama, seu governo e seus retratos. E a Crise Americana, a pergunta que não calava, quem será a Dorothea Lange da primeira crise americana do século XXI?

Claro… não chegamos a nenhuma resolução prática, até porque a quantidade de vinho e os vários idiomas em uma pequena mesa impediram consenso.
Mas o que nos veio a mente e a todos foi consenso, foi lembrar do trabalho de , um conhecido e reconhecido fotógrafo e ativista social, que marcou território nos anos 50 e 60 cobrindo a luta pelos direitos civis americanos. Publicou para os mais diversos meios de comunicação, tem prêmios em grande parte do mundo. E ainda hoje é um grande Mestre.

E por uma das armações do destino, depois da fazer um repeteco pela exposição de Dorothea, onde descobri junto a organização do PHE09 que até o momento é a exposição mais visitada do festival, e só deve perder para a de Annie Leibovitz, que abre ao público dia 18. E sobre ela teremos novidades exclusivas neste blog ao longo da semana.

Depois da visita a Lange, passei pelo estande de livros do PHE ao lado do Teatro Fernán Gomez, quase todos os artistas que participam do festival tem livros neste estande. Obras lindas, mas o preço, não podemos esquecer que estamos na velha Europa, tudo cobrado em Euro. Vale mesmo anotar nomes e recorrer a velha Amazon. Mas entre as raridades, passei os olhos e não me contive em adquirir a recente edição da C International Photo Magazine , versão Chinês/Inglês, que tem um fantástico ensaio do nada menos que Bob Adelman. Recomendo um copo de vinho e horas na internet vendo o preciso trabalho do mestre.

Depois de um tempo vendo seu trabalho, percebemos que Obama na presidência dos EUA é mais que um fato midiático, dentro do caos da humanidade, é uma evolução do pensar, do fazer e do vencer.

Como comecei falando dos clássicos, Lange, Bob, resolvi caminhar para o espaço Telefônica, na Gran Via e ver a exposição de Gerhard Richter, “fotografias pintadas”. “Flipei total” (gostei muito desta expressão madrileña…rs).

O trabalho do cara é encantador. Multidiciplinar se preferir usar um termo mais elegante… O artista alemão percorre os caminhos da figuração e abstração com honrosa delicadeza. A maioria das fotos são pequenas ampliações em 10 x 15 onde o artista baila com sua espátula carregada de tintas, o que era uma imagem trivial de amigos, familiares ou uma pequena viagem se torna um novo instantâneo, desconhecido, único e singular.

O diálogo que Richter imprime entre fotografia e pintura é suave, elegante… Tem a arte de não se fazer notar, misturado ao cuidado sutil em se deixar distinguir. Nesta mostra o PHE seleciona através dos olhos de Sérgio Mah e Markus Heinzelmann, 400 obras do vasto acervo do artista.

Entre uma sala de exposição e outra esbarro em uma pequena porta na calle Zorrilla, numero 27. O jazz que passou pelas mão de um DJ madrileño me convida a parar. Uma pequena galeria, a Albert Gallery, charmosa e elegante. Não resisto e vou conversar com o dono para pedir para fazer uma foto, quando conto ao jovem senhor que sou brasileiro ele diz ser um grande fã do trabalho de Tarcila do Amaral, e que já havia aproveitado a manhã de sol para ver o trabalho de Dorothea Lange.

As surpresas não param por aí, um pouco mais de conversa e fico sabendo que a fotografia brasileira já chegou a ele pelas lentes de Pedro Martinelli, que segundo Albert é um mago das lentes. Segui meu caminho para mais uma galeria feliz em saber que a arte brasileira caminha suave pelo velho continente.
 

Foto: Toni Pires/AnDaLuZ

Galeria Albert Gallery

Foto: Toni Pires/AnDaLuZ

 

Exposição de Dorothea Lange

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