Os artistas da Geração 00

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Foto: Marie Ange Bordas – Raízes, 2001

Artista convidada: Claudia Andujar

Alexandre Sequeira – Belém (PA)

Anderson Schneider – Ponta Grossa (PR)

Bárbara Wagner – Brasília (DF)

Breno Rotatori – São Paulo (SP)

Bruno Faria – Recife (PE)

Caio Reisewitz – São Paulo (SP)

Carlos Dadoorian – Rio de Janeiro (RJ)

Cia de Foto – São Paulo (SP)

Cinthia Marcelle – Belo Horizonte (MG)

Cris Bierrenbach – São Paulo (SP)

Daniel Malva – São Paulo (SP)

Denise Gadelha – Belém (PA)

Ding Musa – São Paulo (SP)

Feco Hamburger – São Paulo (SP)

Felipe Cama – Porto Alegre (RS)

FotoRepórter: O Estado de São Paulo (SP)

Galeria Experiência – São Paulo (SP)

Coletivo Garapa – São Paulo (SP)

Gisela Motta e Leandro Lima – São Paulo (SP)

Giselle Beiguelman – São Paulo (SP)

Guilherme Maranhão – Rio de Janeiro (RJ)

Gustavo Pellizzon – São Paulo (SP)

Guy Veloso – Belém (PA)

Helga Stein – Goiânia (GO)

Jéssica Mangaba – São Paulo (SP)

João Castilho – Belo Horizonte (MG)

João Wainer – São Paulo (SP)

Jonathas de Andrade – Maceió (AL)

Leonardo Costa Braga – Brasília (DF)

Lia Chaia – São Paulo (SP)

Lucas Simões – Catanduva (SP)

Marie Ange Bordas – Porto Alegre (RS)

Matheus Rocha Pitta – Tiradentes (MG)

Milla Jung – Curitiba (PR)

Odires Mlászho – Mandirituba (PR)

Patricia Gouvêa – Rio de Janeiro (RJ)

Pedro David – Santo Dummont (MG)

Pedro Motta – Belo Horizonte (MG)

Rafael Assef – São Paulo (SP)

Raquel Brust – Gravataí (RS)

Roberta Dabdab – São Paulo (SP)

Rodrigo Albert – Belo Horizonte (MG)

Rodrigo Braga – Manaus (AM)

Rodrigo Torres – Rio de Janeiro (RJ)

Rodrigo Zeferino– Ipatinga (MG)

Sofia Borges – Ribeirão Preto (SP)

Thiago Rocha Pitta –Tiradentes (MG)

Tom Lisboa – Goiânia (GO)

Tony Camargo – Paula Freitas/PR

Tuca Vieira – São Paulo/SP

Wagner Oliveira – Rio de Janeiro/RJ

Comentários 47

  1. Peço que liste quais comentaristas, porque em minha passagem por aqui me orientei sentido ao debate. Não confunda as pessoas, entre no adm do seu site e de uma olahda nos registros de IP e veja se são a mesma pessoa……….

    não entendi o sentido da palavra afunde?

  2. Innocencio,

    Sugiro que você (sugestão que se estende para outros comentaristas) pule do barco antes que ele afunde. Antes que o projeto acabe, procure a credibilidade em outras URLs pela web.

    O Olhavê não é mídia de informação comprometida com o meio. Até porque, não sei que meio você fala. O meu meio é outro.

    Aqui, procuramos escoar conteúdo. Mídia de informação é jornal, revista e site especializado. Estes sim, devem fazer cobertura de festivais.

    Festivais e pautas, quem decide sou eu. Por sinal, tudo aqui é feito – desde setembro de 2007 – pela família.

    O Olhavê é a minha fotografia. É o meu clique sem câmera. Tem quem gose e acredite no projeto.

    Você me conhece ou sabe das conjuntura da minha família para criticar se tal o qual cobertura não foi feita? Bem, a minha foto na rede você já foi procurar né? Aproveito para dizer que a cara e o corpo é de 17, mas tenho 37 anos.

    Abraços e lamento, para os meus leitores e amigos, tantos comentários rancorosos num espaço que é de alegria e paz.

    Belém.

  3. Caros leitores e amigos do Olhavê e adjacências (Perspectiva e Extraquadro),

    Infelizmente, após alguns anos sem usarmos esta ferramenta, todos os comentários serão moderados.

    Respeitamos as opiniões de todos que passam pelo Olhavê.

    O blog não segrega porque isso não faz parte de nossos valores pessoais. Fica muito fácil e cômodo assinalar analogias e logo apontar suposições. Também, enojamos leviandades.

    O uso da palavra “segregação” evoca questões muito distantes de nós, do nosso dia a dia, das nossas amizades, da nossa ética (que não é institucional, mas pessoal). Afinal, façamos um breve exercício. Se há uma Linha Editorial (bem pessoal) é porque o que fazemos carrega em si um trabalho autoral, intelectual e colaborativo – sem nenhum caráter institucional.

    Quem nos conhece no Recife (e em outros lugares) sabe de nosso entusiasmo e profissionalismo nas áreas que atuamos.

    Somos um casal que tem um blog porque amamos a fotografia. Um casal que tem uma filha que nos controla para não trabalharmos tanto, para irmos mais ao parque… Algo bem simples, sem especulações.

    Coisas lindas e muito positivas – para alguns artistas – ocorreram por aqui e pelo Perspectiva.

    Segregar, nunca, jamais. A fotografia não cabe dessas coisas.

    Georgia Quintas.

