O desejo e o olhar

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Foto: Denise Adams

… acabei de chegar da palestra de Evgene Bavcar no Senac Consolação mas achei um e-mail por aqui e me bateu uma outra coisa que escrevo agora… Não sei se acabo ainda esta noite…

Como falei em post anterior: vernissage não é a hora ideal para ver as obras de uma exposição. É a hora para encontrar amigos e conhecer novos.

Pois bem! Dias desse, consegui sair mais cedo do trabalho e fui na vernissage da exposição “Do Desejo Incofesso”, na Micasa (até 13 de outubro) com curadoria de Eder Chiodetto. Na mesma noite, foi lançado o livro “A Criação do Mundo” que junta as quatro exposições deste projeto que Eder e a Micasa fizeram com tanto sucesso. De exposição em exposição, foram quatro mostras que, juntas, representam um cenário muito rico da fotografia brasileira e que está guardada num belo livro.

[…] Abraços e parabéns dados ao curador, fui procurar os amigos. Foto, só de longe. Tinha gente pra c* (caramba).

O professor e fotógrafo Fernando Schimtt (de Porto Alegre, morando em São Paulo), Rogério Assis, Claudio Edinger (sempre pra cima), Rubens Fernandes Júnior e Breno Rotatori . E a noite proporcionou conhecer Aristides Alves (de Salvador), Guilherme Maranhão (que conheci fisicamente), Marília Fernandes, German Lorca e Roberto Cecato.

Boa parte da noite, passei num bate-papo com Breno e Cecato. Foi um papo de três gerações diferentes que descambou para o fotojornalismo, a produção em massa de fotografia das grandes agências de notícia e Cecato falou da cobertura que fez (em 1982) da visita do Papa em São Paulo, etc, etc. Na conversa, Cecato lembrou de uma imagem que o marcou na cobertura do terremoto no Haiti.

Ele tentou explicar como era a foto para nos lembrarmos. Bem, o papo foi ótimo e no dia seguinte, chegaram no meu e-mail as fotos do Haiti. Acho que Cecato pensou que eu não tinha lembrado da imagem.

Abaixo, as fotos e um texto que ele enviou (o crédito, consegui recuperar).

Fotos: Gerald Herbert/AP

Claude

Claude, um menino de dois anos, foi soterrado pelo terremoto na sua casa de Port-au-Prince, no Haiti, e salvo depois de quase três dias.

Olhando a sequência de imagens, das quais não sabemos o nome do autor (assinadas AP) existem dois momentos marcantes nos olhos de Claude: o terror de quando estava saindo dos escombros nos braços do bombeiro, e a imensa alegria de quando vê a mãe.

Olhando a fotografia não vemos o rosto da mãe, que está de costas, ela está dentro dos olhos do seu menino, iluminado, magnetizado pela sua presença.

Dentro dos olhos de Claude está a sua mãe, as nossas mães, e todo o mistério da nossa existência.

Por Roberto Cecato.

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