Rodrigo Braga na Maison Européenne

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Em São Paulo, para participar do workshop com Witkin, o artista e fotógrafo Rodrigo Braga cruzou com o diretor da Maison Européenne de la Photographie, Jean-Luc Monterosso.

Em São Paulo, para participar das palestras no Itaú Cultural e fazer a cobertura para o Olhavê, Georgia Quintas acompanhou o que seria a entrada de Rodrigo Braga num dos acervos mais importantes do mundo.

Fotos: Rodrigo Braga | Comunhão, 2006

por Georgia Quintas.

Jean-Luc Monterosso, diretor da Maison Européenne de la Photographie (Paris) e Eder Chiodetto, curador do Clube de Colecionadores de Fotografia do MAM-SP, assinam a curadoria da bela e relevante exposição “A Invenção de um mundo”, no Itaú Cultural, que ficará até 13 de dezembro. O Seminário Internacional (ver cobertura do Olhavê) teve a presença de Monterosso na ocasião.

Em um fim de tarde, Jean-Luc Monterosso é apresentado ao artista Rodrigo Braga e às suas fotografias. Diante do seu portfólio, se encanta e adquire um dos seus ensaios: Comunhão. O mais significativo deste fato é que a poética visual de Rodrigo Braga agora faz parte de um dos mais prestigiados acervos internacionais de fotografia. A Maison é uma das instituições fotográficas mais importantes e representativas. Sua coleção é primorosa no tocante à fotografia contemporânea, compreende a segunda metade do século XX e reúne cerca de 25 mil obras.

Não poderia deixar de saber as razões desta escolha. Entrei na fila para entrevistá-lo. Monterosso quebrou todos os protocolos de uma entrevista formal. Ao questionar sobre o que lhe impressionou no trabalho de Rodrigo Braga, seu semblante transformou-se e de maneira visivelmente emocionado falou: “É extraordinário, forte… Há, particularmente, sequências impressionantes”. Revelou que o ensaio do cachorro” (cujo título é Fantasia da Compensação) é um dos trabalhos mais marcantes da fotografia contemporânea internacional.

Insisti. O que há na obra de Rodrigo Braga que o coloca no acervo da Maison? Não titubeia e diz que o mais tocante nas fotografias de Braga é a confirmação de “uma poética que sublima uma dor que vem da alma”, de sua capacidade de compartilhar, elaborar beleza e fábulas.

Outros artistas e fotógrafos brasileiros integram o seleto acervo, como Rogério Reis, Thiago Rocha Pitta, Vicente de Melo, Vik Muniz, Cris Bierrenbach, entre outros.

Ao final, agradeci a gentileza pela entrevista. Monterosso não se despediu. De maneira incisiva, me questionou (visivelmente inquieto): “E você, o que acha da obra do Rodrigo?” Discorri sobre a força narrativa dos temas e do uso da linguagem fotográfica realizadas por Braga. “É isso, obrigado”, disse. Nos despedimos, certos que as imagens de Rodrigo Braga inquietam e que seu imaginário é tão impregnado de questionamentos que precisamos dialogar. Os agradecimentos foram muito mais pelo que compartimos ao falar da criação de Braga do que pela entrevista em si. Parabéns, Rodrigo.

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