  4. Innocencio, que estranho seu ultimo comentario:
    ” mais uma vez,
    sou obrigado a discordar da frase do Entler, citada abaixo:”
    Achei que quem tinha discordado inicialmente de Entler era Sergio Martins…
    Bom, mas se ate Fernando Pessoa fazia confusao entre seus heteronimos, nao sejamos tao severos com os comentarios do blog!

  5. mais uma vez,

    sou obrigado a discordar da frase do Entler, citada abaixo:

    Mas Eder Chiodetto, curador da exposição, é cuidadoso ao dizer que o que pretende é sintetizar não propriamente essa produção recente, mas suas principais “linhas de força”. Sendo assim, não cabe julgar o resultado pelos nomes individuais selecionados ou, sequer, por um ou outro tipo de fotografia que ficamos tentados a identificar como hegemônico.

    A razão é muito simples o mercado se faz por nomes e não por tendências, linhas de força. Essas sim são consequência do ato de individuos em suas produções e em seus recortes. O que impressiona neste país é isto, estamos sempre querendo excluir, determinar o que é interessante, o que se deve observar e fazer, marcar tendências, linhas de força. Enquanto vemos um universo enorme de proposições ricas e interessantes que ficam simplesmente de fora de qualquer perspectiva simplesmente porque não existe alinhamentos com as “tendências” com as linhas de força do momento. Ora está mais do que na hora de deixar de sermos tão pequenos em nossos pensamentos, vamos expandir nossos horizontes, sermos democráticos em nossas criações, amplos em nossas perspectivas de uso desta linguagem tão fabulosa que é a fotografia. Porque sempre nos apequenarmos nas possibilidades pois assim fazendo ficamos escravos destes recortes determinantes do que vale a pena ser visto e consumido.

  6. Somente para encerrar, sim acho muito grave um blog decidir não divulgar e comentar um FEstival como o de REcife para divulgar outros. Claro como sempre critério de quem faz, mas neste sentido o mesmo perde qualquer caráter de mídia de informação comprometida com o meio.
    Alexandre, respeito seu trabalho mas não sabia dessa situação e realmente fico surpreso e decepcionado. Perde muitos pontos no critério credibilidade e isso é o início do fim de um projeto.
    Falo da minha idade mais avançada que a sua seguramente, pois pelas fotos vc é jovem e eu já passo dos 50 e muito já vivi e vi neste país tão pobre de valores.

  7. Muito interessante o debate, diferenças são sempre ricas pois provocam a reflexão. Acho que existe uma questão, colocada pelo Rafael Lage que é muito importante pois mídias como este blog, curadores e pesquisadores muitas vezes acabam por definir o que será visto e consumido, conceitualmente e comercialmente. Aí reside uma questão das mais importantes pois todos nós somos responsáveis pelo meio e mundo que vivemos.
    Fazendo uma citação que julgo importante, apesar de não gostar muito das mesmas e que me foi apresentada por um conhecido que faz parte deste meio fotográfico em um encontro de discussões sobre mercado de arte.

    “Acho que canibalismo é o uso de qualquer coisa viva, particularmente da nossa própria espécie, e sobretudo de qualquer membro do nosso próprio grupo cultural, apenas para obtermos vantagem própria, com desconsideração pelo interesse privado do outro e o bem comum de todo nós.
    Bernard Berenson – Esboço para um auto-retrato

    Ora o curador desta exposição, assim como todo curador, tem o direito de escolha e claro sempre será parcial pois vivencia suas próprias perspectivas de vida. No entanto isso não o isenta de responsabilidade e quando suas escolhas para mostras em Instituições como SESC – Belenzinho ou mesmo no Clube da Fotografia do MAM, coincidem sempre com as mesmas escolhas que realiza para espaços privados para venda de imagens para decoradores e colecionadores, aí temos uma questão da mais alta seriedade e complexidade pois utiliza-se estas Instituições para legitimar nomes e com isso convencer mercado. Quero deixar claro que nada tenho contra este curador, nem o conheço pessoalmente mas sou atento a esse tipo de movimento e também devo dizer que o comportamento supracitado não é único dele, vários outros o fazem e não somente no meio fotográfico.
    Portanto acho importante sim respeitarmos o trabalho deste curador como de qualquer outro mas não sejamos inocentes de acharmos que o que está por trás destes critérios de escolha tem a ver somente com as verdades do âmbito conceitual ou de maneira mais pobre mas não menos válida, questões de gosto, que definem suas escolhas. Este tipo de inocência é que dá poder e força aos políticos, coronéis e por fim curadores.

  8. Caro Sergio,

    Acho que não se trata de desconforto, mas da conclusão óbvia de que nada nunca será completo ou total, felizmente! Seja uma obra ou uma exposição ou a escalação da Seleção Brasileira ou do quadro de ministros do governo (o que você acha das peripécias da nossa ministra da Cultura, por exemplo?), tudo sempre estará sujeito a opiniões, favoráveis ou contrárias.

    Entendo o seu questionamento, e o considero pertinente, bastante comum no mundo da arte. Só não consigo enxergar todos os problemas apontados por você na exposição Geração 00 (mais um termo aberto a milhares de interpretações). Já leu A Grande Feira, do Luciano Trigo? Recomendo.

    Você afirma que “qualquer um que tenha um minimo de contato com o ambiente/cena da fotografia no Brasil consegue fazer alguma leitura do que pretendo sugerir”. Como você mesmo disse acima, gostaria que explicitasse esse pensamento, para que não fiquemos apenas nas sugestões. Onde está o direcionamento da exposição ao mercado? E qual o problema de existir um direcionamento como esse? Quando foi que a arte tornou-se pura e desvinculada de relações de mercado? Onde estão todas as fraquezas que você aponta? Qual seria a sua contraproposta?

