Publicações da seção Crítica

Textos e pensamentos sobre fotografia e imagem que Georgia Quintas e Alexandre Belém tem escrito ao longo dos anos. Análises, crônicas, artigos, textos curatoriais, etc. Todo o conteúdo do blog Extraquadro foi transferido para cá.

A epiderme do espírito

Ultimamente, os retratos que impregnam o nosso entorno visual tendem a embaçar o olhar e provocam uma sensação de falta de profundidade. Aqui, o sentido profundo vai além da perspectiva pictórica. É sobre a fruição a que me refiro. Cada vez mais, tento encontrar na fotografia de corpo, retratos que expurguem o prosaico e que mostrem o outro de maneira contundente suas próprias representações.

Amas de leite e suas representações visuais

Este artigo aborda, através da antropologia visual, os retratos de família que registram a presença das amas-de-leite e suas significações no âmbito simbólico, social e cultural da vida privada da sociedade patriarcal-escravocrata canavieira de Pernambuco no final do século XIX e início do XX.

Frans Krajcberg

Tenho questionado sobre rupturas no fazer fotográfico, as dinâmicas contempôraneas, o relativismo no caráter da identidade de quem aperta o botão da câmera. Mas também sobre o antes, o depois, o entorno, as associações, os desmembramentos temáticos, a imagem-signo que não é mais absolutamente real e sim propósito, a partilha do ato fotográfico…

A estética do olhar vazio

Em Cadernos Etíopes, a vulnerabilidade de J.R. Duran é contundente. Nitidamente inclinado a mostrar um tipo de trabalho maduro, sério, pretensamente antropológico, tenta ser reconhecido pelo gênero documental da fotografia que, em sua concepção idealizada, estaria inevitavelmente em plagas distantes, inóspitas e com pessoas bem, mas bem diferentes das do seu métier. Suas imagens estão simbolicamente enclausuradas, não respiram atreladas ao seu estilo estetizante.

O que mais fotografar?

A imagem fotográfica é um jogo de visão de mundo e imaginação. E nisto reside toda a complexidade de quem capta e a apreende visualmente. Pois, se ela é o registro de um tempo e de um espaço, de objetos ou pessoas, será irremediavelmente memória de expressão cultural e de significado simbólico. Ou seja, ela também poderá ser tudo e nada.

Antropofagia: As várias dimensões antropológicas

Este artigo aborda o conteúdo antropofágico de documentos iconográficos dos séculos XVI e XVII. Propomos compreender a vertente antropofágica existente na representação da gente do Brasil sob a perspectiva da Antropologia Visual. Nesse sentido, relacionamos a visão de mundo a partir da apreensão histórica que envolve o conceito de antropofagismo, assim como o imaginário visual vigente naquele período.