Jonathas de Andrade na Bienal de São Paulo

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Foto: Larissa Ribeiro

O artista plástico Jonathas de Andrade estará na 29ª Bienal de São Paulo. Seu nome foi confirmado recentemente e chancela uma carreira que só faz crescer. Nós ficamos felizes! Jonathas é um colaborador/amigo do Olhavê e do Perspectiva, além de ser uma figura muito gente boa. Antes da Bienal, Jonathas abre exposição na badalada Galeria Vermelho, da qual está fazendo parte.

Jonathas no Olhavê, aqui e aqui no Perspectiva.

Abaixo, um papo rápido com Jonathas de Andrade.

OLHAVÊ O que você irá mostrar na Bienal?

JONATHAS DE ANDRADE Um projeto novo, chamado “Educação para Adultos”. Envolve cartazes usados na alfabetização de adultos, fotografia, e o método Paulo Freire.

OLHAVÊ Qual seu interesse no tema?

JONATHAS DE ANDRADE Minha mãe é pedagoga, e me passou um conjunto de cartazes com que trabalhava e que ia se desfazer. São cartazes incríveis, que articulam uma imagem com uma palavra. Desde então, tive muita vontade de trabalhar com eles. Fui ler sobre Paulo Freire e vi que trazia relações com os cartazes de minha mãe, sobre lidar com o universo vocabular de quem aprende e sua própria vida, sobre dimensionar politicamente as próprias ações. A pedido do governo brasileiro, Paulo Freire preparou uma campanha de alfabetização nacional, que foi interrompida pelo golpe militar de 64, que reprimiu a mobilização, e Paulo Freire foi perseguido, preso e exilado. A idéia do projeto “Educação para Adultos”, que estou desenvolvendo para a Bienal, é dar continuidade aos cartazes fotográficos através de uma série de conversas com analfabetos, retomando aspectos da metodologia freiriana.

OLHAVÊ Qual a importância de participar da Bienal de São Paulo?

JONATHAS DE ANDRADE Fico curioso sobre como meu trabalho irá responder a um público tão diversificado e sobre como se dão as interlocuções que podem surgir numa mostra com esta. Vai ser uma experiência inteiramente nova para mim.

OLHAVÊ Quando é a hora para o “próximo passo” e criar um novo ensaio, uma nova obra?

JONATHAS DE ANDRADE Varia segundo a forma com que as ideias vão chegando até mim e o grau de paixão que vou tendo por elas. Depende de como essas ideias se estruturam enquanto projeto e o quanto eu antevejo minha ação nele. Depende das imagens que surgem em minha cabeça como demandas cheias de desejo, imperativas por existência. Depende da reincidência das ideias, do fluxo de surgir-sumir e de reaparecer insistente, reafirmando potência, apresentando-se como obsessões estéticas. Quando essas variáveis se reúnem e se configuram enquanto impulsos urgentes por existir, torno-me quase como um canal para um processo já em curso, e se torna inevitável a realização de um novo trabalho.

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