    Acho que, a partir disso, poderemos conversar com um pouco mais de propriedade.

    Um parênteses: você cita o materialismo histórico e o associa à definição da Wikipedia, um sistema construído colaborativa, voluntária e anarquicamente, algo impensável nos tempos de Marx e Engels. Imagino que tenha encontrado a página no Google. Não acha que vivemos tempos muito mais caóticos do que a dicotomia explorador / explorado?

    Abraço.

  9. Sergio,

    Quando eu disse: “Qualquer um que passar por lá vai lembrar de uma dúzia de nomes que gostaria de ver incluídos. Também pode estranhar uma ou outra presença”, minha intenção era exatamente apontar o quanto isso é irrelevante pra mim. No final das contas, o que me parece importante é o que expressei na frase seguinte: “mas é impossível não reconhecer a força do conjunto apresentado.”.

    Em meio a mais de 50 artistas, estranhar alguns e lembrar de outros é natural. Uma boa exposição tem que ser coesa, tem que ser firme, não tem que ser consensual, não tem que ser democrática. E se for unânime, como diria Nelson Rodrigues, é porque é burra.

    Quando eu chego numa exposição como aquela, é natural ter dúvidas. Imagine que eu pudesse enfiar ali a meia dúzia de fotógrafos dos quais lembrei… Acho que eu destruiria a exposição, o conjunto.

    Não cabe cobrar explicações sobre cada nome incluído ou excluído. Tive a oportunidade de ler o texto da exposição, de ouvir Chiodetto falando numa palestra sobre a exposição, e de ter uma breve conversa com ele na abertura. Ainda quero ver se tenho a chance de uma visita guiada. Acho muito precisa a forma como ele coloca as coisas: temos ali uma experiência com as “linhas de força” que marcam nessa geração. Não são todos os fotógrafos, e tanto faz se são os meus prediletos. Creio que a exposição consegue dimensionar de modo amplo a sensibilidade exigida pela fotografia contemporânea.

    Abs,

  10. A exposição é grandiosa pelo propósito de apresentar um cenário, alguns artistas, trabalhos bastante significativos. Gente trabalhando. Coisa boa de ver e pensar.

    A curadoria marca sim um posição, e qual é o problema nisso? No meu entendimento o problema é justamente não pautarmos o trabalho com aquilo que acreditamos. Somos pesquisadores, produtores, colocamos a nossa mão em tudo o que fazemos. A pesquisa é viva, e isso não exclui a critica e o discernimento.

    Que exposição totalizadora é essa que se deseja? E essa neutralidade ingenua?

    Todos deveriam ir ao SESC e pensar um pouco antes de sair atirando.

    Criticas são bem vindas, se bem construidas. Fernanda já fez o link pro texto de Ronaldo aqui.

    Leo, hj estamos nos encontrando nos comentários. A defesa tá boa!

  11. Gostei do texto Entler, entretanto ainda sinto falta de uma tomada de posição, por exemplo:

    “Qualquer um que passar por lá vai lembrar de uma dúzia de nomes que gostaria de ver incluídos. Também pode estranhar uma ou outra presença”

    Se todos podemos sentir esse desconforto, novamente fica a pergunta……
    O que orientou essa curadoria?
    Afinal, qualquer um que tenha um minino de contato com o ambiente/cena da fotografia no Brasil consegue fazer alguma leitura do que pretendo sugerir.

  12. Muito obrigado pela consideração, fico realmente satisfeito em poder trocar idéias….
    Como ja havia mencionado, fica esclarecido em sua resposta que utilizamos de metodologias distintas para formular leituras sobre arte, vida, fotografia e etc. Minha abordagem é materialista histórica (http://pt.wikipedia.org/wiki/Materialismo_histórico) acredito que os parametros citados por voce devem ser levados em conta (Baudelaire, o belo e etc…), mas não acredito que sejam suficientes para formular uma leitura critica sobre algo. Na realidade, pelo menos no que diz respeito a mim não estou questionando diretamente os artistas que participam, meu alvo é outro……Procuro compreender esse sistema de legitimação institucional no qual exposições como essa alardeiam. Pergunto, pois me parece que existe ai um esforço orientado para o mercado, para relações que extrapolam a pesquisa e a critica em fotografia no Brasil…………Na realidade o esforço é para uma tomada de posicionamento. Afinal, se existe uma exposição com tamanha responsabilidade como esta em questão gostaria muito de saber em direção esta orientado o esforço do curador, somente para que fique claro do que exatamente estamos falando………..

  13. Aqui já temos 1/10 da expo enquadrados em um conceito de recorte que eu mesmo busquei, eu mesmo quis ver e entender assim, uma vez que os caminhos são múltiplos, senão transitórios.

    Por fim e remetendo de novo aos conceitos do séc XIX, a segunda sala da exposição e que reúne trabalhos do novo fotojornalismo, tem na produção independente seus ecos de contemporeneidade – seja pelo legado do “faça você mesmo” no qual poderia enquadrar coletivos como Galeria Experiência e Garapa, como na sábia inclusão do case “Repórter Cidadão” do Estado de SP.

    Volto a lembrar que essa é uma reflexão minha sobre uma exposição que vi e participei. A pluralidade é um tônica da década e se faz representar nas suas diferentes manifestações fotográficas presentes no Sesc Belenzinho. Para mim é isso que abarca a década anterior e com esse mesmo pensamento mergulho no tempo em que estamos: uma nova década que se apresenta a frente, densa e tenra como a raia na qual se vai nadar.

