Martinho e Schneider

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A abertura da 3ª Mostra São Paulo de Fotografia foi um sucesso. As exposições seguem até o dia 19 de fevereiro. Quem mora por aqui, não perca e se for pintar por SP, não perca também. No blog da Mostra tem imagens da abertura e o clima do dia 25.

Aqui, tem o mapa da Mostra com todas as ruas e locais envolvidos. Apesar de serem 30 exposições, é difícil citar algum ponto forte. Com características distintas, cada local-fotógrafo-tema tem seu charme e importância.

Imprima o mapa e saia perambulando pelas ruas e ladeiras da Vila Madalena.

Abaixo, coloco dois textos que fiz para as exposições de Anderson Schneider, que está no restaurante Banana Verde e o de Fernando Martinho, que está no restaurante Jacaré.

Foto: Fernando Martinho/Paralaxis

SOBRADOS DA ZONA OESTE

Em certos casos, a identidade de uma câmera fotográfica faz parte da obra. Neste sentido, o fotógrafo Fernando Martinho transformou o traço técnico em poesia. Em Sobrados da Zona Oeste, Martinho  fotografa “velhas” casas da capital paulista através da mítica câmera Rolleiflex.

Com habilidade, Martinho soube explorar o clima do vidro despolido da Rollei – em fotografias captadas por uma câmera digital – e os sobrados assim se revelam por meio de uma imagem “suja”. Sem muita nitidez, os casarios remetem a um passado duplo: da analogia da câmera à arquitetura de outrora.

Sobrados da Zona Oeste é um documentário fotográfico que nos leva para outras épocas. O resultado final do ensaio de Fernando Martinho serve para denunciar uma paisagem urbana que tem os dias contados e será, num futuro breve, parte da nossa memória.

Alexandre Belém

Foto: Anderson Schneider 

BRASÍLIA CONCRETA

“Um retrato da atmosfera, do imaginário de uma jovem cidade que não é mais o que fora desenhada para ser e que busca, obcecadamente, explicação para o espanto de sua própria criação”. Assim, o fotógrafo Anderson Schneider tentava vislumbrar o sentido para o seu ensaio ainda em fase de realização. Era 2009 e Brasília Concreta já carregava uma visão realista de um olhar subjetivo.

Anderson Schneider, paranaense de nascimento e radicado em Brasília desde 1983, desvela a capital federal pelos detalhes, sombras e emoções. A cidade – tão conhecida pelos cartões postais, prédios imponentes e céu azul – é mostrada nas suas subjetividades e nuances.

Documentário emocional, pesquisa para tentar entender o meio, busca pelo não-visto. Anderson apresenta uma Brasília impregnada por uma vida cotidiana pouco conhecida pelos olhos desatentos.

Alexandre Belém

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