Pedro Motta

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Demorou um pouco, mas, hoje, contamos com a opinião de Pedro Motta por aqui. Em 2011, Georgia Quintaz escreveu sobre o trabalho de Pedro: “É nessa oscilação entre improváveis encontros da natureza com o concreto urbano e cotidiano ou quando o indivíduo deixa resquícios de suas pretensões na paisagem (ou no esfacelamento dela) que as imagens de Motta se erguem”. Isso foi numa resenha sobre o livro Temprano, de Pedro. Convido vocês para lerem esta resenha aqui, a entrevista abaixo e visitarem o site dele, aqui.

Violeta Assunc?a?o

Foto: Violeta Assunção

Há limites para a fotografia?

Acredito que não, mas para mim, atualmente, busco muito mais referências nas artes plásticas do que na fotografia. Ainda não a deixei de lado, pois é um suporte que tem funcionado bem com o meu trabalho atual. Mas acho que aos poucos, vou retornando ao desenho, minha base. O desenho é acima de tudo minha forma de organizar e criar novos trabalhos e pesquisas.

A sua fotografia é uma fabulação da realidade ou a insistência do vigor em procurar respostas?

A questão da dúvida está presente em quase todos meus trabalhos. O interlocutor sempre (acho eu) está tomado de incertezas sobre as leituras do trabalho. Pelo menos é isso que eu pretendo.

Chegamos a algum lugar através das imagens fotográficas?

Claro. Seria a clarificação de algum pensamento. Seja ele um pouco mais etéreo, abstrato ou mais formal. Não sei se chego em algum lugar. Seria muita pretensão minha, mas sugiro algumas coisas ao espectador. Ele é o filtro e a fagulha de todo o processo.

Por que precisamos da fotografia? Ou melhor, precisamos da fotografia nas nossas vidas?

Acredito que a arte é extremamente necessária para o regimento interno do ser.

Como (e quando) a fotografia entrou na sua vida?

Sempre fui fascinado por todo tipo de imagens – desenho, pintura, escultura, tv… – sempre desenhei, desde criança. Tive e tenho a sorte de viver em um ambiente propício ao fazer artístico. Meus pais são professores universitários e comecei a tomar gosto pelas artes por influência do ciclo de amigos deles (amigos meus também)… Foi uma maneira bastante espontânea a conduta para a direção que eu tomo hoje em dia.

Qual o seu desejo em estudar tão profundamente a paisagem através da fotografia (ou a fotografia através da paisagem)?

Para entender a paisagem, principalmente a geografia afectiva, você precisa retornar muitas vezes ao mesmo lugar, de alguma forma participar dela.

pedro-motta-01Fotos: Pedro Motta – Testemunho #1, 2013

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Testemunho #4, 2013

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Série Espaço confinado, 2013 – Impressão de tinta mineral em papel de algodão e terra.

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Série Natureza das coisas, 2013 – Lápis sobre impressão de tinta mineral em papel de algodão.

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