  14. Oi Sergio,
    Realmente não sei se sou gabaritado a discutir parâmetros tão delimitados quanto na pergunta proposta, mas não negaria opiniar sobre algo que me inclui (a década em questão).

    Quanto a participação do Eder, não tome a ausência momentânea como algo permanente. Eder é bastante acessível e não me espantaria em ver um post dele por aqui – ainda mais neste momento em que deixamos a agressividade de lado e passamos a construir um debate mais produtivo (este é o real valor dos comentários, não é verdade Belém?)

    Para não me valer de qualquer achismo, vou me apoiar em alguns momentos históricos determinantes do universo das artes plásticas para criar pontes com o que vivemos na fotografia atual, certo? Pode ficar um pouco longo e acredito que a maior parte do que será escrito já é de conhecimento de muitos, mas servirá de linha guia para alguma conclusão (mesmo que essa fique aberta ao leitor).

    Muitas vezes tomamos como atuais e inovadoras atitudes que ecoaram bem antes de emitirmos som. Tomemos como exemplo os salões de arte de Paris da segunda metade do séc XIX. Ao terem trabalhos recusados nos salões tradicionais de 1863, um grupo de pintores inaugurou o salão dos recusados, no qual, 10 anos mais tarde, estariam expostos os impressionistas. Quando esse mesmo salão passou a recusar trabalhos como os de Seurat, este forma o salão dos independentes em 1884. Temos então, no final do sec XIX, o desenvolvimento da produção independente que tanto nos é contemporânea, certo?

    Dentro do mesmo momento histórico podemos pinçar Baudelaire, mais especificmente seu texto “o pintor da modernidade” (http://www.paper4web.com/www/Preview.aspx?id=1015). Nele Baudelaire vai tratar de Guys e de sua produção ligado ao momento atual parisiense, aos costumes do seu tempo, sua moda – além de dar base para o que seria a própria noção da modernidade.

    Baudelaire vê dois prazeres no presente: a beleza, que é o elemento eterno sobre o qual já se debruçavam outros artistas e o momento, a fugacidade que até então não se colocava no centro da obra. Criavam-se assim as raizes da Teoria Racional e Histórica do Belo, em contraposição ao que era um Belo Único e Absoluto.

    Aliás, a figura do flaneur, tão presente na produção imagética atual (temos um exemplo claro na exposição de coletivo mapping the flaneur: http://mapping-flaneur.tumblr.com/) nasce com esse conceito da modernidade de Baudelaire, no qual o artista é um homem do mundo, observador errante e apaixonado. A multidão é seu universo e preserva nele a qualidade de incógnito.

    Cabe lembrar que é neste mesmo momento histórico que vai nascer a fotografia , embebida por todos estes ideais e flertando com o impressionismo. Não é a toa que a primeira exposição do impressionistas se dá no ateliê de Nadar, assim como os enquadramentos de Degas e Lautrec denotam o corte fotográfico.
    Uma ultima referência precede a resposta mais objetiva de sua pergunta. Quando Giorgio Agamben escreve o “O que é contemporâneo” (http://www.4shared.com/get/6PeMR67N/Agamben_-_O_que__ser_contempor.html) ele faz uso da noção de inatual trabalhada por Nietzche. Contemporâneo é aquele que não se adequa completamente a seu tempo e que, a partir de um certo anacronismo, cria a distância necessária para apreender seu tempo.

    Daí caimos então na pergunta original, talvez até já respondida:
    O que torna uma produção relevante a ponto de orientar e construir um pensamento sobre fotografia abarcando uma decada inteira?

    A década em questão é atual, logo isso deve estar bem claro na resposta. Temos, segundo Baudelaire duas balizas cristalinas: o belo (sempre discutível, embora eterno) e a riqueza de ser momento, atual, e fresco.

    Porém não estamos falando apenas do papel do momento no imaginário da metade do séc. XIX, estamos tratando da conteporaneidade de Agamben, onde o anacronismo faz com que as obras atuais dialoguem com seus predecessores para explicar o seu tempo.

    Peguemos essas duas balizas (momento atual + anacronismo) para nos debruçar no ponto central deste tópico: a lista de nomes.

    – O pernambucano Bruno Faria usa os anúncios de revistas imobiliárias para criar cidades de papel imaginárias, onde os 3D de prédios – ainda não construídos – assumem o papel de fotografia do não existente (http://1.bp.blogspot.com/-OCIrejbDswI/TapgL9xZXqI/AAAAAAAABMI/gDHJOe39QM4/s1600/gerac%25CC%25A7ao-00-fotos-010.jpg)

    – Roberta DabDab: usa-se da retirada de informação do arquivo fotográfico para criar imagens ilusórias que, acompanhadas de sua legenda original, nos guiam a visão reformatando a cena fotografada: http://robertadabdab.com/projects/a-fotografia-esvaziada/

    – Daniel Malva: vale-se do conceito de fotógrafo alquimista e engenheiro de seus instrumentos, do início do século XIX, para criar o instumento óptico que dialogará com sua própria formação em biologia na série “museu de história natural” http://www.danielmalva.com.br/blog/fine-art/museu-de-historia-natural/

    – O diálogo com a tecnolgia e consumo é a métrica do trabalho do carioca Guilherme Maranhão, também um fabricante de seu instrumento fotográfico: http://www.guilhermemaranhao.art.br/maispluracidades

    – O mineiro Thiago Rocha Pitta tem em “Herança” (http://rolu.terapad.com/resources/648/assets/images/thiago%20rocha%20pitta/thiago%20rocha%20pitta%202.jpg) o jogo entre o anacronismo de elementos: o que é da terra e o que é do mar?

    obs: Já que atendi uma solicitação sua, a de responder a uma pergunta, gostaria de também te pedir algo (estendo o pedido a Innocencio e Marcia): gostaria de saber mais sobre vocês, quem são, o que fazem e produzem… a falta de algum link no nome de vocês me deixa a responder a um mero conjunto de letras… sinto falta de saber mais.

