O fotógrafo, crítico de fotografia e, agora, colaborador (passou de três colaborações, já considero colaborador!) do Olha, vê, Juan Esteves, nos brinda com mais um belo artigo.
Juan, depois que leu o post Cartier-Bresson por aí…, começou a escrever… Deu nisso: um texto ótimo e com várias curiosidades. É um pequeno mapeamento dos leilões de fotografia e algumas conclusões bem interessantes. O artigo é extenso e disponibilizo o PDF para uma leitura mais calma. Não percam!
PDF: juan_esteves_leilao
Um trecho do artigo:
“Há pouco mais de 3 anos fiz uma pesquisa para uma palestra que dei aqui em São Paulo sobre fotografia e mercado de arte. Pode parecer incrível mas em pouquíssimos anos tudo mudou, e muito. Naquela época, zapeando sites da Sotheby’s e Christie’s, encontrei um resultado de um leilão promovido pela Sotheby’s em Amsterdam, Holanda, em 21 de março de 2006. Um leilão exclusivo de fotografia cujo resultado final das vendas foi apenas 702,540 mil Euros! Digo apenas, diante de imagens como o “99’s cents” de Andreas Gursky que chegou a 3 milhões em várias ocasiões. Embora, não era uma quantia insignificante, pois parte dos nomes vendidos eram de fotógrafos holandeses, não muito conhecidos.
Haviam autores como Sebastião Salgado, Helmuth Newton, Bettina Rheims, Tracey Moffatt, Thomas Ruff e Thomas Struth, e o próprio Gursky entre conhecidos, mas o que mais me chamava atenção, claro, era Henri Cartier-Bresson, afinal ainda não fazia 2 anos de sua morte e queria ver como o mercado reagia com seu nome. Surpreendendemente, não havia exagero nos valores, e olha que estávamos ainda na era pré-holocausto econômico mundial, ou seja, as vendas estavam bombando em vários segmentos dos leilões, dos vinhos do porto “vintage” ( é para quem não é fino, existem leilões da Sotheby’s de vinho do porto Vintage, e pior, alcançavam o mesmo valor do leilão de fotografia ) as “antiquidades inglesas”, por exemplo que também se balisavam com fotos e vinhos.
[…] Segundo ele havia lido, muitas das imagens do Cartier- Bresson que foram parar nos leilões daquela época, eram oriundas, imaginem da onde? Daqui, do Brasil, mais precisamente, do antigo acervo da finada revista Manchete! Naquela época não fazia idéia disso, mas, faz um sentido enorme. Afinal, como fotojornalista e editor de uma grande jornal diário paulista, ainda até o final dos anos 1980 eu recebia imagens em papel, tipo 20X25 cm, das grandes agências de notícias, como Black Star, Gamma, e da mais mítica de todas, a Magnum Photos. Achávamos o máximo pegar uma imagem do mestre na mão, mas vender em leilão, era uma coisa neste país, prá lá de vaga! Não dava ara imaginar!”
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