Edinger e Chiodetto

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Fotos: Cia de Foto

Palestra de Claudio Edinger

Palestra de Eder Chiodetto

Por Georgia Quintas.

Ontem à noite, dentro da programação de palestras do deVERcidade, o fotógrafo Claudio Edinger mostrou seu trabalho. Essa era a temática prevista para o encontro: autor falando de si, de sua “experiência” fotográfica. No entanto, a obra de Edinger é tão eloquente e importante que, de fato, o que ocorreu foi um mergulho. Não apenas contemplamos sua densa produção desde 1975 até hoje, mas mergulhamos também numa espécie de imersão em sua vida que se confunde com o ato de fotografar. Foi um daqueles momento raros, no qual vemos o que significa dedicar-se à fotografia.

Claudio Edinger personifica o ato da busca por sentidos, com ele mesmo colocou, para entender através da fotografia ele próprio e o mundo que o cerca. Foi emocionante perceber sua busca em adentrar nos temas por anos, com dedicação e sempre pautado por uma simbiose – quase orgânica – com o meio que elege para compreender através da imagem fotográfica.

Edinger, apresentou os ensaios sobre a Bahia, Edifício Martinelli (1975), o clássico Chelsea Hotel (1979), Venice Beach, Índia, Rio de Janeiro, o profundo ensaio sobre o Asilo Juqueri, Carnaval, Cuba, Nova York e, ao final, São Paulo e Amazônia. A força da obra de Claudio Edinger transita no vigor que a cada ensaio se propõe. Após ver aquela imensidão de mundos, ainda nos surpreende a habilidade com que Claudio trabalha os formatos seja ele médio, grande, o foco seletivo, com uma latitude criativa de desnortear.

A segunda palestra da noite foi com o curador e fotógrafo Eder Chiodetto sobre Curadoria e Fotografia no Brasil. De forma didática, nos falou do campo ainda informal da formação interdisciplinar do curador. Chiodetto trouxe sua experiência para a palestra como curador de três relevantes exposições que ocorreram em 2009, em São Paulo. Falou também de sua “passagem” para a escrita crítica e do envolvimento com a organização de exposições. No entanto, Eder esboçou questões que nos faz pensar e que daria um bom debate sobre o deslocamento da imagem, de sua tênue linha entre documento, ficção, imaginário e subjetividade. Eder Chiodetto expôs, através de imagens das exposições que organizou, ideias e propostas que rompem com a linha clássica do entendimento da história da fotografia. Eder encontra os mecanismos mágicos para exposições que propõem um pensar sobre o universo simbólico da fotografia.

Fotos: Claudio Edinger

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