  15. Caros, vejo em toda essa discussão duas pautas distintas. A primeira é o debate sobre a lista de artistas selecionados pelo curador da exposição. A meu ver, é um debate bastante válido e até bastante comum no mundo da arte – vide as constantes críticas à curadoria da Bienal. Como foi dito acima pelo Rafael Lage, esse debate vai muito além de nomes. Discutir apenas a lista é como discutir a escalação da Seleção Brasileira – não leva a nada.

    A outra questão, que acho mais perigosa, são os ataques ao blog. Caros, a internet, pelo menos como a conhecemos hoje, é território livre. Os blogs nasceram como um espaço pessoal, fragmentado, a comunicação muitos para muitos (ou poucos para poucos, como prefiro), em oposição ao maniqueísmo do século XX. Se você discorda da linha editorial deste blog, em vez de fazer ataques pessoais a quem desconhece, recomendo que crie o seu próprio blog, com a sua própria energia e talento. É assim que se faz a rede – foi-se o tempo das dualidades, estamos na era da multiplicidade. Quanto mais blogs de fotografia tivermos, mais informação sobre o assunto estará disponível – ganhamos todos!

  16. Pergunta a Leo,

    Ja que Eder não debate conosco, pergunto a voce.

    O que torna uma produção relevante a ponto de orientar e construir um pensamento sobre fotografia abarcando uma decada inteira?

    depois disso gostaria de partir para os singulares, ja que vc gostou tanto da expo…..

  17. Leo Caobelli,

    Se a relevancia de qualquer peça de arte ou fotografia estiver relacionada a montagem, apuro e acabamento impecavel da obra, estariamos ao meu ver analizando o trabalho do moldureiro e da equipe de montagem, na minha opinião o que esta em jogo é justamente possibilidade de discutir a contruibuição de cada um dos autores para essa conversação que a gente chama de arte ou fotografia. O que me interessa em uma exposição é a capacidade (ou não) que a mesma tem de AMPLIAR discursos!
    Veja Leo, sua argumentação é frágil ou na melhor das hipoteses compreendemos arte/fotografia de maneiras completamente distintas. Enxergo que a grandeza da arte esta em articular conteúdos de seu meio, enquanto voce parece compreender de uma maneira meramente formalista…..(a montagem, a beleza das peças, o acabamento etc…). Não creio que seja conversa de lavadeira o que se passa aqui, ja que lidamos com algo publico, logo o que se passa aqui, no Sesc Belenzinho ou seja lá onde mais é de interesse de todos!

    O que me impressiona é a figura do curador da exposicao não ter se pronunciado por aqui, gostaria muito de conhecer seu posicionamento a respeito da entrevista da Simonetta que postei logo acima. Cobro, ou pelo menos sugiro isso tendo em vista o caratér publico tanto de sua atividade como curador, quando do carater da exposição. Não concordo com a opinão de Leo qando diz que o curriculo do mesmo mais que o habilita ha alguma coisa, afinal se esse raciocio estiver correto o Sr. Jose Sarney deve ser um eximio estadista, ou então o PSDB um partido incrivel no que diz respeito a educação publica no estado de SP…….

  18. Caros, apenas uma ressalva, óbvo que falo apenas por mim, mas de forma alguma acho que esta discussão se direcione exclusivamente aos fotógrafos selecionados neste recorte, tampouco a figura do curador e em igual proporção ao Blog Olhave.

    A questão é muito ampla, vem de um contexto histórico e social, envolve questões de mercado e capital social. Óbvio que a questão passa por eles(curadores, blogs e artistas legitimados por estes meios e que por consequência acabam por legitimar os mesmos blogs, curadores e festivais), mas o que sinto ser a essência da discussão não é a geração 00 e sim toda a estrutura viva que define o que é bom ou não, o que é pertinente ou não.

    Eu realmente peço desculpas ao Alexandre, não havia lido a linha editorial do blog, achava eu que o blog tinha o objetivo de fazer um recorte e destacar tudo que fosse pertinente ao universo da fotografia e não ao que ele acha pertinente. Por isso, quando houve a semana de fotografia do Recife em 2010, não entendi porque o blog simplesmente não fez nenhuma matéria sobre o festival, ignorando a presença de fotógrafos como Evandro Teixeira, Alexandre Sequeira, José Albano e tantos outros, enfim, o blog deve ter seus motivos, pois afinal, o Festival realizado no inicio do ano em Tiradentes-MG, foi amplamente divulgado neste blog. De modo algum quero minimizar a importancia de um festival perante o outro, apenas não entendo o porquê do silêncio, o mesmo silêncio que pode segregar festivais, também segrega artistas e como todos sabemos, a linha editorial de uma mídia se define muito mais pelo que ela deixa de falar, do que o que foi dito. Além de tudo, ignorava o seu alinhamento com uma revista como a “Veja”, o que por si só já diz muito sobre a linha editorial do mesmo.

    Uma observação sobre o comentário do Paulo Touro, que por sinal achei bem lúcido, mas de graça ninguém trabalha camarada, se não tem capital monetário, tem o capital social e as vezes isso vale mais que qualquer dinheiro. Então agente deve reconhecer o trabalho do Alexandre e da Georgia, mas óbvio que eles são recompensados por todo investimento de tempo que depositam por aqui e quem tá legitimando tudo isso somos nós.

