Publicações da seção Crítica

Textos e pensamentos sobre fotografia e imagem que Georgia Quintas e Alexandre Belém tem escrito ao longo dos anos. Análises, crônicas, artigos, textos curatoriais, etc. Todo o conteúdo do blog Extraquadro foi transferido para cá.

Sofá

E fora dos seus contextos domésticos habituais, o que pensar de seu deslocamento espacial? Total sentimento de hiato quando um sofá é visto abandonado na rua e nós, transeuntes, ao olhá-lo perdemos o chão. Surge um incômodo. Torna-se assim, lembrança afetiva de algo que nos representa um significado íntimo, da sua vida, do seu imaginário familiar.

Bibdi bobdi boo

Trabalhando como numa composição pictórica, a direção de cena e a força cromática são dois elementos que se destacam nesta exposição. De forma metódica, Bruno Vilela trabalhou além de diretor, como produtor, figurinista e maquiador. Ficou à frente de todo o processo fotográfico. A performance da atriz contratada se “transveste” pelas várias idealizações criadas por Vilela.

O pensar fotográfico

Fotografar é um processo, um exercício do olhar e, inevitavelmente, da mente. Um dos grandes nomes da fotografia do século XX, Minor White, já mencionava sobre “a consciência da câmera”. Captar uma imagem – através da câmera fotográfica – não se trata apenas de pressionar um botão, mas sim de investigar, sobretudo, o processo desta linguagem. O despertar para esta questão é perceber que as possibilidades técnicas podem conotar uma temática, estilo e idiossincrasia autorais.

O nascimento de uma mulher

Sofri uma traição. Muito por minha culpa. De deixar-me envolver por uma trama de fatos e palavras. De pensar que há pessoas fortes ao extremo, capazes de suplantar as maiores dores da alma e de continuarem sendo superiores à vida que vivemos. Reconheço, sofri uma decepção, daquelas que te deixa sem norte, que te dá um soco no plexo.

O caminho da memória

Nos primeiros encontros, o que prevalecia era o silêncio. Sentia que a vida deles estava submersa sob rígida camada de convenções sociais de uma época. As diferenças eram muitas.

Inquietação de Basquiat no Mamam

Jean-Michel Basquiat arregimenta sua sintaxe através de um vocabulário misto de imagens e palavras. O verbal insinua, provoca interpretações e amplia os significados. Às vezes, a palavra foge do olhar, se oculta sob pinceladas propositais. “Corto palavras para que você as veja melhor; o fato de elas estarem obscurecidas faz com que você as queira ler”, explicava Basquiat

Além de uma simples barba

Sinceramente, nunca parei para refletir sobre os pêlos faciais. Em termos de imaginário, os “barbudos” sempre nos rondam desde muito cedo através de representações mais pueris como na imagem de Papai Noel ou na emblemática figura de Cristo. E então, nos recordamos de algum avô “envolto” numa terna barba branquinha, tão fofa que parece de algodão como as crianças costumam dizer. No entanto, conheci um livro português raríssimo, “A Barba em Portugal”, de J. Leite de Vasconcelos, edição de 1925, que me fez adentrar no maravilhoso mundo – por mim desconhecido – da história do uso da barba