    Definido e reparado, meu engano quanto a linha editorial do blog se desfez, só me resta escolher se legitimo ou não tal mídia daqui em diante…E lembrando, olhar, ver e enxergar, são instâncias distintas da percepção.

  19. Oi Innocencio,
    É sempre bom rever o debate e entender o que é discutido.
    Minha colocação nem entra no mérito curatorial. Eder Chiodetto tem currículo que precede e atesta sua competência para realizar o recorte.
    Acho de extrema relevância olharmos hoje para o que se fez agora…
    Esse recorte tem o frescor de uma geração em formação, desenvolvendo trabalhos e desenvolvendo-se na velocidade de seu próprio tempo – tão ironicamente caracteriza pelo número parado no mostrador: 00.
    Quando pergunto se visitaram a exposição, coloco em questão a presunção de se dizer conhecedor dos 52 artistas e de suas obras lá expostas.
    Eu não conhecia todos aqueles trabalhos e muitos deles conhecia apenas pela distância dos pixels em um tela de maior ou menor luminosidade.
    Gostar ou não gostar de um artista na lista de 52 participantes é ótimo! Mostra que uma geração tão atual tem que primar por seu pluralismo… mas gosto não define muito mais do que discussões de mesa de bar.
    A própria curadoria não se faz em cima de gosto e Eder sabe disso.

  20. Leo

    Desculpe mas ninguém nesta lista colocou em cheque a competência da curadoria no sentido estrito da montagem da exposição e da qualidade e do apuro em fazê-lo, mas sim em relação aos critérios de seleção e do entitulamento da mesma. A entrevista do Eder neste blog coloca de novo em questão este auto entitulamento, um pouco presunçoso. Cada curador tem seus critérios mas clareza sempre é bom e saudável pra o meio. Além disso não é necessário ver a obra na parede para saber qual linha de condução de um artista tem em sua carreira, para saber se tem consistência ou não o seu trabalho e se merece estar em um recorte Geração 00.

  21. A exposição está incrível ! A abertura contou com muita gente responsável e ativa dentro do universo fotográfico, gente que precisava estar ali ! Mesmo não estando no meio dos artistas expostos.
    É importante ver, sentir ! Quem não foi, não pode falar previamente.
    A montagem está incrível ! Delicada, cuidadosa, desde obras fixas e estáticas à intalações, incrível ! Todos os artistas tratados como merecem e olha que a grande maioria ali, nem vive disso ! Então, essa exposição está sendo palco para muita gente que precisa de um palco com tamanha infra para que sejam reconhecidos, pois além de se usarem da fotografia para se expressarem, acredito ser este o motivo de todos os fazedores.
    Aconselho irem à exposição e posteriormente traçarem suas impressões !
    Parabéns ao curador e à equipe super dedicada por bancarem esta exposição que com toda certeza ficará como uma boa lembrança e referência na mente de quem pode vê-la !

  22. Oi Sérgio, Márcia, Inocêncio e demais,
    Quem conseguiu ir a expo e ver as obras na parede?
    Sou sempre partidário a pluralidade de opiniões, mas achei que a discussão daqui se manteve muito a egos e suposições anteriores a inauguração da mostra (o que me parece uma pena).
    Queria saber quem foi lá e viu a montagem, as obras expostas, o acabamento impecável de cada foto, os textos-legendas de levar pra casa…
    Discutir uma lista de nomes sem ter visto as obras é quase como chutar placar em loteria esportiva, não?
    Quem foi ao Sesc Belenzinho se deliciou com fotografia e montagem de primeira!
    Pra quem ainda não foi tem metrô e estacionamento fácil.
    O resto é conversa de lavadeira!

  23. Toda essa discussão deixa claro que, graças a deus, não existe uma “inanimidade burra” entre os “seguidores” da nossa fotografia…
    Fica nítido que vale a pena um post sobre isso…quem sabe convidar pessoas inteligentes e “isentas” (dentro do possivel) para um post de debate sobre o assunto?
    Ha muito tempo me incomoda o fato de termos (no sempre maldito mercado) no papel de “críticos” os mesmo que vivem do “emprego” como curadores e escrevedores de resenhas…mas, nao sei se movido por uma dose de “olhar de poliana” , NAO vejo uma clara má intenção de princípios, o que vejo é aquela velha sina do ser humano em ser corrompido pelas carícias do poder, da vaidade, do status.
    Sinto falta de um pouco mais de acidez no ar. A Marcia talvez tenha sido, na minha opinião, um pouco injusta ao cuspir sua ira no fazedor desse blog, mas é um direito dela. As vezes o veneno é util, infelizmente.
    Alexandre, tente enxergar nisso a importancia do seu (ou melhor do NOSSO, afinal todos estamos aqui discutindo, beliscando, chutando e ate assoprando) OLHAVE na fotografia brasileira.
    Discordo com força de quem diz que esse blog é uma “panelinha”, um canto de amigos. Acho que uma das qualidades do blog é mostrar e discitir fotografia sem “babar ovos” para os “eleitos” do mercado. Mas é impossivel fazer algo com paixão sem se colocar, sem falar dos proprios gostos, etc.
    Acho uma puta injustiça nao levarmos em conta que o Alexandre trabalha de graça aqui, puramente por amor à fotografia, `a cultura, à arte. Faz isso porque gosta e ja nos brindou com preciosidadesidades infinitas vezes. Mas ele é humano ne. Acerta, erra, depende do ponto de vista, mas nao diria jamais que é um cara que usa o blog para interesses privados. Uma leve pitada de generosidade até nas criticas ácidas (marcias) so eleva o ser humano.
    Resumindo, nao ha santos nem demonios, somos todos humanos, limitados e imperfeitos. O que vale mesmo é discutir, colocar nossas ideias e termos coragem de sentir a dor a delicia de sermos quem somos.

  24. Alexandre

    Acho o termo infeliz e inapropriado especialmente porque desvia o foco da discussão mais importante. Minha ressalva é que sou absolutamente contra censura. As más palavras dela estão plenas de significado.

  25. Meus caros,

    Vamos ler melhor as palavras e orações.

    Tá escrito: “O Olhavê está no seu quarto ano e mais de 3 mi comentários. Até hoje, sem precisar de moderação”.

    A Márcia é um caso raro de grosseria aqui no Olhavê. Alguns consideram “lamber saco” como opinião adversa.

    Bem, resumindo: tá entrando tudo! Inclusive você Inocêncio.

    Aproveitando: comentários sem assinatura ou e-mail, não entra mesmo!

  26. Caro Alexandre

    Comentários simples e rápidos:
    1. Parabéns pelo seu esforço em manter um blog de relacionamento no meio fotográfico, apesar de achar seu conteúdo por vezes para lá de tendencioso há um certo meio que se relaciona. De qualquer modo esperado e nada diferente do que sempre vimos com raras exceções.
    2. Péssima sua decisão de mediar e censurar os comentários de visitantes. A tal falta de respeito pode ter acontecido com palavras um pouco inadequadas porém plenas de verdade e fica parecendo muito mais uma censura pelo que foi dito e não pela forma como foi dita.

    Há muito que presenciamos em nosso meio fotográfico o jogo político sobrepujar a qualidade da produção. Curadores, Coleções, Festivais tudo sendo utilizado para promoção de um grupo para lá de pernicioso. Se não fosse assim tenho certeza que teríamos uma fotografia muito mais ampla de manifestações e muito mais interessante.

  27. Fantástico debate. Parabéns ao Sérgio Martins e a Márcia Veloso pela coragem em questionar uma situação que é clara e óbvia, embora pareça ser um tabu falar sobre mercado e manutenção dos pares.
    E um agradecimento enorme ao Alexandre Belém por manter a transparência nas discussões evitando a censura. Creio que todos os que frequentam este espaço são maduros o suficientes pra decidir se Márcia e Sérgio são crianças choronas porque não ganharam um doce, ou pessoas maduras que tiveram coragem de se expor e questionar o “establishment”, cada um que faça seu julgamento, e rogo que a censura não nos venha infantilizar e dúvidar da nossa capacidade de discernimento.
    A deselegância da Márcia, ao meu ver(óbvio, é uma opinião minha), dentro do contexto da hipocrisia que existe no tema que ela abordou, me soa como uma licensa poética, urgente, necessária e portanto perdoável.

    E fica aqui a sugestão, por que não abordar este tema em um artigo amplo e crítico?

    Abraços a todos.

  28. Vários amigos queridos entre os artistas… vários ex-alunos meus do Bacharelado em Foto do Senac. Me lembrei de cada um e me deu um orgulho muito do bom. Parabéns a todos.
    Bacana ter gente de todas as regiões brasileiras!
    Vamos olhar detidamente o que é bom… e isso me parece muito bom!
    Estou indo pra SP nos próximos dias e vou lá ver o trabalho de vocês.
    Um abraço bom em todos.

  29. Olá a todos,

    Creio que está acontecendo algo muito sério aqui. Muito triste também.
    Revendo os fatos:

    – Marcia deu sua opinião (não foi ofensiva, apenas contrária aos elogios costumeiros)
    – Alexandre se sentiu pessoalmente ofendido com uma opinião contrária a dele (qualquer um tem o direito de adjetivar um trabalho de curadoria, alguém discorda?)
    – Marcia ficou muito brava e exagerou (há de se admitir)
    – Alexandre passou a moderar os comentários

    ????

    Então quer dizer que voltamos à ditadura?
    Não vi onde a Márcia faltou com o respeito (no 1? comentário dela, repito). Não vi spam, pronografia ou agressões. Vi uma opinião. Meio ácida, mas uma opinião.
    Fico muito triste quando vejo que mais uma vez, opinião adversas são consideradas agressões, críticas são consideradas ofensas pessoais. Lembro-me da Simonetta dizendo que no Brasil confundem crítica com xingamento…… ainda é assim.

  30. Marcia,

    Seus comentários futuros, se ocorrerem, serão moderados. Pela sua grosseria recorrente, infelizmente, farei isso. O Olhavê está no seu quarto ano e mais de 3 mi comentários. Até hoje, sem precisar de moderação. Me orgulho do nível do pessoal que passa por aqui e você falta com o respeito até com a sombra de alguém.

  31. Se me permitem, deixo pergunta e resposta da entrevista com a Simonetta feita para o Olha Ve:

    OLHAVÊ Atualmente, o papel da crítica fotográfica faz parte de uma cadeia produtiva do mercado de arte ou você acha que também é possível trazer a reflexão para estes momentos de debate (seja no caso de textos críticos/analíticos sobre livros e exposições)?

    SIMONETTA PERSICHETTI Não sei se entendi bem tua pergunta. Mas pelo que tenho visto muito mais que a crítica são os curadores que fazem parte de uma cadeia (in) produtiva do mercado de arte e divulgação da imagem. Existe sempre uma ação entre amigos. Sãos sempre os mesmos que aparecem e querem pontificar, soltando frases de efeito e sem muita, ou melhor, sem nenhuma substância ou referencial teórico. A impressão que eu tenho é que a maioria lê orelha de livro e sai falando como se conhecesse a obra toda. Acho isso muito ruim. Mas não é privilégio da fotografia. Afinal, vivemos na sociedade do espetáculo e criar fogos de artifícios faz parte, mas quando eles se apagam você vê que não sobra muita coisa. Tem muito curador (assim como muitos fotógrafos) que nunca leu história da fotografia, que quer falar de fotografia a partir de uma linha única que é história da arte. Não é bem assim, acho isso um equívoco. Acho que este é o momento certo para trazer reflexões sérias sobre o papel da imagem e não falar de coisas já superadas no século XIX. Como diz o Luiz Carlos Felizardo: fala-se muito sobre fotografia e muito mal. Concordo plenamente com ele.

    entrevista completa no link:

    http://olhave.com.br/?p=2894

  32. Ola Belem,

    Gostaria de agradecer a não moderação dos comentários, realmente algo louvável se nosso objetivo for o esclarecimento e o debate crítico. Conversando com alguns amigos surgiu a idéia de construir um organograma de relações entre os artistas e o curador. Acho que seria uma “fotografia” muito interessante de contemplar…….

  33. Caro Alexandre Belém,

    Com o perdão da expressão, vc faz um excelente trabalho lambendo o saco dos players da fotografia nacional!
    Seu Blog certamente é um instrumento importante para a manutençao do status quo fotografico.

    Mas saiba, que nem todos engolem as alegorias como verdades.

    Ainda está para nascer o Homem que terá capacidade intelectual e legitimidade academica para falar sobre a Fotografia brasileira.
    Esta mal sucedida tentativa de resumir os 10 anos da fotografia nacional entre aqueles que dividem os copos de vinhos nas vernissages com Eder Chiodetto não colou.

    Obrigada por ceder seu espaço para este relevante debate.

    Afinal toda Unanimidade é Burra….

  34. Marcia,

    Como você pode confirmar, aqui não tem moderação nos comentários. Evito spam, pornografia e agressões.

    De qualquer forma, acredito que você foi extremamente deselegante e faltou com o respeito com várias pessoas. Por sinal, pessoas que trabalham honestamente. Alguns com uma grande trajetória e outros começando dignamente numa bela carreira. Sem falar na sua falta de informação mínima ao adjetivar tudo como “micro”.

    Só queria deixar isso registrado como editor do blog.

    Abraços.

  35. Gente, não sei porque tanto burburinho, é somente uma microexpo de um microcurador com microartistas. O titulo presunçoso engana somente os miopes.

    é só mais um “Oscar da fotografia” disfarçado e concebido para a manutençao do status quo das cumadres convidadas.

  36. O pior é que concordo um pouco com o Sérgio… Mas nao porque acho que o recorte do Eder tenha falhas, tipo “ah, faltou fulano, que mancada”. É porque vejo na lista nomes que, na minha humilde opiniao, ainda nao têm um trabalho com personalidade suficiente para serem inseridos num grupo de delineadores de uma geracao. Nao creio que esses nomes influenciaram ou inspiraram muito, e ainda acho cedo arriscar que farao coisas relevantes nos próximos anos.

    Mas fora isso, estou certa de que a expo estará excelente.

  37. Puxa, os argumentos são tao bons que estou convencido.
    muito obrigado, da proxima tentarei usar um vocabulario mais adequado.

  38. Sérgio, acho que deverias escrever sem muitos rodeios e palavreado difícil e se dedicar mais a pesquisa fotográfica e o que isso significa em cima do seu trabalho. O trabalho do curador está feito, em cima de grandes pesquisas, tempo, dedicação e coragem para bancar este título, nada pomposo e sim muito elevatório à fotografia nacional, a ser vista e considerada tanto em terras tupinikins, quanto na sua visibilidade mundial, é um marco esta exposição !
    pronto, falei.

  39. toda exposição é sempre um recorte do curador, sergio. por isso acho desnecessário que esse dado esteja “impresso”. essa é a visão do eder e acho que todo mundo sabe disso. a visão do curador nunca vai ser uma visão absoluta. e ele também deve saber disso.

  40. O titulo me parece absoluto sim, ja que pretende demarcar algo, por isso sugeri a relativização do mesmo. Se for como Mohallem sugeriu, que é recorte do curador, esse dado deveria estar impresso afinal é somente recorte do responsavel pela mostra nada mais que isso, tipo “Greção 00 na visão de Eder Chiodeto” . Não consigo identificar a tal coragem do curador, me parece uma mostra bastante comportada, e de certa forma orientada para o “mercado” (mera especulação de minha parte, rs). Questiono pois acompanho a produção de grande parte dos autores da mesma, e ha artistas com trajetorias ainda bastante iniciais, de qualidade, mas ainda não se observa em que direção aponta, dai mapea-los como geração alguma coisa parece querer forçar algo…….

  41. Acho que o título não é absoluto, mas é o recorte do curador, do que ele achou importante ou relevante numa visão mais ampla, levando em consideração o que aconteceu e o que ainda está por acontecer.

    A gente precisa ter pessoas pra fazer esse trabalho, pra dar esse passo pra trás. Esse resumo é super importante ser feito porque ele ajuda a pensar. Feliz pela iniciativa sesc, pela coragem éder e por todos os artistas envolvidos.

    Tem muita gente bacana aí. Não perco por nada.

  42. Me parece uma tarefa ardua para não dizer pretenciosa uma exposição com tão pomposo nome……afinal como seria possivel resumir uma década?
    Visitarei e espero estar apresentado o recorte “ideølogico” envolvido na curadoria da exposição……

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